STF deve retomar julgamento de recurso de Collor

Política
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O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar nesta quarta-feira, 13, o julgamento do recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello, contra a condenação a oito anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora, investigado pela Operação Lava Jato.

O julgamento, que inicialmente estava sendo realizado no plenário virtual, foi transferido para o plenário físico a pedido do ministro André Mendonça, zerando o placar da votação. Com isso, os ministros terão a oportunidade de reapresentar seus votos, podendo manter ou alterar suas decisões anteriores.

Antes da transferência para o plenário físico, já havia uma maioria formada no STF para manter a condenação de Collor. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Flávio Dino, Luiz Fux e Luís Roberto Barroso votaram pela manutenção da pena de oito anos e dez meses de prisão.

Por outro lado, os ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes votaram pela redução da pena para quatro anos, o que levaria à prescrição do crime de corrupção passiva, atendendo em partes ao recurso apresentado pela defesa.

Ainda no plenário virtual, o ministro Cristiano Zanin se declarou impedido de participar do julgamento devido ao seu envolvimento em casos da Operação Lava Jato.

Este é o primeiro recurso apresentado por Collor no caso, no qual ele busca reduzir sua pena. Caso o STF rejeite o pedido, a defesa ainda poderá apresentar novos embargos de declaração, que têm a função de esclarecer ou questionar aspectos específicos da decisão.

Entenda o caso

Em maio de 2023, o STF condenou Collor a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena final foi quatro vezes inferior do que a proposta pelo ministro Edson Fachin, relator da ação penal, que pediu 33 anos e dez meses de prisão para o ex-presidente.

A denúncia contra Collor demorou quase dez anos para ser julgada pelo STF. O Ministério Público Federal apresentou, em 2015, denúncia contra o ex-presidente Collor e outras oito pessoas, acusando o então senador de fraudar um contrato da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, em R$ 29 bilhões. A denúncia foi baseada em investigações da Operação Lava Jato.

A ação contra o ex-presidente está no Supremo desde 2018. Collor foi acusado de integrar uma organização criminosa que operava na BR Distribuidora entre 2010 e 2014, recebendo cerca de R$ 20 milhões em propina por negócios envolvendo a empresa, que na época era subsidiária da Petrobras.

Junto com Collor, foram condenados os empresários Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos e Luis Pereira Duarte de Amorim. De acordo com a denúncia, Collor, que na época era líder do PTB, atualmente PRD, teria indicado nomes para a direção da BR Distribuidora. Posteriormente, ele começou a exigir pagamentos dos empresários para que a UTC obtivesse contratos para construir bases de distribuição de combustíveis.

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O governo americano tem buscado minimizar os planos de Donald Trump para a Faixa de Gaza, depois de várias críticas de países aliados. A Casa Branca disse que o presidente não se comprometeu a mandar tropas para o terreno e que o deslocamento de palestinos seria temporário. Enquanto o secretário de Estado, Marco Rubio, disse que Trump teria colocado os EUA à disposição para reconstruir o enclave, descrevendo a oferta como "generosa".

Trump sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir o controle da Faixa de Gaza e realocar de forma permanente os palestinos que vivem no enclave - uma população estimada em 2 milhões de pessoas. A proposta foi prontamente rechaçada na comunidade internacional e o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou contra a limpeza étnica.

"Na busca de soluções, não devemos piorar o problema", disse Guterres, em uma reunião anual de um comitê da ONU que protege os direitos dos palestinos. "É fundamental manter-se fiel à base do direito internacional. É essencial evitar qualquer forma de limpeza étnica."

Trump falou das suas intenções para o enclave palestino ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, em Washington. Ele sugeriu que os Estados Unidos deveriam assumir a "propriedade" e reconstruir o território devastado pela guerra na "Riviera do Oriente Médio".

No dia seguinte, autoridades da Casa Branca buscaram se desvencilhar do controvertido plano. Questionado pela imprensa, o secretário de Estado Marco Rubio, chefe da diplomacia americana, disse que Trump estava propondo apenas reconstruir a Faixa de Gaza, e não reivindicar a posse indefinida do território palestino.

"Foi uma atitude, creio eu, muito generosa, a oferta de reconstrução, de ser responsável pela reconstrução de um lugar em muitas partes do qual, neste momento, mesmo que as pessoas se mudem de volta, elas não terão onde viver com segurança, porque ainda há munições não detonadas, detritos e escombros", disse Rubio.

"E a única coisa que o presidente Trump fez, de forma muito generosa, na minha opinião, foi oferecer a disposição dos Estados Unidos de intervir, limpar os escombros, limpar o local de toda a destruição que está no chão, limpar todas essas munições não detonadas", insistiu.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, por sua vez, disse que o presidente não se comprometeu como "botas no chão em Gaza", ou seja, com o envio de tropas, mas não explicou como os Estados Unidos poderiam assumir o controle do enclave sem usar a força militar.

A posição é diferente da que foi expressa por Trump no dia anterior. Questionado se enviaria tropas americanas, ele respondeu: "Faremos o que for necessário. E se for necessário, faremos isso. Vamos assumir o controle dessa parte".

Ao comentar o que chamou de "ideia fora da caixa", ela também contradisse as sugestões de Trump de que os residentes da Faixa de Gaza seriam permanentemente realocados em outro lugar. "O presidente deixou claro que eles precisam ser temporariamente realocados para fora de Gaza", disse. "É um local de demolição".

Trump havia dito, contudo, que os palestinos poderiam ser deslocados de forma permanente. "Se pudermos conseguir uma bela área para reassentar as pessoas, permanentemente, em belas casas onde elas possam ser felizes e não sejam baleadas, mortas ou esfaqueadas até a morte, como está acontecendo em Gaza", sugeriu.

A proposta foi rechaçada até mesmo por aliados dos Estados Unidos, como a Arábia Saudita. O reino reafirmou sua posição histórica em defesa de um Estado palestino independente. E enfatizou sua rejeição absoluta à violações dos direitos dos palestinos "seja por meio de políticas de assentamento israelenses, anexação de terras palestinas ou esforços para deslocar o povo palestino de suas terras". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse nesta quarta-feira, 5, que o governo de Donald Trump quer tornar permanente o corte de impostos de 2017 e que ele acredita em um plano 3-3-3: 3% de déficit fiscal em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), 3% de crescimento e produção de 3 milhões de barris de petróleo.

Em entrevista à Fox Business, Bessent afirmou que pretende "trazer a produção de energia de volta para casa" e que, atingindo a meta do governo Trump de inflação mais baixa, os cortes de juros por parte do Federal Reserve (Fed) virão - embora a independência da autoridade monetária dificulte esse tipo de previsão.

Milhares de manifestantes se reuniram em várias cidades dos EUA nesta quarta, 5, para protestar contra as primeiras ações do governo de Donald Trump, criticando desde a repressão à imigração até o retrocesso nos direitos de pessoas transgênero e uma proposta de transferência forçada de palestinos da Faixa de Gaza.

Manifestantes exibiam cartazes denunciando Trump, Elon Musk e o Projeto 2025, um plano de direita radical para o governo e sociedade dos EUA. "Democracia não é um esporte para espectadores! Faça algo", dizia um cartaz segurado por um manifestante em Filadélfia.

Os protestos são fruto de um movimento organizado online. Sites e redes sociais divulgaram chamadas para a ação com mensagens como "rejeitar o fascismo" e "defender nossa democracia". Em Lansing, Michigan, cerca de 1.000 pessoas se reuniram em temperaturas abaixo de zero. Uma das manifestantes fez um cartaz retratando Musk manipulando Trump com o braço esticado, evocando um gesto interpretado por alguns como uma saudação nazista.

Em Columbus, Ohio, manifestantes gritaram: "Acorda, EUA! Pare o golpe em andamento!". Em várias cidades, os protestos criticaram Musk e o Departamento de Eficiência Governamental. "DOGE não é legítimo", dizia um cartaz na escadaria do Capitólio Estadual em Jefferson, Missouri. "Por que Elon tem suas informações da Previdência Social?"

Membros do Congresso expressaram preocupações de que a participação do DOGE no sistema de pagamentos do governo dos EUA possa causar riscos à segurança ou erros em pagamentos de programas como Previdência Social e Medicare. Em Montgomery, Alabama, centenas protestaram contra ações estaduais e federais contra a comunidade LGBTQ+.