Perillo é alvo de buscas da PF por suspeita de desvios na Saúde em Goiás

Política
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O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, foi alvo nesta quinta-feira, 6, da Operação Panaceia, da Polícia Federal, que investiga suspeita de desvios de recursos da Saúde em Goiás entre os anos de 2012 e 2018, período em que o tucano era governador do Estado. Policiais federais fizeram buscas na casa dele, em Goiânia.

Perillo negou irregularidades durante seus mandatos e classificou a ofensiva como "cortina de fumaça" e "factoide". "Não encontraram e não encontrarão nada contra mim", afirmou o ex-governador, em nota. "Estão tentando criminalizar movimentações lícitas e legais e todas declaradas aos órgãos competentes."

A Comissão Executiva Nacional do PSDB se manifestou em defesa do presidente do partido. "Causa estranhamento que uma investigação leve tanto tempo para ser iniciada. Mais que estranhamento, causa também indignação", afirma o comunicado da legenda.

Foram cumpridos ontem 11 mandados de busca e apreensão - dez deles em Goiânia e um em Brasília. A 11.ª Vara Federal do Distrito Federal também determinou o sequestro de mais de R$ 28 milhões dos investigados na Panaceia.

De acordo com a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), os indícios de irregularidades identificados envolvem a gestão de dois hospitais estaduais que são referência em atendimentos de urgência e emergência, o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e o Hospital de Urgências de Trindade (Hutrin).

Subcontratação

O inquérito foi aberto depois de uma denúncia anônima. Segundo as investigações, os supostos desvios eram operados pelo Instituto Gerir, uma organização social (OS) contratada para fazer a gestão dos hospitais. A organização social recebeu mais de R$ 900 milhões em recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de contratos com o Estado de Goiás.

O Instituto Gerir é suspeito de ter subcontratado - por meio de contratos de terceirização falsos - empresas ligadas a políticos e a seus próprios administradores. Com isso, parte do dinheiro público retornava ao grupo sob investigação, aponta a PF. Os documentos fraudados seriam usados para justificar, no papel, a transferência de recursos.

O Estadão procurou o Instituto Gerir, mas não havia obtido uma resposta até a publicação deste texto.

Esses contratos de terceirização tinham objetos genéricos - alguns semelhantes -, sem definição de especificações das atividades. Isso, de acordo com a CGU, tornou impossível a fiscalização da execução dos serviços. Os investigadores analisaram notas fiscais e documentos extraídos do sistema de prestação de contas do governo estadual.

Os crimes investigados na Operação Panaceia são peculato, corrupção ativa e corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas em caso de condenação podem ultrapassar 40 anos.

Embate

A operação da PF motivou um novo embate entre Perillo e o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cotado como presidenciável na eleição de 2026. Os políticos trocaram ataques públicos, por meio de notas divulgadas à imprensa.

O presidente do PSDB disse que a ofensiva foi "encomendada" e acusou Caiado de "usar o poder do Estado" para persegui-lo. O dirigente tucano afirmou ainda que a operação é uma "cortina de fumaça" para desviar a atenção das denúncias que ele vem apresentando contra o atual governo que envolvem, por exemplo, a venda do Estádio Serra Dourada e a construção do Complexo Oncológico de Referência do Estado de Goiás (Cora).

"Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Nunca fiz o que narram. Mas agora extrapolaram todos os limites e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos 'fatos' acontecidos há 13 anos. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação. Em política não existem coincidências", disse Perillo.

Resposta

Caiado reagiu e chamou as declarações do ex-governador do Estado de "piada", além de afirmar que é alvo de "ataques rasteiros". Segundo comunicado divulgado pela Secretaria de Comunicação de Goiás, Perillo age dessa forma para "esconder desvios de recursos públicos durante seus mandatos e ataca "grosseiramente duas instituições respeitadas como a PF e a CGU".

"Em 1.613 caracteres, Marconi Perillo não consegue dar a mínima explicação para as denúncias. O ex-governador age de forma dissimulada. O governador Ronaldo Caiado não vai responder ao investigado. Ele é quem deve explicações à Justiça", afirma a nota do atual Executivo estadual.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O governo de Hong Kong informou nesta sexta-feira (7) que registrará uma reclamação contra as novas tarifas de 10% dos Estados Unidos sobre os produtos da cidade do sul da China na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em declaração, o governo criticou as medidas americanas e as classificou como "grosseiramente inconsistentes com as regras da OMC", pedindo por uma retificação.

Ainda nesta quinta, os correios de Hong Kong anunciaram que continuariam a manter suspenso o serviço de envio de mercadorias para os EUA até novo aviso, mas que estavam em negociações com a administração postal americana, que suspendeu na terça-feira o recebimento de encomendas da China, incluindo do território autônomo.

Esta não é a primeira vez que Hong Kong leva suas disputas comerciais com os EUA à OMC. No primeiro mandato do presidente americano, Donald Trump, a região reclamou contra a exigência de que as exportações produzidas na cidade fossem rotuladas como "Made in China". Em 2022, os árbitros da OMC concluíram que os EUA estavam errados ao exigir a ação. Fonte: Associated Press.

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta, 5 que seu país efetivou a saída do acordo econômico da Rota da Seda com a China, após pressão dos EUA para reduzir a influência chinesa no Canal do Panamá.

O anúncio foi feito quatro dias depois da visita ao Panamá do secretário de Estado, Marco Rubio, que reafirmou as ameaças de Donald Trump de que os EUA tomariam o controle do canal, caso a influência chinesa não fosse contida.

Mulino negou que a pressão dos EUA tenha influenciado a decisão e assumiu a responsabilidade por retirar o país da iniciativa, que contempla o financiamento de projetos de infraestrutura com fundos chineses. "Essa é uma decisão que eu tomei", afirmou.

Renovação

Após se reunir com Rubio, no domingo, Mulino havia antecipado que deixaria expirar o acordo assinado em 2017 pelo então presidente Juan Carlos Varela. O país foi o primeiro da América Latina a aderir ao acordo, após romper laços com Taiwan e reconhecer o governo chinês. Na época, a adesão foi acompanhada pelo anúncio de e investimentos em estradas e pontes.

O acordo é renovado a cada três anos de forma automática (a próxima seria em 2026), mas prevê que "pode ser rescindido por qualquer uma das partes" notificando a outra com três meses de antecedência. Mulino disse ontem que a Embaixada do Panamá em Pequim apresentou o documento às autoridades locais. "Eu não sei quem incentivou, na ocasião, a assinar isso com a China", disse. "O que isso trouxe para o Panamá em todos estes anos?"

O porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, disse na quarta-feira que a cooperação entre China e Panamá se desenvolvia com "normalidade" e esperava que os panamenhos resistissem "às interferências externas".

Em meio à pressão do governo Trump, EUA e Panamá emitiram declarações conflitantes ontem sobre o acesso ao Canal do Panamá. Primeiro, o Departamento de Estado disse que todas as taxas seriam dispensadas para navios americanos. Algumas horas depois, o Panamá respondeu que nenhum acordo havia sido fechado.

Economia

O anúncio do governo americano sobre a isenção de taxas veio na forma de uma breve postagem nas redes sociais, que não forneceu mais detalhes além de dizer que o acordo "economizaria milhões de dólares por ano para os EUA", embora não estivesse claro se a economia seria mesmo significativas.

A Autoridade do Canal do Panamá respondeu dizendo que nenhum ajuste desse tipo havia sido feito nos pedágios ou direitos de trânsito para navios do governo dos EUA. Trump há muito tempo reclama que o Panamá cobra demais dos navios militares dos EUA para atravessar o canal construída pelos americanos, mesmo que as embarcações da Marinha paguem taxas iguais às de outros países. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um pequeno avião comercial com 10 pessoas a bordo desapareceu na quinta-feira, 6, no Alasca, noroeste dos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pela polícia estadual. A aeronave, que transportava nove passageiros e o piloto, voava entre as cidades de Unalakleet e Nome.

Equipes de busca e salvamento estão "trabalhando para obter as últimas coordenadas conhecidas" do avião, disseram as autoridades em um comunicado.

O Cessna Caravan desaparecido deixou Unalakleet às 14h37, e as autoridades perderam contato menos de uma hora depois, de acordo com David Olson, diretor de operações da Bering Air. A aeronave estava a 12 milhas (cerca de 19 quilômetros) da costa, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

"A equipe da Bering Air está trabalhando duro para reunir detalhes, obter assistência de emergência e realizar buscas e resgates", disse Olson.

A companhia aérea atende 32 vilas no oeste do Alasca a partir de hubs em Nome , Kotzebue e Unalakleet . A maioria dos destinos recebe voos programados duas vezes ao dia, de segunda a sábado.

Os aviões são geralmente a única opção para viagens de qualquer distância na área rural do Alasca, principalmente no inverno.

O Corpo de Bombeiros Voluntários de Nome disse em um comunicado nas redes sociais que equipes de terra estavam realizando buscas em toda a costa.

"Devido ao clima e à visibilidade, estamos limitados na busca aérea no momento", disse. As pessoas foram informadas para não formarem seus próprios grupos de busca porque o clima está muito perigoso.

O desaparecimento marca o terceiro grande acidente na aviação dos EUA nas últimas semanas. Um jato comercial e um helicóptero do Exército colidiram perto da capital do país em 29 de janeiro, matando 67 pessoas. Em 31 de janeiro, um avião de transporte médico caiu na Filadélfia, matando as seis pessoas a bordo e outra pessoa no solo. (Com agências internacionais).