Motta diz que 8/1 não pode acontecer de novo, mas cita 'condenações acima do que seria justo'

Política
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Oficializado nesta terça-feira, 29, como candidato do Republicanos à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta (PB) defendeu uma garantia de que os atos de 8 de janeiro não ocorram novamente, mas afirmou que não se pode permitir "injustiças" nas condenações dos envolvidos.

A declaração ocorreu após uma reunião de integrantes do partido Republicanos na sede do diretório nacional, em Brasília. Na ocasião, ele ressaltou a abertura de uma comissão especial para tratar da proposta que concede anistia aos condenados por envolvimento com aquelas manifestações.

"Essa comissão terá capacidade de, com muita responsabilidade, discutir esse tema que é tão importante, não diria apenas do ponto de vista político, mas até do ponto de vista da relação com o poder Judiciário", declarou.

Motta continuou: "Tivemos um episódio triste, que foi o 8 de janeiro, mas também não podemos permitir que injustiças sejam cometidas, como pessoas que têm levado condenações acima daquilo que seria o justo para com a participação ou não dessas pessoas em um ato que aconteceu".

O deputado acrescentou: "O Brasil precisa, de uma vez por todas, passar esse assunto a limpo e não permitirmos que isso aconteça novamente, já que foi, digamos, um triste episódio de agressão às instituições democráticas do País".

Mais cedo, Lira também afirmou que a Lei da Anistia "não pode, jamais, se converter em indevido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a Mesa Diretora da Câmara".

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O governo de Luiz Inácio Lula da Silva rompeu o silêncio nesta sexta-feira, 1º, e reagiu à série de provocações do regime do ditador Nicolás Maduro, da Venezuela, ao presidente brasileiro e integrantes do Palácio do Planalto e Itamaraty. Por meio de nota, o Brasil se disse surpreso com o "tom ofensivo" contra o País e seus símbolos nacionais, adotado por Maduro e seus aliados chavistas.

O governo brasileiro constata com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e aos seus símbolos nacionais", disse o comunicado, divulgado ontem pelo Itamaraty. "A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo."

A reação ocorre depois de forças de segurança da Venezuela publicarem nas redes sociais uma montagem com a silhueta de Lula, com o rosto na penumbra, e a bandeira do Brasil ao fundo. A imagem veio com o aviso: "Quem se mete com a Venezuela se dá mal."

A relação entre Lula e Maduro vem se deteriorando desde que o brasileiro voltou ao Planalto. Nos primeiros meses em Brasília, o petista tentou reabilitar o chavista, tirando a Venezuela do isolamento internacional.

O Brasil chegou a mediar o Acordo de Barbados, entre chavismo e oposição, assinado em outubro de 2023, que previa uma troca: a suspensão de parte das sanções internacionais à Venezuela e eleições presidenciais transparentes, com missões de observação da União Europeia, do Centro Carter e da ONU.

Cautela

Apesar de a oposição venezuelana constantemente denunciar a ditadura por não cumprir o que assinou, o Brasil adotou uma posição cautelosa - para muitos, até demais. Lula evitou criticar Maduro e apostou que a eleição seria um processo limpo, mesmo diante de evidências de que o chavismo vinha eliminando, um por um, os principais candidatos da oposição.

Primeiro, foi a inabilitação de María Corina Machado. Depois, de sua substituta, Corina Yoris. Sem contar a cassação dos direitos políticos de outros líderes antichavistas, como Juan Guaidó, Leopoldo López e Henrique Capriles.

Mesmo diante das fraudes na eleição presidencial de 28 de julho, vencidas pelo ex-diplomata Edmundo Gonzalez, Lula foi comedido nas críticas, se restringindo a pedir a divulgação das atas de votação, que provariam a vitória de Maduro.

Quando ficou claro que o chavismo não mostraria nada, e Maduro acabou coroado pelo Conselho Nacional Eleitoral e pelo Tribunal Supremo de Justiça - ambos dominados pelo chavismo - é que a relação degringolou de vez. O petista passou a criticá-lo pela escalada autoritária, mas sem chamá-lo de ditador. O distanciamento se aprofundou. O alto comando chavistas passou a acusar o Brasil de "agressão" e dizer que Lula e seu assessor especial, Celso Amorim, agiam com agentes da CIA.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os serviços de emergência da cidade de Valência elevaram nesta sexta, 1º, para 202 o número de mortos nas inundações no leste da Espanha. Somados a outros três mortos em Castilla-La Mancha e Andaluzia, o total das vítimas subiu para 205.

Segundo autoridades locais, o saldo da tragédia ainda pode aumentar, já que a busca por desaparecidos e o processo de remoção de corpos continua. A agência meteorológica espanhola estendeu o alerta vermelho no litoral de Huelva, indicando que as chuvas devem continuar "com grande intensidade" na região. Outras áreas, incluindo as Ilhas Baleares, permanecem sob alerta laranja.

Reforço

O governo espanhol enviou mais 500 militares que ontem foram incorporados às operações de busca, juntando-se aos 1.200 profissionais da Unidade Militar de Emergências (UME), mobilizados desde o início do desastre. Em entrevista à rede estatal RTVE, a ministra da Defesa, Margarita Robles, prometeu a liberação de todos os recursos necessários para mitigar a crise, que ela classificou como "tragédia horrível".

As fortes tempestades de terça-feira, 19, despejaram, em poucas horas, uma quantidade de água equivalente à que cai em um ano, causando enxurradas que destruíram pontes, varreram casas e arrastaram centenas de veículos. Quando a água baixou, os carros ficaram empilhados em ruas e estradas, dificultando o trânsito dos serviços de emergência.

À rádio pública RNE, a prefeita do município de Chiva, Amparo Fort, disse que muitos dos carros estão vazios, mas outros estão cheios de cadáveres. "Continuamos pedindo água e mantimentos. Temos de lembrar que há crianças e idosos que não conseguem mastigar os alimentos. Precisamos de comida triturada para bebês e para pessoas mais velhas", disse a prefeita.

Além dos problemas estruturais e as mortes causadas pelas inundações, a polícia registrou episódios de saques, diante dos quais o governo prometeu agir com firmeza - 39 pessoas já teriam sido presas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, ameaçou neste sábado, 2, Israel e os Estados Unidos com "uma resposta esmagadora" em retaliação aos ataques recentes ao Irã e aliados.

Khamenei se juntou ao coro de autoridades iranianas que ameaçam lançar outro ataque contra Israel após o ataque de 26 de outubro à República Islâmica, que teve como alvos bases militares e outros locais, e matou pelo menos cinco pessoas.

"Os inimigos, seja o regime sionista ou os Estados Unidos da América, certamente receberão uma resposta esmagadora ao que estão fazendo ao Irã, à nação iraniana e à frente de resistência", disse Khamenei em vídeo divulgado pela mídia estatal iraniana.

O líder supremo não falou sobre quando o ataque ocorreria nem seu escopo. Khamenei, de 85 anos, havia adotado uma abordagem mais cautelosa em comentários anteriores, dizendo que as autoridades iriam avaliar a resposta do Irã e que o ataque de Israel "não deveria ser exagerado nem minimizado". O Irã lançou dois grandes ataques diretos contra Israel, em abril e outubro.

Os aliados do Irã, chamados de "Eixo da Resistência" por Teerã, foram severamente prejudicados pelos ataques israelenses em andamento, particularmente o Hezbollah, do Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza.

O general Mohammad Ali Naini, porta-voz da Guarda Revolucionária do Irã, que controla os mísseis balísticos necessários para atingir Israel, deu uma entrevista publicada pela agência de notícias Fars pouco antes das declarações de Khamenei serem divulgadas. Ele alertou que a resposta do Irã "será sábia, poderosa e além da compreensão do inimigo".

Khamenei se encontrou no sábado (2) com estudantes universitários para marcar o Dia dos Estudantes, que comemora um incidente de 4 de novembro de 1979, no qual soldados iranianos abriram fogo contra estudantes que protestavam contra o governo do xá Reza Pahlevi na Universidade de Teerã. O tiroteio matou e feriu vários estudantes e aumentou ainda mais as tensões que consumiam o Irã na época, o que eventualmente levou o xá a fugir do país e à Revolução Islâmica de 1979. A multidão ofereceu uma recepção estridente a Khamenei, gritando: "O sangue em nossas veias é um presente para nosso líder!"

O Irã vai celebrar o 45º aniversário da crise dos reféns da Embaixada dos EUA neste domingo, 3, seguindo o calendário persa. A invasão da embaixada por estudantes islâmicos, em 4 de novembro de 1979, levou à crise de 444 dias, que consolidou a inimizade de décadas entre Teerã e Washington que persiste até hoje.