Moraes concede prisão domiciliar para pastor preso por atos golpistas de 8/1

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta semana a conversão da prisão do pastor Jorge Luiz dos Santos em domiciliar. Jorge foi condenado a 16 anos e seis meses de prisão pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e está detido no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

A decisão de Moraes, publicada nesta terça-feira, 15, discorda da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a permanência do pastor em regime fechado. O STF se baseou em relatórios médicos sobre o preso, que sofre de problemas cardíacos.

Em pedido de conversão de regime de pena apresentado no início do mês, a defesa de Jorge Luiz relata que ele tem apresentado hipertensão arterial grave e "está com Sopro nível 6, o que faz com que sua pressão não seja controlada por medicamentos".

A saúde dele é monitorada desde o ano passado. Em novembro, o ministro Alexandre de Moraes determinou que ele fosse submetido a uma junta médica para manifestação sobre a eventual necessidade de cuidados de saúde continuados.

Laudo encaminhado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal aponta que o pastor não tinha queixas de adoecimento agudo, mas, em exame físico, "apresentou alterações do sistema cardiovascular com pressão arterial fora do limite e identificação de sopro sistólico em foco aórtico de grau seis", que pode ser auscultado mesmo sem o uso de estetoscópio.

Jorge Luiz dos Santos foi condenado pelos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União.

O alvará de soltura dele já foi expedido, assim como uma notificação para o diretor do Presídio da Papuda e a juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.

Como requisito para a prisão domiciliar, o pastor deve fazer uso de tornozeleira eletrônica. Ele fica proibido de utilizar redes sociais e comunicar-se com outras pessoas envolvidas nos ataques do 8 de Janeiro. Para conceder entrevistas ou receber visitas que não sejam de advogados, irmãos, filhos e netos, é preciso pedir autorização ao STF.

PL tenta prisão domiciliar para acusados e condenados

No início do mês, o líder da oposição na Câmara, coronel Zucco (PL-RS), protocolou um pedido de habeas corpus coletivo ao STF, em que pedia que presos do 8 de Janeiro fossem colocados em prisão domiciliar.

O pedido foi negado em função de jurisprudência do STF de que não é possível receber habeas corpus contra um ato de órgão colegiado da Corte ou de qualquer ministro.

Depois, em ofício endereçado a Moraes, datado do dia 9 de abril, Zucco lista o que o PL e a associação formada por familiares dos presos consideram "casos graves", de pessoas que tem problemas de saúde ou são responsáveis por crianças, idosos ou pessoas com deficiência. O nome de Jorge Luiz dos Santos constava de uma lista de 20 nomes.

Segundo o parlamentar, a oposição continuará com ações nesse sentido. "Não vamos sossegar enquanto todos não forem soltos, porque não houve golpe de Estado. No máximo, tivemos depredação de patrimônio público. E acreditamos que todos já pagaram pelos seus atos, até demais", afirmou Luciano Zucco.

Ele atribui a concessão da prisão domiciliar aos esforços empreendidos. "Nossa pressão surtiu efeito e agora ele finalmente está indo para casa, onde poderá receber um tratamento mais digno", disse.

Na última semana, outras três pessoas foram encaminhadas para prisão domiciliar por Moraes: Marco Alexandre Machado de Araújo, Cláudio Mendes dos Santos e Ramiro Alves da Rocha Cruz Junior.

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O Vaticano disse ter tido uma "troca de opiniões" a respeito de "países afetados por guerra, tensões políticas e situações humanitárias difíceis, com atenção particular a migrantes, refugiados e prisioneiros" com o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance em agenda neste sábado, 19.

Em comunicado, a Santa Sé disse que o norte-americano foi recebido na Secretaria de Estado pelo Secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, acompanhado pelo arcebispo Paul Richard Gallagher, secretário de Relações com Estados e Organizações Internacionais. Não foi relatado nenhum encontro entre Vance e o Papa Francisco.

O comunicado pós-encontro afirmou ainda que "expressou-se a esperança por uma colaboração serena entre o Estado e a Igreja Católica nos Estados Unidos, cujo valioso serviço às pessoas mais vulneráveis foi reconhecido".

De acordo com a Associated Press, a declaração foi vista como uma referência à afirmação de Vance de que a Conferência dos Bispos Católicos dos EUA estava reassentando "imigrantes ilegais" para receber financiamento federal. A fala causou reação de altos cardeais dos EUA.

Vance é católico, mas já apresentou posições opostas às expressadas pelo Papa Francisco em assuntos como o tratamento dado a imigrantes ilegais.

O político está em Roma, onde assistiu aos serviços da Sexta-feira Santa na Basílica de São Pedro com a família após se encontrar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni. De lá, segue para a Índia. (COM INFORMAÇÕES DA ASSOCIATED PRESS)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky publicou no X neste sábado, 18, que o país agirá em conformidade com as ações da Rússia, que ordenou uma trégua nos ataques durante o fim de semana de Páscoa. "Se a Rússia estiver agora subitamente disposta a empenhar-se verdadeiramente num formato de silêncio total e incondicional, a Ucrânia agirá em conformidade", escreveu Zelensky, que também defendeu prolongar o cessar-fogo por mais 30 dias.

Ele ressaltou que "a proposta correspondente de um cessar-fogo total e incondicional de 30 dias ficou sem resposta por parte da Rússia durante 39 dias. Os Estados Unidos fizeram esta proposta, a Ucrânia respondeu positivamente, mas a Rússia ignorou-a".

"Se um cessar-fogo total for realmente estabelecido, a Ucrânia propõe que seja prolongado para além do dia de Páscoa, 20 de abril. É isso que revelará as verdadeiras intenções da Rússia - porque 30 horas são suficientes para fazer manchetes, mas não para medidas genuínas de criação de confiança. Trinta dias poderiam dar uma oportunidade à paz", acrescentou Zelensky na publicação.

O presidente ucraniano escreveu ainda que as operações russas continuam no país ucraniano, de acordo com relatórios do comandante chefe,Oleksandr Syrskyi. "Espero que o comandante chefe Oleksandr Syrskyi apresente atualizações pormenorizadas às 21h30 e às 22h, na sequência das suas conversas com os comandantes de brigada e outras unidades na linha da frente sobre a situação em direções específicas", finalizou.

O empresário e chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos (DOGE, na sigla em inglês), Elon Musk, afirmou que pretende visitar a Índia ainda este ano depois de conversar com o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.

"Foi uma honra falar com o primeiro-ministro Modi. Estou ansioso para visitar a Índia ainda este ano", escreveu em sua rede social, o X, ao compartilhar o comentário de Modi sobre a conversa.

Segundo o primeiro-ministro, ambos discutiram vários assuntos incluindo "o imenso potencial para colaboração nas áreas de tecnologia e inovação", disse citando reunião realizada em Washington, nos EUA, no início do ano. "A Índia permanece comprometida em avançar nossas parcerias com os EUA nesses domínios", completou.

As mensagens ocorrem às vésperas de o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, visitar o país asiático onde se encontrará com Modi e passará pelas cidades de Nova Délhi, Jaipur e Agra. No momento, o vice-presidente está na Itália. De acordo com o governo norte-americano, ele discutirá "prioridades econômicas e geopolíticas compartilhadas" com os dois países.