Maia defende CPI da Covid e afirma que impeachment 'não tinha chance'

Política
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O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu nesta terça-feira, 23, que a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia seria mais efetiva do que abrir um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o ex-presidente da Câmara, a eleição de Arthur Lira (Progressistas-AL), apoiado pelo Planalto para comandar a Casa, mostra que não havia "perna política" para levar adiante um processo de impeachment do chefe do Executivo.

"A eleição da Câmara provou que não tínhamos perna política. A força do governo prevaleceu", afirmou Maia em entrevista ao site UOL. Segundo ele, um impeachment, neste momento, geraria uma polarização, que "é tudo o que o Bolsonaro precisa e tenta fazer todos os dias".

"Estamos com muito problema na pandemia para fazer o que o Bolsonaro queria. Um impeachment, no meu ponto de vista, ia gerar uma polarização que é tudo o que o Bolsonaro precisa e tenta fazer todos os dias. Ia tirar da pauta a pandemia e ia colocar na pauta o impeachment, em que ele sairia vitorioso nesse primeiro momento", completou.

Na avaliação de Maia, todos os políticos deveriam concentrar esforços na abertura da CPI da Covid-19, que já teve requerimento protocolado no Senado. A medida foi assinada por 30 parlamentares, três a mais do que o mínimo necessário, entre assinaturas físicas e virtuais, incluindo a do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido.

"Acho que a CPI que o Senado e senadores já conseguiram assinaturas deveria ser a prioridade de todos nós políticos. Compreender em que condições o governo vem se omitindo, principalmente na área da saúde", disse Maia. A instalação da comissão depende do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O deputado ainda classificou como "crime grave" o fato de o governo não ter respondido aos contatos do presidente da Pfizer para compra de vacinas contra covid-19. Mais cedo, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro definitivo no Brasil da vacina produzida pela Pfizer. O governo brasileiro, porém, ainda negocia a compra do imunizante.

Ao ser perguntado se acredita que há crime de responsabilidade na condução do enfrentamento à pandemia por parte de Bolsonaro, Maia disse: "Eu acho que vai ter indicio de muita coisa, por isso eu defendo a CPI".

Daniel Silveira preso

O ex-presidente da Câmara elogiou a postura da Casa, que aprovou, na sexta-feira, 19, a manutenção da prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), detido por ordem do Supremo Tribunal Federal após publicar vídeo com ofensas e críticas aos ministros da Corte e apologia ao AI-5, ato mais duro da ditadura militar. Silveira segue preso em Niterói e, nesta terça, o Conselho de Ética da Câmara começa a analisar pedido de cassação contra ele.

De acordo com Maia, tanto o STF e quanto a Câmara atuaram para "evitar que o Brasil seguisse o caminho dos EUA" no fim do mandato do ex-presidente Donald Trump, quando seus apoiadores invadiram o Capitólio, deixando 5 mortos e dezenas de feridos.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.