Eduardo Suplicy quer convocar Derrite na Alesp para esclarecer violência policial

Política
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O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT), da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), quer convocar o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, para esclarecer ao Legislativo paulista a escalada de episódios de violência policial no Estado. O requerimento de Suplicy é subscrito pelas deputadas Ediane Maria (PSOL) e Beth Sahão (PT).

Nas últimas semanas, episódios de violência da Polícia Militar paulista ganharam repercussão nacional. No dia 3 de novembro, um homem de 26 anos tentou furtar pacotes de sabão em um supermercado no Jardim Prudência, na zona sul de São Paulo, e escorregou no momento da fuga. Um policial de folga que estava no caixa presenciou a cena e disparou onze vezes contra o homem, que não apresentava resistência ou ameaça. As imagens do circuito interno do estabelecimento só vieram à tona na segunda-feira, dia 2 de dezembro.

Neste mesmo dia, durante a madrugada, um policial jogou um homem de uma ponte na região de Cidade Ademar, na zona sul da capital paulista. Neste caso, o homem também não apresentava ameaça ou resistência ao agente policial.

O requerimento de Suplicy defende que os episódios não se tratam de "fatos isolados". A polícia paulista matou 496 pessoas de janeiro a setembro. Trata-se do maior número para o período desde 2020, quando o índice chegou a 575. Em relação ao mesmo intervalo no ano passado, a alta é de 75%. "Todos os esforços para reverter esse quadro vão sendo substituídos por um discurso de legitimação do uso da violência policial para o combate ao crime", diz o documento protocolado pelo petista.

Nas comissões permanentes da Alesp, a modalidade de "convite" não é de comparecimento obrigatório, distinguindo-se da "convocação", de cumprimento compulsório. O requerimento está na pauta do próximo encontro do colegiado, mas ainda não há data marcada para a sessão.

Ao ser pautado, qualquer membro da Comissão de Segurança Pública e Assuntos Penitenciários poderá pedir vista, que significa mais tempo para o órgão temático decidir sobre a aprovação ou rejeição do requerimento. O pedido de vista, na prática, adiaria a tramitação do pedido para a sessão seguinte.

Com a proximidade do recesso parlamentar, solicitar vista postergaria a decisão sobre o requerimento em mais de dois meses. Os deputados estaduais de São Paulo suspenderão os trabalhos legislativos em 15 de dezembro e só retomarão as atividades na Casa em 1º de fevereiro.

O colegiado de segurança pública da Alesp é presidido por Major Mecca (PL) e composto por 11 membros, incluindo o presidente e o vice, Delegado Olim (PP). Veja a relação de parlamentares que integram o grupo:

- Major Mecca (PL) (presidente)

- Delegado Olim (PP) (vice-presidente)

- Agente Federal Danilo Balas (PL)

- Conte Lopes (PL)

- Eduardo Suplicy (PT)

- Reis (PT)

- Rafa Zimbaldi (Cidadania)

- Altair Moraes (Republicanos)

- Rafael Saraiva (União Brasil)

- Ediane Maria (PSOL)

- Jorge Caruso (MDB)

Guilherme Derrite é deputado federal licenciado pelo PL e já comparece à Alesp semestralmente para prestar contas sobre sua gestão na pasta de Segurança Pública do Estado. A última audiência com o secretário na Casa foi realizada em 6 de novembro.

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Os Estados Unidos votaram junto com a Rússia, Coreia do Norte, Belarus e outros 14 países próximos a Moscou nesta segunda-feira, 24, contra uma resolução que condena a agressão russa na Ucrânia e pede a devolução do território ocupado. Apesar da rara aliança entre Washington e Moscou, o documento, apresentado pelos ucranianos, foi aprovado por ampla maioria na Assembleia-Geral da ONU.

A delegação americana tentou aprovar uma resolução alternativa, de autoria própria, que foi votada em separado e pedia o fim negociado para a guerra. Após países europeus incluírem emendas no texto, os próprios americanos desistiram de apoiá-lo e se abstiveram. Este texto, no entanto, foi aprovado pela maioria dos membros da Assembleia-Geral.

Ao contrário das resoluções aprovadas no Conselho de Segurança, as da Assembleia-Geral têm caráter simbólico e servem como termômetro do sentimento dos países-membros sobre determinado tema. A aproximação entre EUA e Rússia, no entanto, é rara, assim como o afastamento entre europeus e americanos.

Desde que chegou ao cargo, o presidente Donald Trump tem se aproximado de Vladimir Putin e indicado que pretende negociar um fim da Guerra na Ucrânia em termos que beneficiam Moscou. O alinhamento tem preocupado países da Europa Ocidental.

Uma autoridade do Departamento de Estado, falando sob condição de anonimato sobre as negociações, disse que os Estados Unidos apresentariam sua resolução em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, composto por 15 membros, na segunda-feira, e vetariam quaisquer emendas.

"Embora nossos parceiros no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral queiram debater toda a situação agora, estamos muito mais concentrados em levar as partes à mesa de negociações para que o próximo passo possa ser dado", disse o funcionário.

Richard Gowan, especialista em ONU do International Crisis Group, disse que a divisão entre os Estados Unidos e a Europa marcou "a maior divisão entre as potências ocidentais na ONU desde a Guerra do Iraque - e provavelmente ainda mais fundamental". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, na Casa Branca, nesta segunda-feira, e disse que o país está "muito perto" de alcançar um acordo de paz para a guerra entre Ucrânia e Rússia. Na ocasião, o republicano afirmou que países europeus estarão envolvidos nas negociações para o conflito.

"Meu trabalho é fazer com que a guerra seja resolvida", defendeu Trump, que disse que a Europa garantirá a segurança dos ucranianos. "Ainda não sei quando encontrarei Putin, mas isso vai acontecer", ressaltou o líder americano ao falar sobre uma visita à Moscou "quando for apropriado".

Macron disse que os dois países têm o mesmo objetivo, que é alcançar a paz do conflito no Leste da Europa e que os ativos congelados da Rússia farão parte das negociações. "O envolvimento dos EUA através de um acordo sobre minerais críticos é algo positivo", disse ao mencionar que "tudo está na mesa".

Trump ressaltou que os Estados Unidos e a França possuem "uma relação especial" e indicou que pretende mantê-la. Ao ser questionado sobre tarifas recíprocas, ele disse que é como "uma troca". "Quem nos taxa, será taxado", explicou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta segunda, 24, que as conversas sobre paz na Ucrânia "estão indo bem", em publicação na Truth Social, após o término da reunião do G7. O encontro marcou o aniversário de três anos da invasão da Rússia em território ucraniano.

"Todos expressaram o desejo de ver a guerra terminar e enfatizei a importância vital do acordo de minerais críticos e terras raras entre EUA e Ucrânia, que esperamos que seja assinado em breve!", escreveu o republicano. Segundo ele, o acordo garantirá que os EUA recuperem "bilhões de dólares e equipamento militar" enviado para a Ucrânia, enquanto também contribuí para o crescimento da economia ucraniana.

O presidente americano também comentou que está em "discussões sérias" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o término da guerra e sobre o desenvolvimento de "grandes transações econômicas" bilaterais com os Estados Unidos.

Trump participou da reunião do G7 ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, no Salão Oval da Casa Branca. Os líderes se reuniram novamente nesta tarde para uma reunião bilateral, que será seguida por coletiva de imprensa conjunta.

Reino Unido

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o G7 deve estar pronto para "assumir mais riscos" na guerra entre Ucrânia e Rússia, o que sanções contra gigantes do petróleo da Rússia. Em discurso realizado nesta segunda-feira, ele ressaltou a importância de aumentar a pressão econômica, para que o presidente russo, Vladimir Putin, "faça concessões".

"Hoje estamos anunciando o maior pacote de sanções do Reino Unido desde os primeiros dias da guerra. Estamos indo atrás da frota fantasma da Rússia e das empresas na China e em outros lugares que estão enviando componentes militares", disse.

Starmer defendeu uma "força coletiva para o esforço de paz" e disse que é preciso "acertar os fundamentos" criados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Se quisermos que a paz dure, a Ucrânia deve ter um assento à mesa. Um apoio dos EUA será vital para impedir a Rússia de lançar outra invasão em apenas alguns anos", explicou.