Advogado diz que Cid confirmou que Bolsonaro sabia de plano para matar Lula, mas depois recua

Política
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O advogado Cezar Bittencourt disse nesta sexta-feira, 22, que o tenente-coronel Mauro Cid relatou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano para execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro da Corte Alexandre de Moraes. Logo após fazer a afirmação, em entrevista à GloboNews, o advogado recuou das declarações.

"Confirma que sabia, sim. Na verdade, o presidente de então sabia tudo, comandava essa organização", disse Bittencourt, ao ser questionado se o ex-ajudante de ordens confirmou que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado e de execução da chapa eleita em 2022 e do magistrado.

Nove minutos depois, o advogado disse que a confirmação de Cid ao Supremo é de que Bolsonaro sabia sobre um determinado "plano", e não propriamente sobre um plano de execução de autoridades. Depois, recuou dizendo o "plano" conhecido por Bolsonaro não era o de um golpe de Estado, mas sobre um determinado fato "que vinha acontecendo" no seu entorno.

De acordo com o defensor, Mauro Cid "participou como assessor, verificou os fatos, indicou esses fatos ao seu chefe", mas Jair Bolsonaro é quem tinha "toda a liderança" do processo. Bittencourt também confirmou que Cid forneceu mais detalhes sobre a atuação do general da reserva Walter Braga Netto no plano de ruptura institucional.

Minutos depois, porém, o advogado voltou atrás, dizendo que não havia afirmado que Bolsonaro sabia sobre o plano de assassinato. O defensor justificou o recuo afirmando que havia compreendido "plano de execução" com o sentido de "executar" determinada tarefa, e não de "assassinar".

"Eu não disse que o Bolsonaro sabia de tudo. Até porque o tudo é muita coisa", disse Bittencourt. "O presidente, segundo a informação, teria conhecimento dos acontecimentos que estavam se desenvolvendo, isso ele não pode negar, mas não tem nada além disso. Eu não falei plano de morte, plano de execução, de execução como sendo o plano de morte, falei da execução do plano pensado, imaginado, desenvolvido, nesse sentido".

Bittencourt seguiu recuando também quanto ao conhecimento de Bolsonaro sobre um golpe de Estado, descrevendo de forma difusa qual tipo de "plano" Bolsonaro tinha conhecimento. Segundo o advogado, o então presidente tinha conhecimento sobre um fato "que estava acontecendo" entre seus aliados após as eleições presidenciais de 2022. "Eu não sei que tipo de golpe poderia ser. Agora, (Jair Bolsonaro) tinha interesse no acontecimento que estava acontecendo aqueles dias, o presidente sabia."

Na terça-feira, 19, Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal e negou ter conhecimento de um plano para um golpe de Estado em dezembro de 2022, e a delação premiada ficou ameaçada. Nesta quinta-feira, 21, o STF, porém, decidiu manter o acordo de Mauro Cid.

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A Casa Branca chamou de "ilegítima" a posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para um terceiro mandato no cargo. "Maduro demonstrou desprezo à democracia", afirmou a secretária de imprensa do governo americano, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa nesta sexta, 10.

Jean-Pierre também comentou o forte relatório de emprego dos EUA, o payroll, que apontou criação de 256 mil postos de trabalho em dezembro. Segundo ela, o governo do presidente americano, Joe Biden, é o primeiro registrar ganho de empregos em todos os meses da administração.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, minimizou nesta sexta, 10, o impacto de novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia nos preços de petróleo e, portanto, nos de gasolina.

Em coletiva de imprensa, Jean-Pierre explicou que espera oferta global da commodity maior que a demanda este ano, o que deve impor pressão sobre as cotações. "Acreditamos que preços de gasolina continuarão caindo", ressaltou.

A porta-voz acrescentou as "significativas" sanções miram o setor de energia russo, com objetivo de reprimir a capacidade do Kremlin de manter a guerra contra a Ucrânia. Para ela, por conta das medidas, o mercado petrolífero está "em lugar fundamentalmente melhor".

Jean-Pierre disse ainda que os EUA impuseram sanções contra aliados da Venezuela, após a posse do ditador Nicolás Maduro a um terceiro mandato, que os EUA consideram "ilegítima".

O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições venezuelanas, afirmou que retornará ao país "em breve" para assumir a presidência e ordenou que o alto comando militar venezuelano preparasse as condições de segurança para sua posse. O opositor que é reconhecido como o presidente eleito por países como EUA e Argentina, afirmou que Nicolás Maduro consumou um golpe e se "autocoroou ditador" ao tomar posse para um terceiro mandato consecutivo nesta sexta-feira, 10.

"Maduro violou a Constituição e a vontade soberana dos venezuelanos expressa em 28 de julho. Consumou um golpe de Estado. Autoproclamou-se ditador. Não tem o apoio do povo", disse o opositor em uma mensagem gravada. "Não conta com o respaldo de nenhum governo que se respeite como democrático. Apenas os ditadores de Cuba, Congo e Nicarágua o apoiam."

Como autoproclamado presidente, González ordenou ao alto comando militar que desconsiderasse as ordens ilegais de Maduro e preparasse as condições de segurança para sua posse. "Os soldados da nossa Força Armada Nacional devem obediência ao povo através de mim, pois hoje sou o presidente eleito da República Bolivariana da Venezuela", declarou.

Maduro, no poder desde 2013, foi empossado em uma cerimônia na sede do Parlamento, sob seu controle, assim como todas as instituições do país, incluindo as Forças Armadas, que pela lhe juraram "lealdade e subordinação absoluta".

González afirmou que está "muito perto" da Venezuela. Após viajar pelas Américas para dialogar com lideranças internacionais, o opositor cogitava pegar um voo para a Venezuela para pressionar por sua posse, mas desistiu de ir a Caracas por um pedido de sua aliada, a líder opositora María Corina Machado. Na quinta-feira, 9, na saída de um protesto contra Maduro, a oposição venezuelana denunciou a detenção temporária de Corina Macho pelo regime chavista.

"Como disse María Corina Machado, a decisão de fechar as fronteiras do país e armar os aviões militares que protegem o espaço aéreo, visavam fazer comigo, no ar, o que fizeram ontem contra nossa líder", disse. Nesta sexta-feira, a Venezuela fechou fronteira com o Brasil e com a Colômbia.

González declarou que está trabalhando para entrar na Venezuela de maneira segura e no momento certo, enfatizando que sua liderança representa a vontade de quase oito milhões de eleitores. "Em breve, muito em breve, apesar de tudo o que eles fizerem, conseguiremos entrar na Venezuela e pôr fim a esta tragédia. Estou muito perto da Venezuela. Estou pronto para o ingresso seguro e no momento propício", afirmou.

Na cerimônia desta sexta-feira, Maduro pediu múltiplos juramentos de lealdade, feitos por militares, policiais e seguidores do chavismo.

A autoridade eleitoral proclamou Maduro vencedor das eleições com 52% dos votos, mas não apresentou até hoje os dados detalhados da apuração, como determina a lei. A oposição, por sua vez, afirma que González com 70%.

A principal coalizão de partidos políticos opositores, a Plataforma Unitária, denunciou que Maduro consumou "um golpe de Estado" ao tomar posse, apoiado "pela força bruta e não reconhecendo a soberania popular expressada contundentemente em 28 de julho", diz um comunicado, sustentando que "González Urrutia é quem deve ser empossado".