'Plano A é Bolsonaro, posso ser o plano B', diz Eduardo Bolsonaro sobre eleição de 2026

Política
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta quarta-feira, 4, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segue como o "plano A" do partido para a eleição presidencial de 2026. Ele próprio, contudo, colocou-se à disposição como o "plano B" para a disputa.

Apesar da declaração, feita durante um painel da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) na Argentina, o filho "03" do ex-presidente ressaltou que não é pré-candidato ao Planalto. A CPAC é um fórum de lideranças conservadoras e já teve uma edição no Brasil.

Jair Bolsonaro, "plano A" do PL para 2026, está inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente foi condenado em três ocasiões. Duas penas por inelegibilidade seguem em vigor, enquanto outra decisão foi revogada.

A primeira condenação ocorreu em junho de 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, em razão da reunião com embaixadores na qual o então presidente atacou, sem apresentar provas, as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral do País. Três meses depois, em outubro, o ex-chefe do Executivo foi condenado por abuso de poder político durante o feriado de Dia da Independência em 2022. Os ministros concluíram que ele usou a data cívica para fazer campanha.

Apesar de estar inelegível, o ex-presidente coloca-se como opção para o próximo pleito presidencial e conta uma anistia para voltar a disputar cargos eletivos. Na Câmara, um projeto de lei que anistia os presos durante os atos golpistas de 8 de Janeiro está com a tramitação congelada, aguardando a criação de uma comissão especial, que depende da presidência da Casa. Apesar de, por ora, não incluir Jair Bolsonaro, o PL da Anistia é encampado por bolsonaristas e sua aprovação poderia pavimentar uma medida que beneficiasse o ex-mandatário.

Além da tramitação congelada, a margem para a aprovação do projeto foi dificultada pelo atentado a bomba à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de novembro, e pela conclusão do inquérito da Polícia Federal (PF) por uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Enquanto o ataque de Francisco Wanderley Luiz teve inspiração direta nos atos de 8 de Janeiro - admitida pelo próprio autor -, o relatório final da PF sobre a tentativa de ruptura institucional conclui que a narrativa de fraude eleitoral difundida por aliados do ex-presidente para "propiciar" o golpe de Estado desembocou nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023.

Com a tramitação da anistia dificultada no Congresso, o ex-presidente passou a fazer apelos diretos ao STF, chegando a pedir "por favor" pela medida de perdão, a qual, segundo Bolsonaro, serviria para "pacificar" o País.

Além das condenações no campo eleitoral, que vigoram até 2030, Jair Bolsonaro pode ser condenado na esfera criminal, o que o tornaria inelegível conforme a Lei da Ficha Limpa. O ex-presidente acumula três indiciamentos da Polícia Federal: por fraude em seu cartão de vacinas; pelo caso das joias, revelado pelo Estadão; e pela tentativa de golpe de Estado após o pleito de 2022, na qual é apontado como o líder da conspiração que pretendeu reverter o resultado das urnas.

Nos três casos, Bolsonaro ainda não foi a julgamento. Antes, os indiciamentos devem ser analisados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode apresentar ou não uma denúncia contra o ex-presidente. A denúncia, por sua vez, pode ou não ser aceita pela Justiça, momento em que o ex-chefe do Executivo passaria a ser considerado réu.

Como mostrou o Estadão, o entorno de Jair Bolsonaro não só insiste em colocá-lo como pré-candidato à Presidência em 2026 como avalia uma estratégia semelhante à do PT no pleito de 2018. Condenado em terceira instância em abril daquele ano, Lula estava inelegível. O partido, porém, decidiu lançá-lo como candidato a presidente em chapa com o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). Após o TSE barrar a candidatura de Lula, Haddad assumiu a cabeça da chapa. A vaga de vice foi ocupada por Manuela D'Ávila (PCdoB).

O PTB realizou um arranjo similar na eleição de 2022. O candidato da sigla, inicialmente, era o ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado pelo escândalo do mensalão. Após ter a candidatura derrubada, Jefferson foi substituído por seu vice, Padre Kelmon.

Ao dizer que pode ser um "plano B" para 2026, Eduardo Bolsonaro contraria seu irmão, Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Em entrevista à CNN Brasil em 6 de novembro, o senador afirmou que "o plano A é Jair Bolsonaro, o plano B é o plano A". Eduardo também contraria Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, que afirmou que a opção "número 1" para se candidatar à Presidência é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A migração de Tarcísio para a sigla de Bolsonaro é especulada nos bastidores e esperada pelo próprio Valdemar.

"Eu acho que o Bolsonaro ainda vai ser candidato. Quando o Lula estava preso vocês achavam que ele ia ser candidato? Ninguém achava no Brasil. Mas eu acho que vai ter uma saída (para Bolsonaro). Acho que vai ter uma saída para isso. A gente vai botar para votar a anistia. O candidato nosso é o Bolsonaro, seria o melhor para nós. Mas (após Bolsonaro), o número 1 da fila é o Tarcísio", disse Valdemar em entrevista à GloboNews em 11 de outubro.

Eduardo Bolsonaro foi "lançado" como candidato ao Senado por Valdemar Costa Neto em uma agenda no interior paulista em 6 de junho. "Nosso candidato a senador daqui a dois anos. Isso é o futuro", afirmou o dirigente do PL.

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Após os resultados da pesquisa de boca de urna, o candidato Friedrich Merz, da União Democrática Cristã (CDU), partido conservador tradicional, se declarou vencedor das eleições legislativas da Alemanha. Segundo a boca de urna, a legenda teve 29% dos votos, seguida pelo partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), liderado por Alice Weidel, que ficou com 19,5%. É o melhor resultado para a extrema direita alemã desde a Segunda Guerra Mundial. O Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, ficou em terceiro lugar, com 16%

Tradicionalmente, o candidato do partido que obtém o maior número de votos se torna o novo chanceler, mas essa definição só ocorrerá após as negociações para a formação de uma coalizão, que devem acontecer nas próximas semanas. Após os resultados das eleições, os principais partidos tentarão formar uma aliança estável para governar, já que é difícil que um partido consiga 50% dos votos, o que garantiria o controle do Bundestag.

Todos os grandes partidos do sistema político da Alemanha se recusaram a trabalhar com o AfD, uma estratégia criada desde o fim da 2ª Guerra para impedir o retorno de extremistas ao poder após a derrota do nazismo.

Merz, vencedor pela boca de urna e que se autodenomina um conservador social e liberal econômico, levou os democratas-cristãos mais para a direita, principalmente em relação à imigração, desde que sucedeu a ex-chanceler Angela Merkel como líder do partido em 2021. Merkel criticou abertamente Merz no mês passado por ter contado com o apoio da extrema-direita para aprovar uma moção não vinculante sobre migração no parlamento.

Merz deve ter um caminho difícil para formar um governo na Alemanha, mas prometeu iniciar rapidamente as conversas com o intuito de restaurar a liderança alemã na Europa. "O mundo exterior não está esperando por nós", disse ele aos apoiadores. "E também não está à espera de longas conversas e negociações de coligação. Agora devemos ser capazes de agir rapidamente novamente para que possamos fazer a coisa certa."

O chanceler Olaf Scholz também reconheceu a derrota de seu partido em um discurso na sede da legenda. "É um sentimento amargo", discursou Scholz diante de uma multidão.

Coalizão

É incerto se Merz terá maioria para formar uma coalizão com o partido de Scholz ou se precisará de um terceiro partido para formar governo. O líder conservador disse que "o mais importante é restabelecer um governo viável na Alemanha o mais rápido possível".

"Estou ciente da responsabilidade", disse Merz. "Também estou ciente da escala da tarefa que temos pela frente. Abordo isso com o maior respeito e sei que não será fácil."

A líder do AfD, Alice Weidel, afirmou que a legenda de extrema direita está "aberta a negociações de coligação" com o partido de Merz. Mas o líder do CDU não deseja formar uma coalizão com a AfD.

Trump parabeniza Merz

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou o resultado da União Democrática Cristã (CDU), o partido conservador tradicional. O republicano apontou que este domingo, 23, é "um grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos".

"Assim como nos Estados Unidos, as pessoas na Alemanha se cansaram da agenda sem bom senso, especialmente em energia e imigração, que permaneceu por tantos anos", disse Trump em uma publicação escrita em maiúsculas em sua plataforma Truth Social. "É um grande dia para a Alemanha", acrescentou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Depois de ficar em segundo lugar na pesquisa boca de urna, a líder do partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), Alice Weidel, afirmou neste domingo, 23, que a meta é superar o partido conservador e conseguir vencer as próximas eleições.

"Somos o único partido a dobrar nossa posição em relação à última eleição - o dobro", Weidel disse a apoiadores na sede do partido em Berlim, acrescentando que o partido ainda estava tentando desempenhar algum papel no próximo governo alemão.

Neste domingo, os alemães escolhem os novos membros do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento, que decide o novo chanceler do país. A expectativa é de que o vencedor oficial seja conhecido ainda na noite deste domingo.

De acordo com pesquisa boca de urna das emissoras públicas ARD e ZDF, o bloco conservador cristão CDU/CSU, com o líder Friedrich Merz do União Democrata Cristã (CDU), venceu com 29% dos votos. Em segundo lugar aparece a AfD, liderado por Weidel, com 19,5%. É o melhor resultado para a extrema direita alemã desde a Segunda Guerra Mundial. "Resta ver o que acontecerá nas próximas semanas", disse ela, referindo-se às negociações que devem ocorrer agora para formar um governo de coalizão.

Mas, em seguida, ela mirou em Friedrich Merz, que tende a ser o próximo chanceler alemão. "Mas se a CDU cometer fraude eleitoral contra a AfD, copiando nosso programa e depois entrando em uma coalizão com a ala esquerda, haverá novas eleições mais rápido do que se pode imaginar. Nós ultrapassaremos a CDU e esse é o nosso objetivo", continuou Weidel.

Ainda de acordo com a boca de urna, o Partido Social-Democrata (SPD), do atual chefe de governo Olaf Scholz, aparece em terceiro lugar, com 16%, seguido pelo Partido Verde, com 13,5%.

A próxima tarefa para os vencedores da eleição será formar uma coalizão. Se os resultados se mantiverem, os únicos parceiros viáveis para os conservadores da CDU/CSU serão a chamada Grande Coalizão, ou "GroKo", com os social-democratas, ou uma configuração "Black-Green" com os verdes.

AfD deve liderar bloco da oposição

Todos os grandes partidos do sistema político da Alemanha se recusaram a trabalhar com o AfD, uma estratégia criada desde o fim da 2ª Guerra para impedir o retorno de extremistas ao poder após a derrota do nazismo.

Merz, vencedor pela boca de urna e que se autodenomina um conservador social e liberal econômico, levou os democratas-cristãos mais para a direita, principalmente em relação à imigração, desde que sucedeu a ex-chanceler Angela Merkel como líder do partido em 2021. Merkel criticou abertamente Merz no mês passado por ter contado com o apoio da extrema-direita para aprovar uma moção não vinculante sobre migração no parlamento.

O AfD, cujos ramos são classificados pela inteligência interna como extremistas, aproveitou as queixas de uma parcela significativa do eleitorado que está preocupada com a economia, com a imigração e insatisfeita com o establishment político - nas palavras de seus líderes, "partidos de cartel".

Mas ele tem pouca chance de fazer parte do próximo governo. No país que viu a ascensão de Adolf Hitler e dos nazistas, todos os outros partidos renovaram suas promessas de manter o muro de fogo de longa data contra a extrema direita, descartando a cooperação com o AfD. Ainda assim, ele provavelmente será o maior partido de oposição no Bundestag.

Protestos contra a extrema direita

Milhares de pessoas em toda a Alemanha protestaram contra a extrema direita nas semanas anteriores à eleição. Mais duas manifestações foram planejadas na capital alemã para a noite deste domingo.

Olaf Scholz permanecerá como chanceler até que um acordo de coalizão seja fechado e seu sucessor seja empossado. Ele descartou a possibilidade de assumir um cargo ministerial.

Três dos nove governos de coalizão da Alemanha desde a reunificação, incluindo dois sob Merkel, foram grandes coalizões. Ela é vista como um arranjo imperfeito porque deixa vácuos em ambos os lados do espectro político.

O vice-presidente americano, JD Vance, e o bilionário da tecnologia e conselheiro de Trump, Elon Musk, endossaram o apoio expresso ao AfD, causando alvoroço no país. Mas a afirmação de Musk de que "somente o AfD pode salvar a Alemanha" e a declaração de Vance de que "não há espaço para muros de proteção" em uma democracia pareceram ter pouco efeito sobre a campanha.

A campanha começou com preocupações sobre o motor econômico da Europa, mas uma sucessão de ataques mortais de estrangeiros nos últimos meses mudou a discussão para políticas mais rígidas sobre migração e asilo. Um esfaqueamento na sexta-feira, supostamente cometido por um refugiado sírio, manteve o assunto nas manchetes até as últimas horas da campanha.

Em uma seção eleitoral no bairro de Prenzlauer Berg, na cidade, popular entre jovens ricos e famílias de esquerda, Nadine Nimczyk, uma administradora municipal de 47 anos e mãe de dois filhos, disse estar preocupada com o fato de que "o futuro do país não será mais democrático".

"Para nós, como família... é importante que tudo ainda seja possível, que o futuro seja garantido para as crianças, que seja possível conseguir uma consulta médica... mas ao mesmo tempo fazer algo para a proteção do clima", disse ela. "Não quero ter que mandar meus filhos para um mundo destruído."

No distrito de Lichtenberg, um antigo reduto da esquerda, a AfD apresentou como candidata Beatrix von Storch, neta do ministro das finanças de Hitler.

Um eleitor do AfD que votou pela primeira vez disse estar mais preocupado com a economia e a migração.

"Não tenho problemas com todos os migrantes. Mas eles deveriam trazer algo com eles; que possam mostrar que têm um emprego ou uma habilidade", disse Andreas S., um vendedor de 39 anos que falou sob a condição de que seu sobrenome completo não fosse divulgado para proteger sua privacidade. "Como você explica que algumas pessoas tenham que remexer em latas de lixo para retirar garrafas com depósitos, mesmo tendo trabalhado muito duro durante toda a vida?"

Nick Schuster disse que estava preocupado com o deslizamento para a direita. "Acho que é triste", disse Schuster, um engenheiro eletrônico de 24 anos. "E como homem homossexual, estou ainda mais preocupado." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em um discurso em tom de fracasso, o chanceler alemão Olaf Scholz se disse responsável pela derrota "amarga" que a sua legenda, o Partido social-democrata (SPD) sofreu nas eleições. A sigla ficou na terceira posição do pleito realizado neste domingo na Alemanha, conforme pesquisa de boca de urna.

Scholz disse se sentir honrado por ter sido chanceler, e apontou que agora é hora de tratar das coligações. Ele se mostrou preocupado com o bom resultado da AFD, o partido de extrema-direita que ficou em segundo lugar.

Merz: ganhamos essa eleição federal

O líder da aliança conservadora União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, disse em discurso neste domingo, 23, que considera sua legenda a vencedora da eleição na Alemanha. Na pesquisas de boca de urna da ARD, o partido de Merz ficou em primeiro lugar, com 29% dos votos. O resultado ainda não é oficial.

Merz disse que o caminho do governo não será fácil e que o "mundo lá fora" precisa de uma Alemanha confiável. Merz discursou para partidários, e a fala foi transmitida pela CNN internacional. Ele falou ainda que a noite deste domingo, na Alemanha, será de comemoração e que o trabalho começará amanhã.