Eduardo Leite e Romeu Zema criticam fala de Lewandowski sobre polícia prender mal

Política
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Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), criticaram a declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, de que a polícia "prende mal" e o Judiciário é "obrigado a soltar" os presos.

O Ministério da Justiça chegou a divulgar uma nota nesta quinta-feira, 20, para afirmar que Lewandowski se referia à falta de integração das polícias. Antes disso, deputados da bancada da bala já se articulavam para pedir a convocação do chefe da Pasta.

Leite afirmou que a fala do ministro não condiz com a realidade do País, enquanto Zema criticou o sistema judicial, dizendo que, em vez de proteger pessoas de bem, a Justiça "concede regalias a criminosos".

"Tenho grande respeito pelo ministro Lewandowski, mas entendo que a manifestação não está adequada ao que se observa no País. Ora, a queixa é nacional, em todos os Estados em que as polícias estaduais atuam. Então, todas as polícias estariam agindo errado? Todas estão com problemas de procedimentos?", disse o governador ao Estadão.

O tucano citou o caso de um criminoso preso 44 vezes no Rio Grande do Sul e que, mesmo assim, não teve a prisão preventiva decretada.

"É um tema que precisa ser resolvido. E se for necessária as alterações legislativas, eu particularmente entendo que merecem ser feitas alterações legislativas para respaldar essas prisões e dar condição aos juízes de manter preso esses criminosos, isso deve ser feito."

O tucano defendeu que é preciso haver "objetividade" da parte de Lewandowski em dizer onde a polícia está prendendo o mal. Ele afirmou ter determinado à Secretaria de Segurança do seu estado um levantamento sobre audiências de custódia e solturas decretadas em prisões em flagrante. O objetivo é identificar os principais motivos para a liberação desses criminosos.

"A partir dessa identificação, poderemos ou defender mais veementemente ainda a mudança de legislação ou tomarmos as providências que nos competem aqui. Talvez seja um pouco dos dois."

No X (antigo Twitter), Zema afirmou que discorda do ministro. "A polícia prende, a Justiça solta. Em vez de proteger pessoas de bem, concede regalias a criminosos. Minas tem uma das melhores polícias do País, mas é revoltante ver reincidentes nas ruas por saidinhas e benefícios inaceitáveis. Enxugamos gelo."

Declaração 'soa muito bem aos ouvidos do crime', diz vice-prefeito de São Paulo

O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), disse que a fala do ministro da Justiça "denigre quem trabalha para o bem" e "soa muito bem aos ouvidos do crime". "Um ministro da Justiça deveria valorizar quem representa o Estado, deveria buscar a justiça verdadeira, e não culpar os únicos que fazem realmente alguma coisa para a segurança pública."

Ao Estadão, Mello Araújo defendeu que o problema não está na polícia, mas na "completa impunidade contra o crime". "Hoje só prendemos reincidentes, a justiça solta todos os dias", afirmou ele, que defende mudanças nas leis de execução penal. "Não adianta aumentar efetivo policial. Precisamos mudar a lei urgente, acabar com progressões e audiência de custódia."

Sobre a declaração de Lewandowski, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), de quem Mello Araújo é vice, afirmou que "se existe um problema, é preciso que todas as esferas se unam para solucioná-lo".

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A Boeing venceu a disputa para desenvolver o novo caça de próxima geração do Pentágono, superando a Lockheed Martin. O contrato tem impacto significativo para os resultados financeiros da empresa, sua fragilizada divisão de defesa e sua relação com o governo Trump.

O novo caça substituirá o F-22, da Lockheed, e será projetado para operar junto a drones semiautônomos já em estágio avançado de desenvolvimento. O Pentágono não divulgou estimativas de custo para o programa, mas especialistas calculam que os gastos com pesquisa, desenvolvimento e aquisição possam ultrapassar US$ 50 bilhões.

Para a Boeing, o contrato representa um alívio para sua divisão de defesa, que responde por cerca de um terço da receita da companhia, mas tem acumulado bilhões de dólares em perdas nos últimos anos devido a contratos deficitários. Muitos projetos na área de defesa e espaço sofreram com estouros de orçamento, atrasos e outros problemas.

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O contrato também sinaliza um voto de confiança do governo em uma empresa que enfrenta uma série de crises. O presidente Trump e Elon Musk criticaram publicamente a Boeing por atrasos na substituição do Air Force One e estouros de orçamento em projetos militares.

Ao mesmo tempo, a empresa negocia um acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) relacionado aos dois acidentes fatais do 737 Max e precisa de aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA) para ampliar a produção de seus 737s, passo essencial para recuperar a lucratividade.

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A viagem de Shoigu acontece depois que Ucrânia e Rússia concordaram, em princípio, na quarta-feira, com um cessar-fogo limitado depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversou com os líderes de ambos os lados. No entanto, observadores acreditam que a reunião pode estar relacionada a uma possível visita de Kim em Moscou.

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