A favor ou contra Bolsonaro? Qual ato mobilizou mais pessoas?

Política
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Com duas semanas de diferença, duas manifestações ocorreram a favor e contra o projeto de lei que anistia os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. De um lado, defendendo o perdão coletivo, quem convocou o ato de 16 de março, em Copacabana, na zona sul do Rio, foi o réu por tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL). Do outro, a organização foi de entidades ligadas ao PT e ao PSOL, que reuniu manifestantes neste domingo, 30, na Avenida Paulista, em São Paulo, com menções também à memória ao golpe militar de 1964.

De acordo com o Monitor do Debate Político no Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), e a ONG More in Common, 6,6 mil pessoas estiveram presentes no ato na capital paulista. A contagem foi feita no momento de pico da manifestação, às 15h15, a partir de fotos aéreas feitas com drone e analisadas com software de inteligência artificial.

O Monitor da USP também realizou a estimativa de público do ato convocado por Bolsonaro na orla de Copacabana no dia 16. Com o mesmo método de contagem, segundo eles, a manifestação reuniu 18,3 mil pessoas. Mas há divergência sobre o número. A Polícia Militar do Rio informou que a manifestação teria reunido mais de 400 mil pessoas, valor contestado por deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que acionaram o Ministério Público para apurar se houve interferência do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), na divulgação do número.

Antes do ato, na sexta-feira, 28, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) minimizou uma possível diferença de público entre as manifestações em Copacabana e na Praça Oswaldo Cruz. Para ele, importa mais que a esquerda marque presença em atos de rua. "A questão não é o tamanho do público. Nós não podemos deixar as ruas para o bolsonarismo e ficar na defensiva nesta pauta da anistia", disse o ex-candidato a prefeito de São Paulo.

Além da capital paulista, outras sete registraram manifestações da esquerda neste domingo: Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Belém (PA), São Luís (MA), Brasília (DF) e Fortaleza (CE).

Aliados de Bolsonaro também comentaram sobre a baixa adesão ao próprio ato, no Rio. O pastor evangélico Silas Malafaia, um dos organizadores, listou em entrevista ao UOL no dia seguinte à manifestação quais motivos considera que influenciaram no público muito abaixo do que era a estimativa de Bolsonaro, de 1 milhão de pessoas.

"Eu disse para o Bolsonaro que domingo de manhã, no Rio de Janeiro, não é o melhor lugar para se fazer manifestação. Eu avisei ao Bolsonaro: 'carioca, no domingo, acorda mais tarde, se der praia, piora, tem jogo de Fla-Flu'. Mas ele: 'não, vamos fazer, vamos fazer. Depois fazemos um em São Paulo", disse Malafaia.

O próximo ato a favor de Bolsonaro, inelegível até 2030, como candidato à Presidência no próximo ano, e da anistia aos vândalos de 8 de Janeiro, está marcado para o próximo domingo, 6 de abril, em São Paulo.

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