Crise e desilusão afastam jovem da política

Política
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Amanda e Giovanna, ambas de 20 anos, reconhecem a importância de acompanhar a vida política de suas cidades, mas se mostram desiludidas com os debates e ações até sobre medidas que podem ter impacto direto no futuro da vida delas. As duas integram uma estatística que ilustra a dificuldade que é aumentar a participação de jovens na política. Um estudo realizado pelo Ibope e pela Rede Nossa São Paulo mostra que 67% das pessoas entre 16 e 24 anos na cidade não têm a mínima vontade de participar da vida política do município.

"É bem chato não querer participar", disse Amanda Porfírio, técnica em nutrição. "Eu sempre me imaginava no lugar deles (políticos) fazendo mudanças, mas acho que a política virou somente um nome." O ponto de vista é compartilhado por Giovanna Paulo, que trabalha como montadora numa fábrica de automóveis. "Sei que é importante acompanhar, mas não me vejo refletida na política."

A pesquisa foi realizada com 800 pessoas durante o mês de janeiro em São Paulo. Entre os mais jovens, 19% disseram ter "alguma vontade" de participar da vida política na cidade e 15% falaram ter muita vontade.

"O mundo político, historicamente, não dá abertura a essas pessoas, então a vontade que o jovem tem de querer transformar as coisas não encontra eco no mundo da política, por isso há essa desilusão", afirmou o assessor de Mobilização da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja.

No levantamento, foi apresentada aos entrevistados uma lista de possibilidades de atuação que vai do simples compartilhamento de notícias sobre política na internet até participação em atos de rua e atuação em conselhos municipais, mas 42% dos jovens disseram não praticar nenhuma delas.

Assinatura de abaixo-assinados, compartilhamento de notícias em redes sociais e em aplicativos de mensagens e atuação no movimento estudantil estão entre as formas mais citadas de fazer política por esta geração. Nenhum desses pontos, entretanto, foi citado por mais de 22% dos entrevistados.

Para o cientista político Paulo Loiola, da Baselab, fatores ligados à economia ajudam a explicar esse distanciamento entre jovens e política. "Essas pessoas são um dos públicos mais impactados hoje pela falta de perspectiva, falta de renda e de emprego. Muitos estão ou desmotivados por essa falta de perspectiva ou ocupados demais com sua sobrevivência dividindo-se entre trabalho e estudo, sobrando pouco tempo útil a ser dedicado a esse tema", disse o cientista político.

Giovanna relatou que este é um "problema" observado em seus grupos de amigos. "A busca de oportunidades é o que ocupa a maior parte do tempo, já que há uma necessidade cada vez maior de ter experiência para ingressar no mercado de trabalho."

'Bolha'

Apesar da resistência de movimentos estudantis, de ações como ocupações de escolas e da formação política nos braços "jovens" de dentro dos partidos ou de grupos de renovação, a inserção desta faixa etária na política aparece com mais força e presença no ambiente online. Mas isso não se traduz necessariamente em qualidade do debate político ou mesmo em ação prática fora das chamadas "bolhas".

Em redes sociais e aplicativos como WhatsApp e Telegram, o "textão" em discussões sobre política são manifestações legítimas, mas analistas contestam seu caráter de diálogo. "O ambiente online favorece esse comportamento de muito 'textão', muita opinião, mas as redes nos mostram, em geral, conversas pontuais entre indivíduos, não envolvem instituições, ideias, projetos", disse Pantoja. "No ambiente online, há um incentivo a se posicionar, dá uma sensação de poder a quem está produzindo o conteúdo", afirmou Loiola.

A pesquisadora Luiza Carolina dos Santos, da Diretoria de Análise de Políticas Públicas (Dapp) da FGV, aponta a necessidade de se ter em mente um diagnóstico do momento que vivemos e de como os jovens têm se relacionado com política. "A ação política hoje pode estar muito mais relacionada com pequenas ações cotidianas do que restrita a espaços institucionalizados, como partidos políticos, movimentos sociais ou outras formas de organização da sociedade civil", disse Luiza.

Um exemplo desta nova realidade são os espaços de debate político que emergiram nas eleições de 2020 nos Estados Unidos e no Brasil, onde políticos "invadiram" espaços como Discord e Twitch para fazer campanha enquanto dialogavam com o público gamer. "Todo lugar é lugar de discussão política", afirmou Luiza. "O que nos auxilia a compreender esse momento é muito mais qualificar as formas de participação hoje como formas legítimas. Isso exige repensar como institucionalizamos a participação política hoje, se podemos repensar possibilidades diferentes que possam dialogar com novas gerações, nos espaços dessas novas gerações." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O príncipe Frederik de Luxemburgo morreu no dia 1º de março, em Paris, após uma batalha contra um raro distúrbio conhecido como doença mitocondrial POLG. O príncipe Robert, pai de Frederik, divulgou no site oficial da Fundação POLG, que Frederik criou em 2022, o anúncio da sua morte. Na mensagem, Robert revela trechos da última conversa com seu filho.

"A última pergunta de Frederik para mim foi: 'Papai, você está orgulhoso de mim?' Ele mal conseguia falar havia vários dias, portanto, a clareza dessas palavras foi tão surpreendente quanto o peso do momento era profundo", escreveu príncipe Robert.

"A resposta era muito fácil e ele já a tinha ouvido tantas vezes.... mas, naquele momento, ele precisava ter certeza de que tinha contribuído com tudo o que podia em sua curta e bela existência e que agora poderia finalmente seguir em frente. Frederik sabe que é meu super-herói, assim como é para toda a nossa família, para muitos bons amigos e, agora, em grande parte graças à sua Fundação POLG, para muitas pessoas em todo o mundo."

O príncipe Frederik nasceu com a doença mitocondrial POLG, mas como ela é difícil de ser identificada, o diagnóstico só foi descoberto quando tinha 14 anos e seus sintomas estavam se manifestando mais claramente. Este distúrbio não tem tratamento nem cura.

O que é a Fundação POLG

Frederik de Luxemburgo criou a Fundação POLG (The POLG Foundation, no original) em 2022. O objetivo dela é financiar e incentivar pesquisas sobre a POLG. A fundação também disponibilizou dados conseguidos a partir do DNA do príncipe, extraídos a partir do trabalho em conjunto dos Laboratórios Jackson e da Universidade de Pádua (Itália).

Segundo o site da Fundação POLG, esta doença é um distúrbio genético que retira a energia das células do corpo, causando disfunção e falência progressiva de múltiplos órgãos. Trata-se de uma doença rara, e segundo a Fundação POLG, não se sabe quantos pacientes existem no mundo.

Os sintomas, que podem ser leves a graves, geralmente incluem oftalmoplegia (enfraquecimento do músculo dos olhos), fraqueza muscular, epilepsia e insuficiência do fígado. Como a doença POLG causa uma ampla gama de sintomas e afeta tantos sistemas orgânicos diferentes, é difícil de ser diagnosticada.

O PostNord, serviço postal estatal da Dinamarca e da Suécia, encerrará todas as entregas de cartas ao fim de 2025 devido a uma queda de 90% no volume de correspondências deste tipo desde o início do século - só em 2024 a queda foi de 30%. As últimas cartas serão entregues no dia 30 de dezembro. Até a virada do ano, segundo a direção da empresa, há bastante tempo para orientar os clientes sobre como suas correspondências poderão ser enviadas e recebidas em 2026.

A decisão permitirá ao PostNord se concentrar nos serviços de entrega de mercadorias, que é mais lucrativo. A empresa garante que, na Suécia, as entregas serão mantidas. Na Dinamarca, no entanto, ainda será possível enviar e receber cartas por meio do mercado privado, disse o ministro dinamarquês dos Transportes, Thomas Danielsen.

Mundo digital

A decisão coloca um fim a 400 anos de serviço postal no país. A partir de junho, as 1.500 caixas de correio pela Dinamarca começarão a ser removidas.

Os dinamarqueses são o terceiro país mais digitalizado do mundo, de acordo com a classificação do IMD World Digital Competitiveness. O avanço dos serviços digitais reduziu significativamente o uso de cartas. Pelo menos 1.500 trabalhadores podem perder seus empregos de um total de 4.600 funcionários da PostNord. "É um dia muito triste. Não apenas para o nosso setor, mas para os 1.500 que enfrentam um futuro incerto", disse o funcionário Anders Raun Mikkelsen à emissora dinamarquesa DR.

Na Dinamarca, pagamentos, documentos e cartões de saúde já são todos armazenados em aplicativos. Extratos bancários e contas são enviados eletronicamente. Mas, embora cerca de 95% dos dinamarqueses utilizem serviços postais digitais para suas correspondências, pelo menos 271 mil pessoas, muitas delas idosas, ainda recebem suas consultas médicas e outras contas pelo correio, segundo dados oficiais.

"Somos o serviço postal dos dinamarqueses há mais de 400 anos e, portanto, é uma decisão difícil encerrar essa parte de nossa história", disse o executivo da PostNord Denmark, Kim Pedersen, em comunicado. "Os dinamarqueses estão se tornando cada vez mais digitais, o que significa que há pouquíssimas cartas para enviarmos hoje, e a recessão continua tão presente que o mercado de cartas não é mais lucrativo."

Crise geral

As dificuldades, no entanto, não se restringem à Dinamarca. O Deutsche Post, serviço postal da Alemanha, também anunciou uma onda de demissões no início de março, com planos de cortar pelo menos 8 mil empregos.

Nos EUA, os serviços postais americanos, conhecidos pela sigla USPS, entraram na mira do presidente Donald Trump, que anunciou planos de privatizar a empresa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Departamento de Educação dos Estados Unidos demitiu quase metade da sua equipe. O anúncio desta terça-feira, 11, em meio ao corte de funcionários do governo federal promovido por Donald Trump, é um prelúdio dos planos do presidente para desmontar a agência.

O departamento, que começou o ano com 4,1 mil funcionários, anunciou a demissão de 1,3 mil nesta terça. Além disso, 572 aceitaram o desligamento voluntário oferecido pelo governo nas últimas semanas e outros 63 em estágio probatório foram dispensados. Isso significa que, em apenas dois meses de governo, a agência perdeu metade da sua força de trabalho.

A pasta da educação está na mira de Trump desde a campanha, quando prometeu fechar o departamento que, nas suas palavras, teria sido tomado por "radicais, fanáticos e marxistas". O presidente diz querer que a secretária Linda McMahon "se coloque fora do emprego" e feche a agência.

A tarefa seria complexa e provavelmente exigiria uma ação do Congresso dos EUA. Mas a imprensa americana antecipou na semana passada que Donald Trump estava disposto a desmantelar a agência. A informação se baseia no projeto de decreto que ordenava Linda a desmontar o próprio departamento.

Segundo o rascunho do texto, a secretária deveria se encarregar de "tomar todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Departamento de Educação".

Logo após ter o nome confirmado pelo Senado, na semana passada, Linda McMahon avisou em memorando que os funcionários deveriam se preparar para cortes profundos. Ela disse que a "missão final" do Departamento de Educação era eliminar o inchaço burocrático e transferir a autoridade da agência para os Estados.

Ao anunciar as demissões, Linda disse que os cortes refletem o compromisso da agência com a "eficiência, a prestação de contas e a garantia de que os recursos serão destinados" aos estudantes, pais e professores. Os trabalhadores atingidos serão colocados em licença administrativa no final da próxima semana.

Criado em 1979, sob a presidência do democrata Jimmy Carter, o Departamento de Educação distribui bilhões de dólares para escolas e universidades e gerencia a carteira de empréstimos estudantis. Além das atribuições financeiras, a pasta exerce papel regulador importante nos serviços que atendem aos estudantes, especialmente os mais vulneráveis. (Com agências internacionais).