Familiares de Marielle e Anderson depõem em julgamento de Lessa e Queiroz

Política
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"Chegaram a dizer: 'foi pouco. Podia ter sido queimada'." Com a voz embargada, a mãe da ex-vereadora Marielle Franco, Marinete Silva, relembrou em depoimento, por cerca de 40 minutos, o antes e depois do assassinato da filha e do motorista Anderson Gomes, em 2018, ao jurados do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Seis anos e sete meses após a morte da parlamentar, Marinete é uma das sete testemunhas de acusação ouvidas nesta quarta-feira, 30, no julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os autores do crime.

"A gente teve tanta fake (news) com a minha filha. A gente teve tanto ataque. Chegaram a dizer: 'foi pouco. Podia ter sido queimada'. Isso é muito duro", disse Marinete.

Segunda testemunha a depor, Marinete chorou ao ouvir áudios enviados por Marielle antes do crime e pediu justiça pelo assassinato da filha: "Só quero uma condenação justa".

"Não estou para falar da minha filha como parlamentar. Estou como mãe. Ela lutou muito: estudou e chegou onde chegou. Aquilo foi uma barbárie. Nenhuma mãe merece perder a filha desse jeito. Quero pedir justiça por Marielle e Anderson", disse.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz acompanharam os depoimentos por videoconferência diretamente das unidades onde estão presos. Lessa está na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Já Élcio está no Centro de Inclusão e Reabilitação, em Brasília.

"Eu não criei ódio no meu coração. Eu criei muita dor. É claro que, em algum momento, tem tristeza e revolta", disse Marinete.

Antes de Marinete, a assessora parlamentar Fernanda Chaves foi a primeira a depor. Uma das principais testemunhas do caso, Fernanda é a vítima sobrevivente do ataque que vitimou a ex-vereadora Marielle Franco. Ela estava no carro ao lado de Marielle quando voltavam para o bairro da Tijuca, zona norte do Rio, depois de participarem de uma reunião com mulheres negras na Lapa, no centro.

A ex-assessora de Marielle relembrou o dia do crime e contou que precisou alterar sua rotina e mudar de cidade. Ela também mencionou a apreensão de toda a família após a execução da vereadora, de quem era amiga há 15 anos.

"Eu ouvi uma rajada em nossa direção. Eu percebi que era uma rajada em direção ao carro. Em um reflexo, eu me abaixei. Eu estava atrás do Anderson e do lado da Marielle. Eu me enfiei atrás do banco do Anderson. Eu percebi que o carro foi atingido, mas seguia em movimento. O Anderson esboçou dor, falou 'ai', mas foi um suspiro. Eu lembro que o carro estava andando, mas lembro dos braços dele caindo. Marielle estava imóvel e o corpo dela caiu em cima de mim", disse em depoimento.

Ela contou ainda que precisou sair imediatamente da casa onde vivia, na Tijuca, zona norte do Rio, para se proteger em outro país. Fernanda contou que foi questionada pela filha porque precisavam buscar proteção e "o que era assassinato".

"Minha filha de seis anos me perguntou o que era assassinato. Ela não entendia porque a gente precisava fugir. Ela era uma apaixonada pela escola. Deixamos tudo para trás. Ela se sentia em perigo e tentamos protegê-la. Até hoje isso tem impacto sobre nossas vidas", contou.

'Requintes de crueldade', diz viúva Mônica Benício

A viúva de Marielle, Mônica Benício, também foi uma das testemunhas ouvidas na tarde desta quarta-feira. Segundo Mônica, a confirmação de que a mulher foi executada chegou com o "requinte de crueldade da surpresa, da dúvida".

"O assassinato da Marielle, a notícia da morte dela, quando vem com a confirmação de que era uma execução, e não uma tentativa de assalto ou alguma coisa assim, ela tinha também em si esse requinte de crueldade da surpresa, da dúvida, de porquê a Marielle."

Em vários momentos do depoimento, Mônica não conteve o choro e afirmou que a única justiça seria ter "Marielle e Anderson vivos".

"Se eu dissesse justiça, talvez pudesse ter uma leitura equivocada dessa frase porque a única justiça possível seria não precisar estar aqui e ter a Marielle e o Anderson vivos. Para além disso, dentro do que é possível, eu espero que se faça a justiça que o Brasil, que o mundo, espera há seis anos e sete meses", disse.

'Espero que paguem pelo que fizeram', diz viúva de Anderson

A advogada Ágatha Arnaus, viúva do motorista Anderson Gomes, lembrou como foi o último dia de vida do marido. Ela contou que o motorista de Marielle se preparava para uma vaga de mecânico de aviação e do sonho do marido de ser pai.

"Eu nunca tinha feito nada sem o Anderson, sempre tive ele ao meu lado. Eu tinha 27 anos e não consegui processar tudo. Eram várias coisas para equilibrar, não sabia se voltava a estudar, queria fazer algo para mim. Eu lembro de uma frase que meu pai me disse: 'Tudo que eu fizesse a partir dali seria a primeira vez sem o Anderson'", relembrou Ágatha no depoimento.

A viúva de Anderson contou que precisou cuidar do filho, Arthur, sozinha e falou sobre as dificuldades da criação do filho autista sem a presença do pai. "Eu espero que as pessoas que me tiraram o Anderson, que tiraram o pai do Arthur, que elas paguem pelo que elas fizeram", disse.

"No mesmo ano em que o Anderson morreu, eu tive de levar o Arthur sozinha para operar uma obstrução intestinal. Os médicos chegaram a falar que ele não aguentaria e que eu tinha de ficar preparada. Naquele momento, já sem o Anderson, achei que a minha família, a que eu criei, tinha acabado. Eu achei que ia enlouquecer naquele dia. Eu repeti várias vezes que o Arthur era a última coisa que tinha me restado do Anderson", contou Agatha.

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A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, está à frente nas pesquisas de intenções de voto em dois dos três estados decisivos para a eleição presidencial dos Estados Unidos, marcada para o dia 5 de novembro.

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No entanto, a corrida se mantém acirrada na Pensilvânia, que possui o maior número eleitoral dos três estados e onde ambos os candidatos empatam, com 48% de apoio. O estado também é conhecido por ser peça fundamental para qualquer candidato garantir um caminho seguro à Casa Branca.

Em 2016, os três estados ficaram a favor de Trump, mas deram vitória ao presidente Joe Biden nas eleições de 2020.

Foram ouvidos 726 eleitores registrados em Michigan, 819 na Pensilvânia e 736 em Wisconsin, de 23 a 28 de outubro de 2024, online e por telefone com eleitores registrados. As margens de erro das pesquisas foram de menos ou mais 4,8% (Michigan), 4,7% (Pensilvânia e 4,9% (Wisconsin).

O governo dos Estados Unidos vai gastar R$ 3,5 bilhões (US$ 623 milhões) para construir uma nova embaixada em Brasília. A menos de 5 minutos do Palácio do Planalto, o edifício vai substituir o prédio existente no local e terá 22 mil m². A área equivale ao tamanho da Praça da República, no Centro de São Paulo.

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Para se adaptar melhor ao clima de Brasília, o projeto arquitetônico da embaixada incluirá elementos de outros edifícios da capital - as curvas do prédio são inspiradas nos trabalhos do Oscar Niemeyer - e soluções sustentáveis, como placas solares e captação de chuva.

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Ortega diz que a construção simboliza uma renovação nas relações diplomáticas dos Estados Unidos com o Brasil, ressaltando que o país norte-americano foi o primeiro a ter uma embaixada em solo brasileiro em 1961. "A gente fez uma reforma em 1974 e agora a gente está fazendo essa obra para fazer uma atualização da nossa presença diplomática aqui no Brasil". Atualmente, o Brasil é a sexta maior missão diplomática dos Estados Unidos no mundo.

Independente de quem vença as eleições em novembro, o porta-voz assegurou que nenhuma mudança ocorrerá na construção da embaixada. "Isso aqui é um projeto que tem sido planejado faz anos, vai demorar anos para ser terminado", explica. A expectativa é que o prédio esteja pronto em 2028 e, depois, levará mais dois anos para construção de outras instalações, como área de lazer e moradias para forças de segurança dos fuzileiros navais.

A vegetação da embaixada terá plantas típicas do cerrado, além de outras plantas tropicais. As 92 árvores do antigo jardim foram transplantadas e estarão no Brasília Country Club enquanto as obras da nova sede estão em andamento.

Ataques aéreos israelenses bombardearam a cidade de Baalbek, no leste do Líbano, nesta quarta-feira, 30, de acordo com a agência de notícias estatal do Líbano, horas depois que os militares israelenses emitiram um aviso de evacuação para os moradores de toda a cidade - incluindo seu antigo complexo de templos romanos, inscrito como Patrimônio Mundial da UNESCO.

O recém-nomeado líder do Hezbollah, Naim Kassem, disse, em seus primeiros comentários públicos hoje, que o grupo militante continuará lutando em sua guerra contra Israel até que lhe sejam oferecidos termos de cessar-fogo que considere aceitáveis.