Ipsos/Ipec: gestão Lula tem pior avaliação no combate à inflação; educação é destaque positivo

Política
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Pesquisa Ipsos/Ipec divulgada nesta sexta-feira, 19, mostra melhora na percepção sobre a atuação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em sete das nove áreas avaliadas. Apesar dos avanços, a avaliação negativa (ruim ou péssima) ainda prevalece sobre a positiva na maioria dos setores, com exceção da educação.

As áreas mais mal avaliadas continuam sendo o combate à inflação e o controle dos gastos públicos, ambas com 49% de reprovação. Na sequência, aparece a segurança pública, considerada ruim ou péssima por 45% dos entrevistados.

A educação segue como destaque positivo: 38% avaliam o setor como ótimo ou bom, alta de seis pontos porcentuais em relação a junho. A proporção dos que veem a área de forma negativa caiu de 40% para 35%, enquanto a percepção regular se manteve em 26%.

No combate à fome e à pobreza, a avaliação positiva subiu de 26% para 33%, enquanto a negativa recuou de 46% para 40%. A parcela que considera a atuação regular permanece estável, em 26%.

Já na área ambiental, houve queda da percepção negativa (de 41% para 38%) e avanço da positiva (de 26% para 30%). O índice de avaliação regular oscilou de 28% para 29%.

A atuação do governo no combate ao desemprego também apresentou melhora: a avaliação positiva cresceu de 25% para 30%, enquanto a negativa caiu de 45% para 41% e a regular ficou praticamente estável (de 28% para 27%).

Na saúde, embora 42% ainda considerem a gestão ruim ou péssima, houve recuo de seis pontos em relação a junho. A avaliação positiva subiu de 22% para 28% e a regular oscilou de 28% para 29%.

A política externa foi a única área a registrar aumento da avaliação negativa: 44% consideram a atuação ruim ou péssima, ante 39% em junho. A percepção positiva recuou de 28% para 27%, e a regular passou de 24% para 23%.

Na segurança pública, houve avanço de seis pontos na avaliação positiva, que foi de 20% em junho para 26% agora em setembro. Já a percepção negativa caiu de 52% para 45%, e a regular passou de 26% para 28%.

No combate à inflação, 49% dos brasileiros classificam a atuação como ruim ou péssima, contra 55% em junho. Outros 26% avaliam como regular (24% no levantamento anterior) e 21% como ótima ou boa (eram 16%).

O controle de gastos públicos apresenta números idênticos: 49% de ruim ou péssimo, 25% de regular e 21% de ótimo ou bom, contra 55%, 23% e 16% em junho, respectivamente.

A pesquisa foi realizada presencialmente entre os dias 4 e 8 de setembro, com uma amostra de 2.000 eleitores distribuídos em 132 municípios do País. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança adotado é de 95%.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, e o Príncipe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, finalizaram uma série de acordos para aprofundar a parceria estratégica entre os países, segundo comunicado da Casa Branca desta terça-feira, 18.

Mohammed bin Salman prometeu que a Arábia Saudita aumentará seus compromissos de investimento nos EUA para quase US$ 1 trilhão. No âmbito de defesa, Trump aprovou um grande pacote de futuras entregas de jatos F-35 e garantiu que a Arábia Saudita comprará quase 300 tanques americanos, disse a Casa Branca.

"As principais conquistas incluem ainda o Acordo de Cooperação Nuclear Civil, avanços na cooperação em minerais críticos e um Memorando de Entendimento sobre Inteligência Artificial - todos os quais destacam o compromisso dos Estados Unidos em garantir acordos que beneficiem diretamente o povo americano", acrescentou o governo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 18, que a regulamentação excessiva de inteligência artificial por estados americanos está ameaçando minar esse "grande motor de crescimento".

"Alguns estados estão até tentando incorporar a ideologia de diversidade em modelos de IA", escreveu ele na rede Truth. "Devemos ter um padrão federal único em vez de um mosaico de 50 regimes regulatórios estaduais. Se não o fizermos, a China nos alcançará facilmente na corrida pela IA", acrescentou.

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira, 18, por unanimidade, um projeto de lei que obriga as autoridades a tornar públicos arquivos do caso do falecido criminoso sexual Jeffrey Epstein, horas depois de a proposta ter passado pela Câmara dos Representantes.

Os senadores utilizaram um procedimento especial para que o texto fosse considerado aprovado de forma automática, sem debates e sem emendas. A proposta de lei será enviada ao gabinete de Donald Trump para sua promulgação.

O presidente americano está preparado para assinar o projeto de lei sobre os arquivos de Epstein assim que ele chegar à sua mesa, disse um funcionário da Casa Branca.

Jeffrey Epstein era um magnata e criminoso sexual que se suicidou em sua cela em agosto de 2019, antes de enfrentar um julgamento federal por uma série de escândalos ligados à sua rede de menores de idade abusadas sexualmente por ele e alguns de seus convidados, em muitos casos personalidades mundiais.

A lei aprovada pelo Congresso dos EUA obriga o Departamento de Justiça a publicar documentos não confidenciais da investigação sobre o financista e sua morte na prisão.

A medida foi tomada depois que os democratas, acompanhados por um pequeno grupo de dissidentes republicanos, conseguiram levar a legislação à votação na Câmara, apesar da veemente oposição de Trump e dos líderes do Partido Republicano. Isso refletiu como o caso Epstein e a forma como o presidente lidou fragmentaram a coalizão política de Trump e sugeriram uma fragilidade em seu controle absoluto sobre o partido.

A moção para levar o projeto ao plenário ficou parada por meses na Câmara e precisava de mais uma assinatura para avançar. O destino do projeto mudou na semana passada depois da reabertura do governo federal, que possibilitou a posse da deputada Adelia Grijalva. A democrata deu a última assinatura à moção.

Em paralelo, a divulgação de e-mails de Epstein obtidos por meio de liminar pelo Comitê de Supervisão da Câmara, também na semana passada, aumentou a pressão sobre Trump e os republicanos.

Nos mais de 20 mil arquivos, o presidente é citado mais de 1,6 mil vezes, e em alguns e-mails Epstein diz que Trump sabia de seus crimes e passou horas com uma das vítimas. O republicano nega qualquer conduta criminosa e considera o assunto uma "farsa".

Na segunda-feira, Trump disse que assinaria o projeto de lei se ele fosse aprovado por ambas as casas do Congresso, acrescentando: "Deixem o Senado analisá-lo".

A votação desta terça reforça as exigências para que o Departamento de Justiça divulgue os arquivos do caso de Epstein, um empresário influente que se suicidou em uma prisão de Manhattan enquanto aguardava julgamento em 2019, acusado de abuso sexual e tráfico de menores.

Trump muda de posição

Trump afirmou ter rompido relações com Epstein há anos, mas tentou durante meses contornar as pressões pela divulgação dos documentos. Na segunda-feira, ele disse a repórteres que Epstein tinha ligações mais com democratas e que não queria que os arquivos de Epstein "prejudicassem o grande sucesso do Partido Republicano".

Ainda assim, muitos na base republicana continuam a exigir a divulgação dos arquivos. Para aumentar essa pressão, várias sobreviventes dos abusos de Epstein comparecerão ao Capitólio nesta terça para pressionar pela divulgação dos arquivos. Elas também se reuniram com Johnson e protestaram em frente ao Capitólio em setembro, mas tiveram que esperar dois meses pela votação.

Isso porque Johnson manteve a Câmara fechada para atividades legislativas por quase dois meses e também se recusou a empossar a deputada democrata Adelita Grijalva, do Arizona, durante a paralisação do governo.

Após vencer uma eleição suplementar em 23 de setembro, Grijalva havia prometido fornecer o voto crucial de número 218 para a petição referente ao projeto de lei sobre os arquivos de Epstein. Mas somente depois de tomar posse na semana passada ela pôde assinar a petição de desobstrução, garantindo a maioria necessária na Câmara, composta por 435 membros.

Rapidamente ficou evidente que o projeto de lei seria aprovado, e tanto Johnson quanto Trump começaram a ceder. No domingo, Trump disse que os republicanos deveriam votar a favor do projeto.

O deputado Thomas Massie, republicano do Kentucky e autor do projeto de lei juntamente com o deputado democrata Ro Khanna, disse que Trump "cansou de me ver ganhar. Ele queria se juntar a nós."

Mesmo com todos votando a favor da divulgação dos arquivos, os líderes republicanos descartaram a medida como uma "votação política para inglês ver", orquestrada por democratas que apenas fingiam interesse no caso Epstein na esperança de prejudicar politicamente Trump. E embora o presidente tenha afirmado que sancionaria o projeto de lei caso chegasse à sua mesa, seus defensores questionaram se o Departamento de Justiça de fato divulgaria os arquivos.

*Com informações de agências internacionais.