Deputado estadual do MA faz discurso em inglês para parabenizar Donald Trump

Política
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O deputado estadual do Maranhão Dr. Yglésio (PRTB) discursou na Assembleia Legislativa do Estado, em São Luís, na última quarta-feira, 6, para parabenizar Donald Trump por vencer as eleições nos Estados Unidos. Toda a mensagem ao presidente eleito foi feita em inglês (clique no vídeo abaixo para ver).

"Bom dia, meus colegas. Eu gostaria de congratular o senhor Donald Trump por ganhar a eleição ontem. É uma vitória da democracia e para todos nós, conservadores brasileiros, que acreditamos em liberdade de expressão e em todas as outras coisas relacionadas. Obrigado a todos os meus colegas e obrigado e parabéns, senhor Trump", disse, em inglês, o parlamentar. O discurso foi compartilhado nas redes sociais.

Em seu discurso, o deputado também chamou os institutos de pesquisa de "máfia internacional". "Estão fazendo pesquisas para manipular realmente o sistema e tentar vencer na marra, mas não venceram", afirmou.

Para o parlamentar, a eleição americana poderá influenciar o Brasil, principalmente no Judiciário. "Os Estados Unidos, diplomaticamente, vão voltar a ser gigantes e protetores (...) dos demais países, como o Brasil, que hoje são alvos desse tiranetes do Supremo Tribunal Federal. Vai acabar a farra de Alexandre de Moraes, de Flávio Dino, de Gilmar Mendes, essa molecagem em que se transformou o país", discursou Yglésio.

"Agora, com o Trump, a elegibilidade de Bolsonaro está cada vez mais próxima", acredita o deputado, aliado do ex-presidente. Em uma postagem sobre o discurso, ele atacou o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. "Tem gente no Maranhão que gosta de Luladrão e do 'carcamano'; já eu gosto do Bolsonaro e do Trump, próximo presidente americano!", escreveu.

Yglésio, porém, já foi filiado ao Partido dos Trabalhadores. Em 2014, disputou vaga de deputado estadual pelo partido, não se elegeu e ficou como primeiro suplente.

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O nome de Joe Biden não estava na cédula, mas a história provavelmente lembrará a derrota esmagadora de Kamala Harris como uma perda dele também.

Enquanto os democratas tentam juntar os pedaços após a vitória decisiva de Donald Trump, alguns apoiadores de Harris expressam frustração com a decisão de Biden de buscar a reeleição até o meio deste ano - apesar das preocupações dos eleitores sobre sua idade e o desconforto com a inflação pós-pandemia, bem como com a questão da fronteira entre EUA e México - o que praticamente selou a rendição de seu partido na disputa pela Casa Branca.

"A maior responsabilidade por essa perda é do presidente Biden," disse Andrew Yang, que concorreu contra Biden pela indicação democrata em 2020 e endossou a campanha de Harris. "Se ele tivesse se afastado em janeiro em vez de julho, talvez estivéssemos em um lugar muito diferente."

Biden deixará o cargo após liderar os Estados Unidos durante a pior pandemia em um século, galvanizar o apoio internacional à Ucrânia após a invasão da Rússia e aprovar um pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão que beneficiará comunidades por anos.

Mas, tendo concorrido contra Trump quatro anos atrás com o lema de "restaurar a alma do país", Biden agora abre espaço, após apenas um mandato, para seu antecessor, que superou dois impeachments, uma condenação criminal e uma insurreição. Trump prometeu reformular radicalmente o governo federal e reverter muitas das prioridades de Biden.

"Talvez em 20 ou 30 anos, a história se lembre de Biden por algumas dessas conquistas," disse Thom Reilly, co-diretor do Centro para uma Democracia Independente e Sustentável na Universidade Estadual do Arizona. "Mas a curto prazo, não sei se ele conseguirá se livrar do legado de ser o presidente que derrotou Donald Trump apenas para abrir caminho para outro governo Trump quatro anos depois."

Na quarta-feira, 6, o presidente permaneceu fora de vista pelo segundo dia consecutivo, fazendo ligações de congratulações a legisladores democratas que venceram em eleições locais e a Trump. Biden convidou Trump para uma reunião na Casa Branca, e o presidente eleito aceitou.

Biden também emitiu uma declaração logo após Harris fazer seu discurso de concessão na quarta-feira, elogiando-a por uma "campanha histórica" em "circunstâncias extraordinárias."

Alguns democratas de alto escalão, incluindo três assessores da campanha de Harris, expressaram profunda frustração com Biden por não ter reconhecido mais cedo no ciclo eleitoral que ele não estava à altura do desafio. Os assessores falaram sob condição de anonimato, pois não estavam autorizados a comentar publicamente.

Biden, de 81 anos, encerrou sua campanha de reeleição em julho, semanas após um desempenho ruim em um debate que deixou seu partido em uma crise e levantou dúvidas sobre sua capacidade mental e resistência para servir como candidato viável.

As pesquisas mostravam há muito tempo que muitos americanos estavam preocupados com sua idade. Cerca de 77% dos americanos disseram em agosto de 2023 que Biden era muito velho para ser eficaz por mais quatro anos, de acordo com uma pesquisa do AP-NORC Center for Public Affairs.

O presidente desistiu em 21 de julho, após receber sinais não tão sutis de líderes do Partido Democrata, incluindo o ex-presidente Barack Obama e a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi. Biden apoiou Harris e transferiu sua estrutura de campanha para ela.

Yang argumentou que os líderes democratas também são culpados por demorarem demais para pressionar Biden a se retirar. Com poucas exceções, notadamente o representante de Minnesota Dean Phillips, os democratas evitavam falar publicamente sobre a idade de Biden.

"Por que isso não vinha de nenhum líder democrata?" disse Yang. "É uma falta de coragem e independência e um excesso de carreirismo, como se pensassem 'se eu ficar calado, continuaremos seguindo em frente'."

A campanha também enfrentou a raiva de alguns eleitores árabe-americanos e jovens em relação à postura em conflitos de Israel em Gaza e no Líbano. O senador Bernie Sanders, aliado de Biden e Harris, afirmou que os democratas perderam o foco nas preocupações dos trabalhadores americanos.

"Será que os grandes interesses financeiros e os consultores bem pagos que controlam o Partido Democrata aprenderão alguma lição real com esta campanha desastrosa?" disse o independente de Vermont. "Eles entenderão a dor e a alienação política que dezenas de milhões de americanos estão enfrentando?"

Harris conseguiu despertar um entusiasmo muito maior na base do partido do que Biden. Mas ela teve dificuldades em mostrar como sua administração se diferenciaria da dele.

Ao aparecer no programa "The View" em setembro, Harris não conseguiu identificar uma decisão na qual teria se distanciado de Biden. "Nada me vem à mente," disse Harris, gerando uma declaração usada pela campanha de Trump até o dia da eleição.

Os estrategistas que aconselharam a campanha de Harris disseram que o cronograma comprimido da campanha dificultou ainda mais para Harris se diferenciar do presidente.

Se Biden tivesse se afastado no início do ano, disseram, teria dado tempo suficiente para os democratas realizarem uma primária. Passar pelo processo de uma disputa interna forçaria Harris ou outro eventual candidato a traçar diferenças com Biden.

Os estrategistas reconhecem que superar a insatisfação geral entre o eleitorado americano sobre os altos custos após a pandemia de coronavírus e as preocupações com o sistema de imigração pesaram na mente dos eleitores em estados-chave.

Ainda assim, afirmam que Biden deixou os democratas em uma posição insustentável.

O conselheiro sênior de Harris, David Plouffe, chamou isso de "derrota devastadora" em uma publicação no X. Plouffe não atribuiu culpas, dizendo que a campanha de Harris "saiu de um buraco profundo, mas não o suficiente."

No discurso de concessão da vice-presidente, na quarta-feira, alguns apoiadores disseram que gostariam que Harris tivesse tido mais tempo para conquistar os eleitores americanos.

"Acho que isso faria uma grande diferença," disse Jerushatalla Pallay, estudante da Howard University, que assistiu ao discurso no campus.

Os republicanos estão prontos para controlar a Casa Branca e o Senado. O controle da Câmara ainda não foi determinado.

Matt Bennett, vice-presidente executivo do grupo Third Way, alinhado aos democratas, disse que este momento foi o mais devastador que o partido enfrentou em sua vida.

"Harris recebeu uma mão muito ruim. Parte disso foi por causa de Biden e outra parte talvez não," disse Bennett, que foi assessor do vice-presidente Al Gore durante o governo Clinton. "Os democratas teriam se saído melhor se Biden tivesse recuado antes? Não sei se podemos dizer com certeza, mas é uma questão que nos faremos por muito tempo."

O presidente Joe Biden falou nesta quinta-feira, 7, um dia após a confirmação da derrota de sua candidata e vice, Kamala Harris, contra o republicano Donald Trump. O democrata defendeu a integridade do sistema eleitoral americano e prometeu a de transição pacífica de poder, algo que não ocorreu da última vez, quando Trump se recusou a reconhecer a derrota e incitou apoiadores contra o Capitólio durante a certificação de Biden como presidente.

"As pessoas votam e escolhem os seus próprios líderes e fazem isso pacificamente. Na democracia, a vontade do povo sempre prevalece", disse Biden, destacando que conversou com o presidente eleito Donald Trump na noite anterior e o parabenizou pela vitória. "Eu garanti que toda a minha administração vai trabalhar com a equipe dele para garantir uma transição pacífica e ordeira. É isso que o povo americano merece."

"A campanha é uma disputa de visões opostas", seguiu o democrata. "Aceitamos a escolha que as pessoas fizeram. Eu disse muitas vezes: você não pode amar o seu país só quando ganha. Não pode amar o seu vizinho só quando concorda. Algo que eu espero que possamos fazer, independente de quem você votou, é ver uns aos outros não como adversários, mas como americanos - reduzam a temperatura."

Biden ainda defendeu o seu legado, apesar da baixa aprovação e do desejo de mudança expressado pelos americanos nas eleições em que os republicanos conquistaram a Casa Branca, a maioria no Senado e lideram a apuração para a Câmara. "Foi um presidência histórica. Não porque eu sou presidente, mas por tudo que nós fizemos, do que vocês fizeram", disse ele, afirmando que as mudanças serão sentidas na vida dos americanos ao longo dos próximos anos.

"Vamos ficar bem, mas precisamos continuar engajados, precisamos seguir adiante e, acima de tudo, precisamos manter a fé", disse ao fim do breve discurso.

O presidente já havia feito uma declaração por escrito na quarta, 6, quando descreveu Kamala como "uma tremenda parceira e servidora pública cheia de integridade, coragem e caráter". Sem mencionar Trump no comunicado, Biden observou que Kamala entrou na campanha em "circunstâncias extraordinárias", um aceno à sua desistência da disputa, e afirmou que colocá-la na chapa como vice-presidente em 2020 foi a melhor decisão que ele tomou.

Biden acrescentou que Kamala "se destacou e liderou uma campanha histórica que incorporou o que é possível quando guiada por uma forte bússola moral e uma visão clara de uma nação mais livre, mais justa e cheia de mais oportunidades para todos os americanos".

Também ontem, Kamala reconheceu, em um discurso rápido, a sua derrota e também citou a transição pacífica de poder. "As pessoas estão sentindo e vivenciando uma série de emoções agora, eu entendo. Mas devemos aceitar os resultados desta eleição", disse Kamala. "Hoje mais cedo falei com o presidente eleito Trump e o parabenizei por sua vitória", apontou a vice-presidente, em meio a vaias da plateia após o nome do republicano ser mencionado.

Steven Cheung, porta-voz da campanha de Trump, disse na quarta-feira que, na ligação de Kamala ao republicano, o presidente eleito eleito elogiou "sua força, profissionalismo e tenacidade durante toda a campanha" após aceitar seus parabéns.

Biden chegou a convidar Trump para ir a Casa Branca tratar da transição, segundo o assessor do republicano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

A iminente volta de Donald Trump à Casa Branca significa que ele precisará montar uma administração completamente nova, diferente daquela que serviu sob o presidente Joe Biden. Sua equipe também promete que essa nova administração será bem diferente da primeira que Trump estabeleceu após sua vitória em 2016.

O presidente eleito agora tem um período de transição de 75 dias para montar sua equipe antes do Dia da Posse, em 20 de janeiro. Um dos itens prioritários na lista de tarefas é preencher cerca de 4 mil cargos governamentais com indicações políticas, ou seja, pessoas especificamente selecionadas para essas funções pela equipe de Trump.

Isso inclui desde o secretário de Estado e outros chefes de departamentos do Gabinete até aqueles escolhidos para servir em tempo parcial em conselhos e comissões. Cerca de 1.200 dessas nomeações presidenciais precisam ser confirmadas pelo Senado, o que deve ser mais fácil agora que o controle do Senado está se inclinando para o Partido Republicano.

Como será a transição?

Embora a renovação da nova administração seja total, Trump já está familiarizado com o que precisa fazer. Ele montou uma administração inteiramente nova para seu primeiro mandato e tem ideias definidas sobre o que fazer de forma diferente desta vez.

Ele já mencionou alguns nomes.

Trump disse em sua festa de vitória na manhã de quarta-feira, 6, que o ex-candidato presidencial e ativista anti-vacinação Robert Kennedy Jr. será convocado para "ajudar a tornar a América saudável novamente", acrescentando que "vamos deixá-lo ir em frente com isso". Antes da eleição, Trump não rejeitou os pedidos de Kennedy para acabar com a fluoretação da água. Trump também prometeu nomear o sul-africano Elon Musk, um defensor vocal da campanha de Trump, como secretário de "corte de custos" federal. O CEO da Tesla sugeriu que poderia encontrar trilhões de dólares em gastos do governo para eliminar.

A transição não se trata apenas de preencher cargos. A maioria dos presidentes eleitos também recebe informes de inteligência diários ou quase diários durante a transição.

Em 2008, o presidente George W. Bush informou pessoalmente o presidente eleito Barack Obama sobre operações secretas dos EUA. Quando Trump se preparava para assumir o cargo em 2016, a conselheira de segurança nacional de Obama, Susan Rice, informou Michael Flynn, seu sucessor designado na nova administração. Em 2020, os desafios legais de Trump aos resultados das eleições atrasaram o início do processo de transição por semanas, e os informes presidenciais para Biden só começaram em 30 de novembro.

Quem está ajudando Trump no processo?

A transição de Trump está sendo liderada principalmente por amigos e familiares, incluindo Kennedy Jr. e a ex-candidata presidencial democrata Tulsi Gabbard, além dos filhos adultos do presidente eleito, Donald Trump Jr. e Eric Trump, e seu companheiro de chapa, JD Vance. Os co-presidentes da transição são o CEO da Cantor Fitzgerald, Howard Lutnick, e Linda McMahon, ex-executiva de wrestling que anteriormente liderou a Administração de Pequenas Empresas durante o primeiro mandato de Trump.

Lutnick disse que a operação deste ano é "o mais diferente possível" do esforço de 2016, que foi inicialmente liderado por Chris Christie. Após sua vitória oito anos atrás, Trump demitiu Christie, descartou os planos que o ex-governador de Nova Jersey havia feito e deu a responsabilidade pela transição ao então vice-presidente eleito, Mike Pence.

No início de seu primeiro mandato, Trump montou um Gabinete original que incluía alguns republicanos mais tradicionais e líderes empresariais que, no final das contas, o desapontaram ou romperam publicamente com ele, ou ambas as coisas. Desta vez, Trump prometeu valorizar a lealdade o máximo possível - uma filosofia que pode garantir que ele faça escolhas mais alinhadas com suas crenças ideológicas e estilo profissional enérgico.

Diferentemente da campanha da vice-presidente democrata Kamala Harris, a equipe de Trump não assinou nenhum acordo de transição prévio ao Dia da Eleição com a Administração de Serviços Gerais, que atua essencialmente como o "síndico" do governo federal. Ele, portanto, já perdeu prazos para acordos com a GSA sobre questões logísticas, como espaço para escritórios e suporte técnico, e com a Casa Branca sobre acesso a agências, incluindo documentos, funcionários e instalações.

Novas regras de transição

Em 2020, Trump alegou que uma fraude eleitoral generalizada - que na verdade não havia ocorrido - o havia feito perder a eleição, atrasando o início da transição de sua administração para a de Biden por semanas.

Quatro anos atrás, a chefe da GSA nomeada por Trump, Emily Murphy, determinou que não tinha autoridade legal para declarar um vencedor na corrida presidencial, pois Trump ainda estava contestando os resultados na justiça. Isso atrasou o financiamento e a cooperação para o processo de transição.

Somente quando os esforços de Trump para reverter os resultados das eleições fracassaram em estados-chave é que Murphy concordou em formalmente "determinar o presidente eleito" e iniciar o processo de transição. Trump acabou publicando nas redes sociais que sua administração cooperaria.

Para evitar esse tipo de atraso em futuras transições, o Ato de Melhoria de Transição Presidencial de 2022 determina que o processo de transição deve começar cinco dias após a eleição - mesmo que o vencedor ainda esteja em disputa. A intenção é evitar atrasos longos e significa que "uma 'determinação afirmativa' da GSA não é mais um pré-requisito para obter serviços de apoio à transição", de acordo com as diretrizes da agência sobre as novas regras.

A incerteza durou ainda mais após a eleição de 2000, quando cinco semanas se passaram antes que a Suprema Corte resolvesse a eleição contestada entre o republicano George W. Bush e o democrata Al Gore. Isso deixou Bush com cerca de metade do tempo usual para gerenciar a transição do governo da administração de Clinton. Isso acabou levando a questionamentos sobre lacunas na segurança nacional que podem ter contribuído para que os EUA estivessem despreparados para os ataques de 11 de setembro no ano seguinte.