Sidebar

15
Sáb, Mar
191 Noticias Novas

Delação: Cid se queixa de Bolsonaro ter ficado 'milionário' enquanto ele próprio 'perdeu tudo'

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, se queixou, em depoimento prestado ao Supremo Tribunal Federal (STF), de o aliado ter "se dado bem, ficado milionário", enquanto ele próprio "perdia tudo" e sua carreira estava "desabando".

O ministro Alexandre de Moraes derrubou o sigilo das delações de Cid nesta quarta-feira, 19, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro e mais 33 pessoas por tentativa de golpe e outros crimes. No mesmo despacho, Moraes notificou os denunciados. Caso o STF aceite a denúncia, eles se tornarão réus numa ação penal.

O depoimento de Cid, feito em 22 de março de 2024, foi motivado por uma reportagem da revista Veja intitulada "Em áudios exclusivos, Mauro Cid ataca Alexandre de Moraes e a PF: Enquanto suas informações ajudam a desnudar a tentativa de golpe militar e comprometem Bolsonaro, o tenente-coronel detona o ministro e a instituição". A publicação havia sido feita no dia anterior.

À época, Moraes considerou que a conduta de Cid configurava crime de obstrução de Justiça e tornou a decretar a sua prisão preventiva, busca e apreensão em sua casa e nova oitiva para que o ex-ajudante de ordens esclarecesse as afirmações que constavam na reportagem.

A respeito da afirmação, exposta na reportagem, de que Moraes tinha uma "sentença pronta", Cid respondeu se tratar de um desabafo e que acabou "falando besteira". Questionado sobre quem se referia ao dizer que "todos se deram bem, ficaram milionários", o tenente-coronel declarou que "estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix", enquanto ele mesmo tinha "perdido tudo".

"(Cid respondeu que) estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva. E no caso próprio perdeu tudo. A carreira está desabando. Os amigos o tratam como um leproso, com medo de se prejudicar. Não é político, não é militar, quer ter a vida de volta. Está enclausurado. A imprensa sempre fica indo atrás. Está agoniado. Engordou mais de 10 quilos. O áudio é um desabafo. Acredita que as pessoas deviam o estar apoiando e dando sustentação", diz um trecho da transcrição do depoimento.

Bolsonaro recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix entre janeiro e julho de 2023, como mostrou o Estadão naquele ano. Uma possível explicação para os valores é a vaquinha promovida por seus apoiadores para pagar multas processuais - o "Pix" a que Cid se refere na delação.

Na audiência, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro negou ter sofrido pressão do Judiciário ou da polícia para delatar o aliado - apesar de ter dito nos áudios que os policiais "queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu". E afirmou que a decisão foi de livre e espontânea vontade, e que a conversa exposta na imprensa era "privada, informal, particular, sem o intuito de ser exposta em revista de grande circulação". Também declarou não se lembrar nem com quem tinha conversado nem a circunstância.

O ex-ajudante de ordens também foi confrontado com a afirmação feita por ele de que "os bagrinhos estão pegando 17 anos (de prisão); os mais altos vão pegar quanto?", em referência à condenação dos bolsonaristas que depredaram os prédios dos Três Poderes em 8 de Janeiro. Cid respondeu que "fez uma reclamação genérica do que está acontecendo" e que se assusta com as penas, mas não disse quem ele considerava os "mais altos".

Em outra categoria

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.