Lula é cobrado em evento por promessa feita em seu 2º mandato há 16 anos

Política
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Durante evento de promoção de obras da rodovia Presidente Dutra em Paracambi (RJ) nesta terça-feira, 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cobrado por um homem na plateia por uma promessa feita em 2009, durante seu segundo mandato. O tema era a regulamentação das atividades da Polícia Ferroviária Federal.

O homem, identificado como Isaias Nascimento Cardoso, se apresentou como representante de grupo de aprovados para compor a força e lembrou Lula sobre a promessa de regulamentar a atuação da Polícia Ferroviária Federal, feita há 16 anos.

No momento, o presidente falava sobre o abandono de projetos e obras por parte dos governos de Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018, e de Jair Bolsonaro (PL), de 2019 a 2022. Lula afirmou que o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), de 2023, foi lançado para corrigir episódios de "irresponsabilidades administrativas" dos presidentes anteriores. Ele citou a paralisação de construções de creches e de residências do Minha Casa Minha Vida.

Isaias pediu a palavra ao ficar à frente do palco e falou por cerca de dois minutos. Ele lembrou um discurso em que Lula fala, em 2009, que "faltam apenas alguns detalhes no Ministério do Planejamento para que a gente possa legalizar definitivamente a vida da nossa Polícia Ferroviária Federal".

Ao continuar o discurso nesta terça-feira, Lula disse que "esse companheiro levantou um tema fundamental" e que irá "pegar o vídeo" com ele.

A criação da Polícia Ferroviária Federal está prevista na Constituição de 1988, mas nunca saiu do papel por falta de regulamentação. Na Lei 12.462, de 4 de agosto de 2011, chamada de Lei da Copa, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) definiu um regime diferenciado de contratações públicas para a realização da Copa de 2014 e dos Jogos Paralímpicos de 2016.

O dispositivo previa que "profissionais da Segurança Pública Ferroviária oriundos do grupo Rede, Rede Ferroviária Federal (RFFSA), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (Trensurb) que estavam em exercício em 11 de dezembro de 1990" passariam a integrar o Departamento de Polícia Ferroviária Federal do Ministério da Justiça sem a realização de concurso público.

A medida foi considerada uma "emenda jabuti" e alvo de ação que questionou sua constitucionalidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Já em 2012, uma portaria do Ministério da Justiça formalizou a lista de profissionais da "Segurança Pública Ferroviária" vindos dos três órgãos citados na Lei da Copa. O nome de Isaias consta no documento.

A PEC da Segurança Pública, apresentada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, propõe a criação de uma "Polícia Viária Federal". A força unifica a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Ferroviária e expandindo sua atuação para hidrovias e ferrovias.

A integração entre os entes da federação na área é um dos principais pontos da PEC da Segurança Pública, que também inclui previsões de financiamento do setor na Constituição e democratiza colegiados que formulam diretrizes de segurança para o País, entre outras medidas.

Como mostrou a Coluna do Estadão, Lewandowski busca apoio para a aprovação das medidas, mas parlamentares contrários ao Palácio do Planalto estudam estratégias para desgastar a proposta.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o texto será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e que deve criar um grupo de trabalho permanente para discutir questões relacionadas à segurança pública.

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Em seu primeiro pronunciamento público após deixar a Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden defendeu a Seguridade Social do país, destacando que fortaleceu a rede de assistência aos americanos durante a sua administração e que o sistema tem de ser protegido.

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Os ataques prosseguiram durante o evento com a tentativa de "interromper e prejudicar suas operações normais", segundo a agência estatal de notícias Xinhua. O relatório também afirmou que os ciberataques da NSA tiveram como alvo infraestruturas críticas da província de Heilongjiang, que inclui Harbin, como energia, transporte, recursos hídricos, telecomunicações e instituições de pesquisa em defesa. A Xinhua também mencionou que os hackers atacaram a empresa de tecnologia chinesa Huawei.

Além disso, o relatório indicou que a NSA "transmitiu pacotes de dados criptografados desconhecidos para dispositivos específicos com sistemas operacionais Microsoft Windows dentro da província".