Procuradoria aciona governador do PA por compra de R$ 8,4 mi de bombas de infusão

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Procuradoria-Geral de Justiça do Pará entrou com ação civil de improbidade administrativa contra o governador do Estado, Helder Barbalho, outras nove pessoas e uma empresa, por supostas irregularidades no processo de contratação de 1.600 bombas de infusão, no valor de R$ 8,4 milhões, em meio à pandemia de covid-19. O Ministério Público do Estado pede o afastamento chefe do Executivo estadual. Além disso, requer o bloqueio de R$ 10,7 milhões dos investigados - valor relacionado ao suposto prejuízo das irregularidades e multa - e indenização de R$ 1,5 milhão por danos morais coletivos.

Segundo a Procuradoria-Geral de Justiça do Pará, as supostas irregularidades identificadas no caso - direcionamento da contratação, dispensa de licitação, aquisição do produto por valor acima do mercado e não pagamento do frete e outros encargos - geraram um prejuízo de R$ 3,5 milhões aos cofres públicos. Não houve devolução dos valores, nem penalização da empresa pelo descumprimento do contrato, indicou ainda o MP-PA.

Além de Barbalho, foram acionados: Parsifal de Jesus Pontes, ex-Chefe da Casa Civil; Alberto Beltrame, ex-Secretário de Saúde; Peter Cassol Silveira, ex-Secretário adjunto de Gestão Administrativa da SESPA; Leonardo Maia Nascimento, ex-assessor do governador; Cintia de Santana Andrade Teixeira, diretora de Departamento Administrativo e Serviços da SESPA; Ana Lúcia de Lima Alves, ex-gerente de compras da SESPA; a empresa SKN do Brasil Importação e Exportação de Eletrônicos e seus sócios André Felipe de Oliveira da Silva, Felipe Nabuco dos Santos e Márcia Velloso Nogueira.

Na ação civil pública, a PGJ do Pará sustenta que a contratação das bombas de infusão foi direcionada para a empresa SKN do Brasil 'por meio de procedimento irregular de dispensa de licitação, culminado na aceitação de proposta com preço superior ao devido e na contratação de empresa inapta com elevado risco de inadimplemento'.

Segundo o Ministério Público Estadual, a empresa recebeu antecipadamente metade do valor previsto para aquisição dos produtos, R$ 4,2 milhões, e entregou apenas 1.580 bombas de infusão, fora do prazo contratual.

Além disso, a Procuradoria paraense aponta ainda que a SKN do Brasil foi liberada do pagamento do frete e demais encargos incidentes da contratação, apesar de os valores estarem previstos em contrato. O contrato também não possui data e nem o nome de André Felipe de Oliveira, sócio que teria articulado o ajuste junto ao Governo do Estado, diz ainda a PGJ.

De acordo com o Ministério Público, as investigações apontam a influência direta da cúpula do Poder Executivo Estadual 'na formalização do contrato, acertando previamente a contratação, emitindo nota fiscal antes do início do processo, não observando prévia pesquisa de preço, não observando outras possibilidades de contratação em valor menor e mais vantajoso, dispensando injustificadamente a apresentação de documentos necessários à habilitação da empresa contratada e antecipando o pagamento sem as devidas cautelas'.

Boa parte dos nomes citados na ação do MP paraense foi alvo da Operação Para Bellum - investigação contra suposta suposta fraude na compra de R$ 50,4 milhões em respiradores pulmonares.

Segundo a Procuradoria, assim como na compra dos respiradores, a contratação das bombas de infusão 'se originou da relação estabelecida entre o Governador do Estado Helder Barbalho e o representante da empresa SKN do Brasil, André Felipe de Oliveira da Silva, que se tratavam como amigos e tinham contato próximo desde 2018?. A ação apresenta trechos de conversas entre os dois.

A Procuradoria-Geral de Justiça alega que, para viabilizar a contratação fraudulenta, o governo do Estado editou decreto sobre contratações emergenciais e sua simplificação, instituindo a possibilidade de pagamento antecipado nas contratações emergenciais para o combate à covid-19'.

Ainda segundo o órgão, as investigações apontam que contrato para a aquisição das bombas de infusão não passou por qualquer órgão técnico da Secretaria Estadual de Saúde ou mesmo pela Procuradoria-Geral do Estado, sendo recebido diretamente pelo ex-chefe de gabinete, Parsifal Pontes.

A contratação, mediante pagamento antecipado de 50% do valor, também foi autorizada pelo então secretário de saúde Alberto Beltrame e o pagamento ordenado pelo então assessor do gabinete do Governador, Peter Cassol.

Para o MP-PA, as provas apontam 'o direcionamento ilícito da contratação e de evidente ocorrência de fraude à licitação, configurando incontestes atos dolosos, justificadores da necessidade de responsabilização de todos os agentes públicos e terceiros envolvidos'.

COM A PALAVRA, O GOVERNADOR HELDER BARBALHO

É com surpresa que o Governo do Estado recebe a ação civil pública, pois as bombas de infusão citadas estão em perfeito uso há mais de um ano, na rede estadual, sem qualquer questionamento. Não há assim, irregularidades no contrato das bombas junto à empresa SKN.

O Estado ressalta que o próprio Ministério Público do Pará, em 2ª instância, se manifestou favoravelmente ao crédito da empresa SKN pela entrega regular das bombas de infusão.

Essa é mais uma ação política, um factóide do atual Procurador Geral, Gilberto Valente, que deixará o cargo em uma semana e é investigado por peculato e improbidade administrativa. É de conhecimento público que esse procurador persegue o Estado, ao mesmo tempo em que protege pessoas de sua família na compra superfaturada de respiradores para a Prefeitura de Belém na gestão anterior.

COM A PALAVRA, OS CITADOS

A reportagem busca contato com os alvos da ação do MP-PA. O espaço está aberto para manifestações.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.