Manifestantes começam a se aglomerar na Av. Paulista em ato por anistia a Bolsonaro

Política
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Manifestantes começam a se aglomerar na Avenida Paulista em São Paulo para o ato em defesa da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles estenderam uma bandeira dos Estados Unidos em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

O governo de Donald Trump impôs tarifas às exportações brasileiras e sancionou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de interferir no julgamento do ex-presidente.

A manifestação começa às 15h, mas já é possível ver faixas pedindo que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), coloque o projeto em votação e que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), dê andamento ao processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

O Partido Novo levou à Paulista um boneco inflável com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com roupa de presidiário e, ao lado, um ovo inflável em que está escrita de vermelho a frase "Perdeu, mané".

Trata-se de uma alusão a Moraes, chamado de cabeça de ovo pelos bolsonaristas, e uma crítica à condenação da cabeleireira Débora dos Santos, que utilizou um batom para pichar a mesma frase na estátua "A Justiça" no 8 de Janeiro. Ela foi condenada a 14 anos de prisão.

O que esperar da manifestação pela anistia na Paulista

Com o lema "Reaja Brasil: o medo acabou", o ato deste domingo, 7, na Avenida Paulista ocorre em meio ao julgamento de Bolsonaro e dos demais réus do núcleo crucial por tentativa de golpe. A previsão é que o STF encerre a análise do caso na sexta-feira, 12.

Pela segunda vez consecutiva, Bolsonaro não estará presente pois cumpre prisão domiciliar após ter desrespeitado medidas cautelares determinadas pelo STF.

A pauta principal da manifestação é a aprovação da anistia ao ex-presidente, aos réus na ação do golpe e aos condenados pelo 8 de Janeiro.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), fez um gesto ao bolsonarismo e assumiu o protagonismo das articulações em Brasília para fazer a proposta avançar.

Diferentemente do último ato no início de agosto, quando faltou para realizar um procedimento médico, Tarcísio tem presença confirmada neste domingo. Ele será a principal liderança política no palanque ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Também estarão presentes os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que não estavam presentes no ato anterior.

A estratégia bolsonarista para este 7 de setembro

A estratégia dos bolsonaristas é realizar atos descentralizados em várias capitais brasileiras pela manhã e concentrar esforços e energia à tarde em São Paulo.

Parlamentares do PL participam das mobilizações em seus redutos eleitorais e seguem para a capital paulista em seguida. São os casos dos deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). O senador Rogério Marinho (PL-RN) também confirmou presença em São Paulo.

Os deputados federais paulistas Paulo Bilynskyj (PL-SP) e o pastor Marco Feliciano (PL-SP), assim como outras lideranças locais, como o prefeito e o vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Coronel Mello Araújo (PL), e os vereadores Adrilles Jorge (União Brasil) e Zoe Martínez (PL), subirão no trio elétrico. Também é esperada a presença do ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, finalizaram uma série de acordos para aprofundar a parceria estratégica entre os países, segundo comunicado da Casa Branca desta terça-feira, 18.

Mohammed bin Salman prometeu que a Arábia Saudita aumentará seus compromissos de investimento nos EUA para quase US$ 1 trilhão. No âmbito de defesa, Trump aprovou um grande pacote de futuras entregas de jatos F-35 e garantiu que a Arábia Saudita comprará quase 300 tanques americanos, disse a Casa Branca.

"As principais conquistas incluem ainda o Acordo de Cooperação Nuclear Civil, avanços na cooperação em minerais críticos e um Memorando de Entendimento sobre Inteligência Artificial - todos os quais destacam o compromisso dos Estados Unidos em garantir acordos que beneficiem diretamente o povo americano", acrescentou o governo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 18, que a regulamentação excessiva de inteligência artificial por estados americanos está ameaçando minar esse "grande motor de crescimento".

"Alguns estados estão até tentando incorporar a ideologia de diversidade em modelos de IA", escreveu ele na rede Truth. "Devemos ter um padrão federal único em vez de um mosaico de 50 regimes regulatórios estaduais. Se não o fizermos, a China nos alcançará facilmente na corrida pela IA", acrescentou.

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira, 18, por unanimidade, um projeto de lei que obriga as autoridades a tornar públicos arquivos do caso do falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, horas depois de a proposta ter passado pela Câmara dos Representantes.

Os senadores utilizaram um procedimento especial para que o texto fosse considerado aprovado de forma automática, sem debates e sem emendas. A proposta de lei será enviada ao gabinete de Donald Trump para sua promulgação.

O presidente americano está preparado para assinar o projeto de lei sobre os arquivos de Epstein assim que ele chegar à sua mesa, disse um funcionário da Casa Branca.

Jeffrey Epstein era um magnata e criminoso sexual que se suicidou em sua cela em agosto de 2019, antes de enfrentar um julgamento federal por uma série de escândalos ligados à sua rede de menores de idade abusadas sexualmente por ele e alguns de seus convidados, em muitos casos personalidades mundiais.

A lei aprovada pelo Congresso dos EUA obriga o Departamento de Justiça a publicar documentos não confidenciais da investigação sobre o financista e sua morte na prisão.

A medida foi tomada depois que os democratas, acompanhados por um pequeno grupo de dissidentes republicanos, conseguiram levar a legislação à votação na Câmara, apesar da veemente oposição de Trump e dos líderes do Partido Republicano. Isso refletiu como o caso Epstein e a forma como o presidente lidou fragmentaram a coalizão política de Trump e sugeriram uma fragilidade em seu controle absoluto sobre o partido.

A moção para levar o projeto ao plenário ficou parada por meses na Câmara e precisava de mais uma assinatura para avançar. O destino do projeto mudou na semana passada depois da reabertura do governo federal, que possibilitou a posse da deputada Adelia Grijalva. A democrata deu a última assinatura à moção.

Em paralelo, a divulgação de e-mails de Epstein obtidos por meio de liminar pelo Comitê de Supervisão da Câmara, também na semana passada, aumentou a pressão sobre Trump e os republicanos.

Nos mais de 20 mil arquivos, o presidente é citado mais de 1,6 mil vezes, e em alguns e-mails Epstein diz que Trump sabia de seus crimes e passou horas com uma das vítimas. O republicano nega qualquer conduta criminosa e considera o assunto uma "farsa".

Na segunda-feira, Trump disse que assinaria o projeto de lei se ele fosse aprovado por ambas as casas do Congresso, acrescentando: "Deixem o Senado analisá-lo".

A votação desta terça reforça as exigências para que o Departamento de Justiça divulgue os arquivos do caso de Epstein, um empresário influente que se suicidou em uma prisão de Manhattan enquanto aguardava julgamento em 2019, acusado de abuso sexual e tráfico de menores.

Trump muda de posição

Trump afirmou ter rompido relações com Epstein há anos, mas tentou durante meses contornar as pressões pela divulgação dos documentos. Na segunda-feira, ele disse a repórteres que Epstein tinha ligações mais com democratas e que não queria que os arquivos de Epstein "prejudicassem o grande sucesso do Partido Republicano".

Ainda assim, muitos na base republicana continuam a exigir a divulgação dos arquivos. Para aumentar essa pressão, várias sobreviventes dos abusos de Epstein comparecerão ao Capitólio nesta terça para pressionar pela divulgação dos arquivos. Elas também se reuniram com Johnson e protestaram em frente ao Capitólio em setembro, mas tiveram que esperar dois meses pela votação.

Isso porque Johnson manteve a Câmara fechada para atividades legislativas por quase dois meses e também se recusou a empossar a deputada democrata Adelita Grijalva, do Arizona, durante a paralisação do governo.

Após vencer uma eleição suplementar em 23 de setembro, Grijalva havia prometido fornecer o voto crucial de número 218 para a petição referente ao projeto de lei sobre os arquivos de Epstein. Mas somente depois de tomar posse na semana passada ela pôde assinar a petição de desobstrução, garantindo a maioria necessária na Câmara, composta por 435 membros.

Rapidamente ficou evidente que o projeto de lei seria aprovado, e tanto Johnson quanto Trump começaram a ceder. No domingo, Trump disse que os republicanos deveriam votar a favor do projeto.

O deputado Thomas Massie, republicano do Kentucky e autor do projeto de lei juntamente com o deputado democrata Ro Khanna, disse que Trump "cansou de me ver ganhar. Ele queria se juntar a nós."

Mesmo com todos votando a favor da divulgação dos arquivos, os líderes republicanos descartaram a medida como uma "votação política para inglês ver", orquestrada por democratas que apenas fingiam interesse no caso Epstein na esperança de prejudicar politicamente Trump. E embora o presidente tenha afirmado que sancionaria o projeto de lei caso chegasse à sua mesa, seus defensores questionaram se o Departamento de Justiça de fato divulgaria os arquivos.

*Com informações de agências internacionais.