Motta diz que projeto do IR tem apelo muito maior para população brasileira do que o da anistia

Política
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o projeto para aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda tem "apelo muito maior" que o da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. As declarações foram dadas nesta quarta-feira, 23, durante o evento CNN Talks, promovido pela CNN Brasil e CNN Money, em Brasília.

Na ocasião, Motta participava de um debate com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney. O deputado havia sido questionado sobre qual projeto pretende pautar primeiro no plenário da Câmara, a isenção do Imposto de Renda ou a anistia.

"As matérias legislativas têm a sua ordem de chegada. Mas eu penso que, para a população brasileira, numa ordem de prioridade, a matéria do Imposto de Renda tem, sim, um apelo muito maior, porque nós estamos tratando de possibilitar às pessoas que menos têm terem uma renda a mais", afirmou.

Motta continuou: "E isso é muito bom. E eu penso que será uma matéria que não teremos oposição dentro da Casa, até porque procuraremos construir da melhor maneira possível".

O presidente da Câmara afirmou ainda que é preciso focar em "ações que vão levar para quem mais precisa mudanças na melhoria da qualidade de vida".

Segundo o parlamentar, a anistia é uma pauta recorrente e que divide a Casa. O deputado afirmou ainda que tem dialogado com os líderes partidários, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o Judiciário sobre a anistia, "para que o nosso País possa sair mais forte dessa discussão". Para ele, num cenário de crise internacional, o Brasil não precisa de uma "crise institucional".

O presidente da Câmara disse também que a comissão especial sobre o projeto do Imposto de Renda será instalada em breve. "Deveremos instalar a comissão nos próximos dias. A comissão apresentará um calendário para que a matéria possa ser discutida e votada. Após a matéria sair da comissão, nós vamos levar ao plenário também, com toda a prioridade que o tema requer, até porque o prazo é até o fim do ano", disse.

"Não vamos permitir que outras pautas, não só a anistia, como qualquer outro projeto, prejudique o andamento de um projeto de isenção", afirmou Hugo Motta.

Durante o painel, o deputado disse que a ideia da comissão especial é aprofundar o debate sobre a ampliação da isenção do Imposto de Renda e que a função do Congresso é melhorar a proposta enviada pelo governo. A isenção em si é um ponto pacífico, mas a discussão maior é sobre a compensação da arrecadação, disse Motta.

Além disso, afirmou que o relator, Arthur Lira (PP-AL), foi escolhido "por sua experiência e capacidade de diálogo".

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ter uma reunião bilateral com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante visita ao país no início de maio, afirmou o embaixador russo no Brasil, Alexey Labetskiy. Lula viajará entre 8 e 10 de maio para participar das comemorações dos 80 anos do "Dia da Vitória", quando os russos celebram a vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na segunda guerra mundial.

Questionado se os chefes de Estados tratarão de temas como a guerra com a Ucrânia, o embaixador disse que "não pode prever todos os temas que serão discutidos". Ele adiantou, porém, que questões relacionadas aos Brics - grupo que reúne, além dos dois países Índia, China e África do Sul - devem ser tratadas, assim como financiamentos do banco do bloco, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês).

Já o comércio entre os países em outras moedas além do dólar, para o embaixador, é uma questão de mais longo prazo. "Estou convencido de que isso não será uma corrida de 100 metros", completou.

Lula cancelou uma visita à Rússia em outubro do ano passado, onde participaria da cúpula do Brics, depois de sofrer uma queda no banheiro do Palácio do Alvorada. Menos de dois meses depois da queda, o presidente teve que passar por uma cirurgia no cabeça para drenar um hematoma no local.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, criticou duramente as novas sanções dos Estados Unidos contra setores energéticos e nucleares iranianos, classificando-as como uma contradição às sinalizações de diálogo feitas por Washington. Em comunicado divulgado no Telegram, Baghaei afirmou que as medidas são "atos hostis" que expõem o "desrespeito dos formuladores de políticas dos EUA ao Estado de Direito e aos direitos humanos".

Segundo o porta-voz, as sanções são "coercitivas, ilegais e contraditórias com a alegação dos EUA de estarem abertos ao diálogo", mostrando "a ausência de boa fé e seriedade por parte de Washington". Ele destacou que o uso de sanções como "instrumento de intimidação e pressão política" viola a Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e o direito internacional, além de prejudicar o comércio global e os direitos das populações afetadas.

Baghaei ainda afirmou, de acordo com a nota iraniana, que tais medidas representam "graves violações dos direitos humanos básicos", incluindo o direito ao desenvolvimento, e podem ser consideradas "crimes contra a humanidade". O governo iraniano exige que os EUA sejam responsabilizados por essas ações, que descreveu como "ilegítimas, arbitrárias e criminosas".

Na véspera, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra um empresário e uma rede de empresas, sob acusação de exportar milhões de dólares em gás liquefeito de petróleo (GLP) e petróleo bruto, recursos que, segundo Washington, ajudam a financiar o programa nuclear e atividades "desestabilizadoras" do Irã.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sobre a Crimeia, chamando-as de "inflamatórias" e prejudiciais às negociações de paz com a Rússia. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que o líder ucraniano "está se gabando na primeira página do Wall Street Journal" ao dizer que "a Ucrânia não reconhecerá legalmente a ocupação da Crimeia. Não há nada para discutir aqui".

Para Trump, esse tipo de postura "é muito prejudicial para as negociações de paz com a Rússia, já que a Crimeia foi perdida há anos sob os auspícios do presidente 'Barack Hussein Obama', e nem sequer é um ponto de discussão". Ele argumentou que "ninguém está pedindo a Zelensky que reconheça a Crimeia como território russo", mas provocou: "se ele quer a Crimeia, por que não lutaram por ela 11 anos atrás, quando foi entregue à Rússia sem um tiro ser disparado?"

O republicano também sugeriu que a Ucrânia deveria buscar um acordo em vez de prolongar o conflito. "A situação da Ucrânia é desesperadora. Ele pode ter paz ou lutar por mais três anos antes de perder o país inteiro", escreveu. Segundo Trump, "estamos muito perto de um acordo, mas o homem sem 'nenhuma carta na mão' deveria, finalmente, RESOLVER ISSO".

Trump ainda declarou que não tem ligações com a Rússia, mas que se importa em salvar "em média, cinco mil soldados russos e ucranianos por semana, que estão morrendo sem motivo algum". Para ele, a fala de Zelensky "não fará nada além de prolongar o 'campo da morte', e ninguém quer isso". "Espero poder ajudar a Ucrânia e a Rússia a sair dessa BAGUNÇA COMPLETA E TOTAL, que nunca teria começado se eu fosse presidente!", concluiu.