Oposição critica fala de Lula sobre traficantes: 'Daqui a pouco, o PCC vira ONG'

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se tornou alvo de críticas da oposição após afirmar, durante uma agenda oficial na Indonésia nesta sexta-feira, 24, que "traficantes são vítimas dos usuários também".

Durante o evento, Lula afirmou que o enfrentamento ao tráfico de drogas deve incluir também o combate ao consumo interno.

"Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também", declarou o presidente. Após a repercussão, Lula foi às redes sociais dizer que a fala foi "mal colocada".

A fala gerou reações imediatas entre parlamentares da oposição. O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil no governo Bolsonaro, ironizou a declaração.

"Os traficantes são vítimas dos usuários, os assaltantes são vítimas dos assaltados, os assassinos são vítimas dos mortos, os estupradores são vítimas das violentadas e por aí vai. Presidente Lula, vítima é o povo brasileiro dessa visão em que as vítimas são culpadas e os culpados são vítimas", escreveu o senador nas redes sociais.

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a fala de Lula é "inacreditável"."O homem que governa o país defende quem destrói famílias, quem enche os cemitérios e quem espalha violência nas ruas. Para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado", declarou o parlamentar.

Na mesma linha, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou as declarações do presidente e afirmou que, "daqui a pouco, o PCC vira ONG".

"Lula acaba de anunciar que traficantes são vítimas dos usuários. No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG".

O governador Ronaldo Caiado também criticou Lula. "Como é que um país, como é que um cidadão de bem pode votar num homem desse? Onde é que nós estamos chegando? Um cidadão que defende explicitamente o traficante, o bandido. Veja bem o que é que nós estamos vivendo", disse Caiado no podcast 3 Irmãos.

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O chefe do fundo soberano russo (RDIF) e enviado especial do Kremlin, Kirill Dmitriev, afirmou que uma reunião entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, Donald Trump, acontecerá "em uma data posterior", sem fornecer outros detalhes, em entrevista para a CNN.

Dmitriev defendeu que o conflito terá uma solução diplomática. "Todos os esforços resultarão em algo", disse, ao acrescentar que a resolução "está perto".

Em outra entrevista, desta vez para Fox News, o representante russo alertou sobre o "impacto significativo" das sanções na economia da Rússia.

O principal enviado econômico da Rússia viajou aos EUA para conversas "oficiais" , segundo a CNN. A viagem ocorre após o Departamento do Tesouro dos EUA impor novas sanções a empresas petrolíferas russas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que a legitimidade "frágil" do Conselho de Segurança pode colocar em risco a paz global, se permanecer estagnado e não cumprir seu principal propósito, em discurso feito nesta sexta-feira, 24. Para resolver isso, ele pediu uma reforma.

"Embora o Conselho tenha desempenhado um papel central na manutenção da paz, na resolução de conflitos e na defesa do direito internacional, seu sistema de veto frequentemente paralisou ações e gerou críticas", menciona o texto da ONU.

De acordo com a organização, a estrutura do órgão é vista por muitos países e altos funcionários como pouco representativa, deixando regiões como África e América Latina sem uma voz permanente.

Guterres afirmou que "o privilégio de sentar-se à mesa carrega consigo o dever - acima de tudo - de honrar a fé dessas pessoas", afirmou. "Sem um Conselho de Segurança adequado, o mundo corre grave perigo."

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, bem como seus familiares e apoiadores, "em conformidade com as autoridades relacionadas ao combate ao narcotráfico", de acordo com documento divulgado nesta sexta-feira, 24.

Além do líder colombiano, sua esposa, Veronica del Socorro Alcocer Garcia, e seu filho mais velho, Nicolas Fernando Petro Burgos, também foram alvos da medida. Com a ação norte-americana, todos os bens e interesses em bens das pessoas designadas ou bloqueadas descritas no documento que estejam nos EUA ou sob posse ou controle de cidadãos norte-americanos estão bloqueados e devem ser reportados ao OFAC.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, alega que desde que Petro assumiu o poder na Colômbia, a produção de cocaína no país atingiu o ritmo mais alto em décadas, inundando os EUA e "envenenando americanos".

"O presidente Petro permitiu que os cartéis de drogas prosperassem e se recusou a interromper essa atividade", disse ele. "Hoje, o presidente dos EUA, Donald Trump, está tomando medidas enérgicas para proteger nossa nação e deixar claro que não toleraremos o tráfico de drogas para nosso país", acrescentou.

Segundo a nota, a ação foi tomada em conformidade com a Ordem Executiva 14059, que visa estrangeiros envolvidos no comércio global de drogas ilícitas.