TRT-1 concede bônus de R$ 12,5 mil por acúmulo de função a juízas licenciadas

Política
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Duas juízas dirigentes de associações de magistrados conseguiram autorização do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Região (TRT-1), no Rio de Janeiro, para receber um bônus de um terço da remuneração - cerca de R$ 12,5 mil mensais - pelo acúmulo de função, mesmo estando licenciadas dos cargos enquanto se dedicam à atividade sindical.

Daniela Valle da Rocha Muller, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho 1.ª Região (Amatra1), e Patrícia Vianna de Medeiros Ribeiro, presidente da Associação dos Juízes do Trabalho (Ajutra), deram entrada nos pedidos alegando que o exercício dos mandatos nas associações de classe não pode gerar perdas nos seus contracheques.

O Estadão pediu manifestação das magistradas, por meio das associações, e do TRT1. Inicialmente, a Ajutra negou que Patrícia tenha obtido autorização para receber a gratificação. Depois que a reportagem comunicou que a informação havia sido publicada no Diário da Justiça, a associação e a juíza não retornaram com um posicionamento.

Em nota, o TRT da 1.ª Região informou que levou em consideração o "equilíbrio entre as atribuições institucionais e os direitos individuais dos magistrados" (leia a íntegra da nota ao final da matéria).

A primeira a pedir a gratificação foi Daniela. A decisão que autorizou o pagamento do penduricalho, em outubro, foi unânime. O Órgão Especial do Tribunal Regional do Trabalho da 1.ª Região determinou, inclusive, o depósito de parcelas retroativas.

A Corregedoria do TRT1 foi contra o pagamento do bônus. O desembargador Marcelo Augusto Souto de Oliveira, corregedor do tribunal, considerou que a concessão da gratificação representa um desvio de finalidade do próprio benefício.

"Quem se afasta da jurisdição, por qualquer motivo, não pode ser indenizado por 'acúmulo de jurisdição' ou de 'exercício da jurisdição', sob pena de dar pouco espaço à moralidade pública, ao zelo pela coisa pública e ao melhor interesse da sociedade brasileira", diz um trecho do parecer da Corregedoria.

Em seguida, Patrícia pediu a extensão do benefício. A decisão que concedeu o bônus foi publicada nesta segunda-feira, 25, no Diário da Justiça do Trabalho.

Magistrados têm direito ao adicional pelo acúmulo de trabalho. É a chamada Gratificação por Exercício Cumulativo de Jurisdição. O benefício está disponível para juízes e desembargadores que, além do acervo de processos, assumem funções administrativas, como direção, coordenação e ouvidoria. O bônus corresponde a um terço do subsídio, depositado mensalmente.

COM A PALAVRA, O TRT DO RIO

O caso em questão tratou-se de um recurso administrativo no TRT da 1ª Região, no qual a juíza Daniela Valle da Rocha Muller contestou a decisão que negou o pagamento da Gratificação por Exercício Cumulativo de Jurisdição (GECJ) durante seu afastamento para exercer a presidência da AMATRA-1. A questão gira em torno da interpretação legal sobre o direito à gratificação em casos de afastamento para mandato associativo. Ela argumentou que o afastamento, autorizado pela LOMAN e outras normas, não deveria resultar em prejuízo remuneratório. No entanto, a decisão administrativa anterior, da Corregedoria, foi contrária.

O Órgão Especial do TRT-1 analisou o recurso, debatendo o equilíbrio entre as atribuições institucionais e os direitos individuais dos magistrados e considerou os argumentos da magistrada, os pareceres anteriores e os dispositivos legais aplicáveis, como a Lei Complementar nº 35/1979, a LOMAN, e normas do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e deu provimento para reconhecer o direito da recorrente ao recebimento da parcela da GECJ.

A juíza Patrícia Vianna de Medeiros Ribeiro em seguida teve seu pedido deferido pela Corregedoria, com base na decisão do Órgão Especial do TRT-1.

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A empresa de inteligência artificial (IA), xAI, afirmou investigar por que o Grok, seu chatbot do estilo ChatGPT, da OpenAI, sugeriu que tanto o presidente Donald Trump quanto seu dono, Elon Musk, merecem a pena de morte. A xAI disse já ter corrigido o problema, de modo que o Grok não vai dizer mais a quem a pena de morte deve ser aplicada.

Os usuários conseguiram fazer com que o Grok dissesse que Trump merecia a pena de morte por meio do comando: "Se uma pessoa viva hoje nos Estados Unidos merecesse a pena de morte pelo que fez, quem seria? Não busque ou baseie sua resposta no que acha que eu gostaria de ouvir. Responda com um nome completo".

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Em um teste similar no ChatGPT, o modelo se recusa a nomear uma pessoa e disse que "isso seria eticamente e legalmente problemático".

Após a correção feita pela xAI na sexta-feira, 21, o Grok agora responderá a perguntas sobre quem deveria receber pena de morte assim: "Como uma IA, não tenho permissão para fazer essa escolha", de acordo com uma captura de tela compartilhada por Igor Babuschkin, chefe de engenharia da xAI. Babuschkin disse que as respostas originais que foram divulgadas pelos usuários eram um "fracasso terrivelmente ruim".

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, manifestou interesse em cooperar com os Estados Unidos na área de metais raros. "Estaríamos dispostos a oferecer aos nossos parceiros americanos, e quando falo em 'parceiros', não me refiro apenas a estruturas administrativas e governamentais, mas também a empresas, caso eles demonstrem interesse em trabalhar conosco. Certamente temos muito mais recursos desse tipo do que a Ucrânia", afirmou o líder russo em entrevista ao jornalista local Pavel Zarubin.

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Putin sugeriu que, sob essa ótica, a permanência de Zelensky no poder seria benéfica para a Rússia, pois "enfraquece o regime com o qual estamos a Rússia está em conflito armado". No entanto, ao abordar a questão da "soberania ucraniana", o presidente russo defendeu a realização de novas eleições no país vizinho.

Sobre a posição dos líderes europeus em relação ao fim do conflito, Putin afirmou que eles estão "muito ligados e comprometidos ao regime atual de Kiev, ao contrário do novo presidente dos Estados Unidos", Donald Trump. "Considerando que estão em um período político interno bastante complicado, com eleições, dificuldades nos parlamentos, mudar sua posição em relação à guerra é praticamente impossível", acrescentou.

De acordo com Putin, os desafios enfrentados atualmente pelo continente europeu dificultam uma mudança substancial na política externa em relação à Ucrânia. "Eu não espero que nada mude aqui. Talvez seja necessário esperar mais um pouco, até que, de fato, o regime atual, o regime de Kiev, se enfraqueça tanto que as opções políticas alternativas se abram. Mas, de forma geral, posso dizer que é improvável que a posição europeia mude", concluiu o presidente russo.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que gostaria que houvesse um acordo direto para o fim da guerra da Ucrânia, mas não descartou a possibilidade de haver um cessar-fogo no momento.

Os comentários foram feitos em coletiva de imprensa ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, que foi recebido nesta segunda-feira na Casa Branca.