Salvo pelo Senado em 2017, Aécio vota por prisão de deputado bolsonarista

Política
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Salvo pelo plenário em 2017, quando havia sido afastado do mandato de senador pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o atual deputado Aécio Neves (PSDB-MG) votou nesta sexta-feira, dia 19, a favor de manter a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), determinada pela Corte.

Há três anos, o então senador Aécio era beneficiado pelo plenário da Casa, numa situação semelhante à que ocorreu agora com Silveira. Na ocasião, o Senado teve de referendar - e acabou derrubando - uma medida cautelar de afastamento do mandato de Aécio. Tudo porque a Primeira Turma do Supremo havia suspendido as funções parlamentares do tucano e determinado o seu recolhimento domiciliar noturno. Aécio foi delatado no escândalo da JBS por recebimento de R$ 2 milhões em propina. Ele negou irregularidades e se disse vítima de "armação".

À época, ao ter o mandato salvo pelos colegas, Aécio disse que a decisão do plenário "garantiu a plenitude da representação popular" e "restabeleceu os princípios essenciais de um Estado democrático". No ano seguinte, o Supremo o tornou réu por obstrução da Justiça e corrupção passiva, acatando denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

No caso de Silveira, porém, Aécio seguiu a orientação do PSDB. Mas nem todos da bancada agiram assim. Deputados com trânsito no governo Jair Bolsonaro, como Pedro Cunha Linha (PB), Lucas Redecker (RS) e Daniel Trzeciak (RS), contrariaram a orientação partidária e deram votos a favor da libertação de Silveira.

Traições às orientações de bancada também ocorreram em partidos como DEM, Cidadania, Republicanos, MDB, PSB, Progressistas, PSD e PDT, entre outros. Na maior parte dos casos, os deputados alinhados ao Palácio do Planalto não seguiram a orientação. Houve também ausências: ré acusada de mandar matar o marido, a deputada Flordelis (PSD-RJ) não votou, assim como o novo ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA).

O líder do governo, Ricardo Barros (Progressistas-PR), e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP, filho do presidente, confirmaram o voto a favor da libertação de Silveira, como anunciaram antes.

No PSL, partido de Silveira, também houve ausências. Investigadas no inquérito de fake news do STF, as deputadas Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF) votaram contra a decisão unânime do Supremo. As duas tentam assumir cargos na nova direção da Câmara e sofrem resistências.

Kicis quer presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas pode ficar pelo caminho por contrariedade, revelada nos bastidores, de nomes do Centrão e ministros do Supremo. Zambelli, por sua vez, é cotada para chefiar a Secretaria de Comunicação da Câmara. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) pediu que o STF e a Procuradoria- Geral da República se pronunciem sobre a qualificação de Zambelli. No ano passado, a deputada foi chamada para depor no inquérito que investiga a disseminação de fake news.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está aberto a uma reunião em junho com o presidente chinês, Xi Jinping. Os líderes ainda não se encontraram presencialmente desde Trump assumiu a presidência, em 20 de janeiro.

Em entrevista à Fox News divulgada nesta quarta-feira, 19, o republicano afirmou que a receita arrecada com os "golden visas" será usada para reduzir a dívida americana e que haverá uma série de verificações para os recebedores do visto especial.

Em fevereiro, o presidente americano revelou uma nova proposta de "visto dourado", destinado a estrangeiros ricos dispostos a pagar milhões pelo direito de viver nos EUA.

Ele voltou a dizer que as tarifas impostas em 2 de abril serão recíprocas de países que tiram vantagem dos EUA e que seus antecessores presidenciais deixaram "o país na mão".

O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou que vai solicitar a ajuda do Exército brasileiro, dos Estados Unidos e de países europeus para combater o crime organizado no país, considerado o mais violento da América Latina em 2024. A declaração foi dada em entrevista ao jornal britânico BBC nesta terça-feira, 18.

São Paulo, 19/03/2025 - Os exércitos fariam parte de uma força militar estrangeira, que Noboa propõe para ajudar no combate ao narcotráfico do país. Ele já havia falado sobre o plano antes, mas esta foi a primeira vez que o presidente nomeou países, incluindo o Brasil. "Setenta por cento da cocaína do mundo sai pelo Equador. Precisamos da ajuda de forças internacionais", disse à BBC.

Fontes do Exército brasileiro ouvidas pelo Estadão disseram que é improvável que tropas sejam enviadas. A atuação de forças estrangeiras costuma ser utilizado como recurso extremo em países com crises e tende a ser abordado no âmbito da ONU, que aprovam, por exemplo, as missões de paz. O Brasil liderou uma dessas missões no passado, no Haiti, mas esse não é o caso do Equador.

Noboa, que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata Luisa González no dia 13, afirmou que também quer que o presidente dos EUA, Donald Trump, passe a considerar as organizações criminosas do país como terroristas, a exemplo do que fez contra os cartéis de drogas do México.

Desde que assumiu o cargo em novembro de 2023, o governo Noboa enfrenta uma crise de segurança que o levou a declarar conflito armado interno em janeiro do ano passado e a alterar a legislação para endurecer as leis. O decreto autorizou o Exército equatoriano a atuar nas ruas do país.

Apesar disso, a violência no Equador continua em alta. Em janeiro, a polícia do Equador registrou o janeiro mais violento da história. Foram 600 homicídios, contra 479 no ano passado. Nos primeiros 50 dias deste ano, 1,3 mil homicídios foram registrados - uma média de um assassinato a cada hora.

Os homicídios estão relacionados, em sua maioria, ao narcotráfico. O Equador se tornou um dos principais exportadores de cocaína para os Estados Unidos nos últimos anos. O fluxo fortaleceu diferentes facções criminosas, que disputam territórios entre si e atuam em diversos negócios ilícitos além do narcotráfico, como mineração ilegal e tráfico de armas.

Segundo um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Transnacional Organizado de 2024, uma das facções presentes no Equador é o Primeiro Comando da Capital (PCC). Facções da Albânia, México e Itália também atuam no país, além de grupos locais como Los Choneros e Los Lobos.

Segundo a BBC, Noboa ordenou que o Ministério das Relações Exteriores busque acordos de cooperação com "nações aliadas" para apoiar a polícia e o exército do Equador e quer mudar a Constituição para permitir a instalação de bases militares estrangeiras no país.

Críticos do presidente afirmam que o plano, no entanto, tem um caráter eleitoral. Com a permanência da violência, esse é o tema de maior preocupação entre os equatorianos, de acordo com as pesquisas eleitorais. No primeiro turno, Noboa, que era o favorito, ficou à frente da adversária Luisa González, do Movimento pela Revolução Cidadã, por 0,5%.

Analistas de segurança afirmam que a estratégia adotada pelo presidente com relação a segurança é insuficiente, porque não englobam o fortalecimento de instituições. "São necessárias estratégias mais abrangentes para enfraquecer as estruturas e redes do crime organizado", disse Robert Muggah, diretor do Instituto Igarapé.

Israel disse nesta quarta-feira que suas tropas retomaram parte de um corredor que divide a Faixa de Gaza, e seu ministro da Defesa advertiu que os ataques se intensificarão até que o Hamas liberte dezenas de reféns e abandone o controle do território.

Os militares afirmaram que retomaram parte do Corredor Netzarim, onde haviam se retirado anteriormente como parte de um cessar-fogo iniciado em janeiro. Essa trégua foi rompida na terça-feira, 19, por ataques aéreos israelenses que mataram mais de 400 palestinos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Em Israel, a retomada de ataques aéreos e das manobras terrestres levantou preocupações sobre o destino de cerca de duas dúzias de reféns mantidos pelo Hamas que, acredita-se, ainda estejam vivos. Milhares de israelenses participaram de manifestações contra o governo em Jerusalém e muitos pediram um acordo para trazer os prisioneiros de volta para casa.

Um porta-voz do Hamas, Abdel-Latif al-Qanou, disse que as ações das forças terrestres em Gaza eram um sinal claro de que Israel havia desistido da trégua e estava reimpondo um "bloqueio".

Também hoje, as Nações Unidas declararam que um de seus funcionários foi morto em Gaza e outros cinco ficaram feridos em um aparente ataque a uma casa de hóspedes. Não ficou imediatamente claro quem estava por trás do ataque, de acordo com a ONU.