Inelegibilidade de Caiado Pode não se sustentar em instâncias superiores, diz analista político

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A decisão em primeira instância da Justiça Eleitoral de Goiás que determinou a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) por oito anos pode não se sustentar em instâncias superiores, afirmou o analista político Ricardo Ribeiro, da LCA e MCM Consultores, ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Caiado é um dos nomes cotados do campo da direita para disputar a sucessão presidencial de 2026, inclusive ele próprio já se colocou como pré-candidato.

"É uma decisão de primeira instância. Ainda cabe recurso ao TRE de Goiás e depois ao TSE. Pelo visto a acusação é de uso do palácio do governo para eventos da campanha do Sandro Mabel. Se for só isso, acho improvável que a inelegibilidade seja sustentada nas instâncias superiores. Pode levar uma multa, mas ficar inelegível acho difícil", afirmou Ribeiro.

O caso, que envolve também Sandro Mabel, prefeito eleito de Goiânia, e sua vice, Cláudia Lira (Avante), aponta o uso do Palácio das Esmeraldas em jantares de apoio à campanha de Mabel. A sentença, emitida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, determinou, além da inelegibilidade por oito anos, a cassação do registro de Mabel e multas aos envolvidos.

Ribeiro avaliou ainda o impacto político de uma possível manutenção da inelegibilidade. Mesmo colocando seu nome no tabuleiro da sucessão presidencial de 2026, Ribeiro avalia que o governador não é um nome competitivo para a empreitada. "Se ficar inelegível, é um presidenciável a menos no campo da direita. Mesmo assim, mudaria pouco o cenário para 2026. Caiado não parece ter condições de se tornar um candidato de fato competitivo em 2026."

Embora a decisão tenha gerado repercussão no cenário político, a análise do especialista sugere que as chances de reversão são altas, especialmente considerando a natureza das acusações. A defesa de Caiado ainda não se pronunciou, enquanto os advogados de Mabel disseram que receberam a condenação com surpresa e que "não houve qualquer irregularidade na conduta apontada". O caso segue para análise do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO), com possível recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além da inelegibilidade, as penas incluem multas de R$ 60 mil para Caiado, R$ 40 mil para Mabel e R$ 5.320,50 para Cláudia Lira. A defesa dos acusados ainda não se manifestou sobre os próximos passos após a decisão. Enquanto isso, o processo segue para análise do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) e pode chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.