PL aposta em discurso de intolerância religiosa na prisão de Bolsonaro e pressiona por anistia

Política
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O Partido Liberal (PL) resolveu apostar no discurso de que a prisão de Jair Bolsonaro (PL) é fruto de "intolerância religiosa" e quer retomar a mobilização pela anistia para livrar o ex-presidente da cadeia.

O partido reuniu cerca de 50 parlamentares federais em Brasília na tarde desta segunda-feira, 24, para debater como recalcular a rota depois de Bolsonaro ser preso preventivamente no sábado por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e os filhos do ex-presidente Flávio, Carlos e Renan estavam presentes no encontro, convocado pelo presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto.

Em entrevista após a reunião, que durou cerca de duas horas e meia, Flávio anunciou que o "objetivo único é a aprovação do projeto de anistia" a partir de agora. Ele foi escolhido porta-voz do pai.

Flávio afirmou que um eventual projeto de lei que foque na redução de penas dos condenados no 8 de Janeiro não interessa ao PL. Mas os parlamentares defendem que a proposta seja primeiro colocada em votação para então se votar qual o texto a ser aprovado.

"Não abrimos mão de buscar isentar essas punições absurdas que estão sendo impostas a pessoas inocentes, ainda mais depois desse último ato de tirar o presidente Bolsonaro da prisão domiciliar com base em intolerância religiosa", afirmou o senador.

A acusação de intolerância religiosa reside no fato de que Moraes embasou parte de sua decisão na convocação de uma vigília que o próprio senador convocou para a noite do sábado. O ministro entendeu que ela poderia provocar uma confusão que facilitaria uma eventual fuga de Bolsonaro.

"Eu fiz um chamado para orar pelo presidente Bolsonaro, pela sua saúde, por justiça. E de uma forma mirabolante nós vimos isso ser transformado, ser criminalizado. Fomos acusados de organização criminosa por querer exercer nosso direito ao culto. Que isso sirva de alerta a todas as lideranças religiosas deste País, que se não abrirem o olho agora amanhã será tarde demais", disse Flávio.

O foco do discurso bolsonarista expõe uma estratégia de mirar a comunicação no "calcanhar de Aquiles" da decisão de Moraes, uma vez que a violação da tornozeleira, além de considerada mais grave, teve confissão gravada em vídeo pelo próprio ex-presidente.

"Das 17 páginas da decisão (de Moraes), tem um único parágrafo sobre a tornozeleira", declarou o senador Rogério Marinho, líder da oposição no Senado, sugerindo que o principal subsídio para a prisão preventiva foi a vigília e não a violação da tornozeleira.

As eleições de 2026 foram tratadas na reunião. Flávio afirmou que todas as definições de chapas e a própria sucessão de Bolsonaro passarão pelo ex-presidente.

"(A definição do candidato a presidente) não tem limite de tempo e só vai acontecer quando sair da boca do presidente Bolsonaro o que ele quiser que seja. Meu nome não está na mesa. Pretendo ser candidato ao Senado no Rio", disse Flávio.

Os parlamentares também disseram que a bancada vai votar contra a nomeação do advogado-geral da União Jorge Messias no STF. Ele foi a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.

Carlos Bolsonaro disse esperar que as recentes vitórias da direita na América Latina podem mudar os ventos à favor da soltura de seu pai. Além de Javier Milei na Argentina, Rodrigo Paz venceu as eleições na Bolívia, e José António Kast foi para o segundo turno no segundo turno no Chile, por exemplo.

"Um emaranhado de informações, de coisas que podem muito bem levar à soltura do presidente Bolsonaro, visto que há diversos avanços acontecendo na América Latina. Pelo mesmo motivo que soltaram os outros, podem soltar o presidente Bolsonaro", afirmou, sem especificar quem seriam os "outros".

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O governo de Donald Trump intensificou a pressão sobre o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao designar o Cartel dos Sóis como uma organização terrorista estrangeira. No entanto, a entidade que o governo dos EUA alega ser liderada por Maduro não é um cartel propriamente dito.

A designação, publicada nesta segunda-feira, 24, no Federal Register, é a ação mais recente na campanha de Trump para combater o tráfico de drogas. Antecipando a medida há quase uma semana, o secretário de Estado, Marco Rubio, acusou o Cartel dos Sóis de ser "responsável pela violência terrorista" no hemisfério ocidental.

A medida ocorre enquanto Trump considera se deve tomar ação militar contra a Venezuela, algo que não descartou, apesar de mencionar a possibilidade de conversações com Maduro.

Os venezuelanos começaram a usar o termo Cartel dos Sóis na década de 1990 para se referir a comandantes militares que se enriqueceram com o tráfico de drogas. À medida que a corrupção se expandiu a nível nacional, primeiro com o falecido presidente Hugo Chávez e depois com Maduro, seu uso se ampliou de maneira vaga para policiais e funcionários governamentais, bem como para atividades como mineração ilegal e tráfico de combustível.

O termo geral foi usado para descrever uma organização de tráfico de drogas liderada por Maduro em 2020, quando o Departamento de Justiça dos EUA, no primeiro mandato de Trump, anunciou a acusação contra o líder da Venezuela e seu círculo íntimo por narcoterrorismo e outros crimes.

"Não é um grupo", afirmou Adam Isaacson, diretor de supervisão de defesa na organização Escritório em Washington para Assuntos Latino-Americanos. "Não é como um grupo em que as pessoas se identificam como membros. Não têm reuniões regulares. Não têm uma hierarquia".

(*Fonte: Associated Press)

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, Sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, 24, uma ordem executiva que orienta os laboratórios nacionais a construir uma plataforma de inteligência artificial (IA) para acelerar descobertas científicas e de engenharia.

Batizada de Missão Gênesis, o diretor do Escritório de Política de Ciência e Tecnologia da Casa Branca, Michael Kratsios, chamou-a de "a maior mobilização de recursos científicos federais desde o programa Apollo".

A ordem descreveu a Missão Gênesis como "um esforço nacional dedicado e coordenado para desencadear uma nova era de inovação e descoberta aceleradas por IA, capaz de resolver os problemas mais desafiadores deste século".

"Neste momento crucial, os desafios que enfrentamos exigem um esforço nacional histórico, comparável em urgência e ambição ao Projeto Manhattan, que foi fundamental para nossa vitória na Segunda Guerra Mundial e serviu como base crítica para a fundação do Departamento de Energia (DoE) e seus laboratórios nacionais", enfatizou a Casa Branca.

A ordem faz parte da implementação do "Plano de Ação de IA da América", assinada por Trump este ano e que reconhece a necessidade de investir em IA para acelerar o avanço científico nos EUA e tomar a liderança na corrida do setor tecnológico.

Negociadores presentes em Genebra, na Suíça para discutir o plano de 28 pontos apoiado por Rússia e Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia disseram ter havido avanços nesta segunda-feira, 24, depois que partes da proposta foi desidratada. Apesar disso, Moscou ainda não endossou as mudanças, propostas após países europeus e Kiev terem se reunido às pressas com enviados americanos.

As discussões de alto nível realizadas em Genebra desde domingo têm sido uma tentativa de abordar as preocupações da Ucrânia e de seus aliados europeus sobre uma versão preliminar da proposta, que muitos ucranianos consideraram excessivamente favorável a Moscou

O presidente Volodmir Zelenski afirmou que a Ucrânia se encontra em um "momento crítico" e que em breve definirá seus próximos passos.

A Casa Branca e a presidência da Ucrânia divulgaram uma declaração conjunta durante a madrugada, afirmando que "progressos significativos" haviam sido feitos em direção ao "alinhamento de posições".

Ainda de acordo com o comunicado, as conversas resultaram em uma versão "atualizada e refinada" do acordo, e que "trabalho intenso" continuaria nos próximos dias.

Em meio ao otimismo oficial, Oleksandr Bevz, assessor do presidente da Ucrânia que participou das negociações em Genebra entre autoridades americanas e ucranianas, disse que eles conseguiram discutir quase todos os pontos do plano, e uma questão não resolvida é a do território, que só pode ser decidida em nível de chefe de Estado.

Segundo ele, os EUA demonstraram "grande abertura e compreensão" de que as garantias de segurança são a pedra angular de qualquer acordo para a Ucrânia. Ele afirmou que os EUA continuariam trabalhando no plano e que, em seguida, os líderes da Ucrânia e dos EUA se reuniriam. Depois disso, o plano seria apresentado à Rússia.

Bevz não quis dizer quais concessões, se houver, a Ucrânia fez nas negociações e acrescentou que "todos chegaram estressados".

Autoridades europeias, que dizem ter sido pegas de surpresa pelo plano americano e que sua própria segurança está em risco, pressionaram Washington por mudanças nas negociações de Genebra. "As negociações representaram um passo em frente, mas ainda existem questões importantes a serem resolvidas", escreveu o presidente finlandês Alexander Stubb nas redes sociais.

O presidente Donald Trump - que está pressionando a Ucrânia para que aceite um plano de acordo até o Dia de Ação de Graças, mas indicou que as negociações podem continuar se estiverem indo bem - disse que "algo bom pode estar acontecendo". Autoridades americanas afirmaram que desejam fechar um acordo com a Ucrânia que possa ser apresentado à Rússia.

O secretário de Estado Marco Rubio disse a jornalistas no domingo que as questões não resolvidas na proposta de paz não eram "insuperáveis", expressando otimismo antes de deixar Genebra de que um acordo pudesse ser alcançado em breve.

Ainda assim, ele reconheceu que a Rússia "terá que concordar com isso", e não estava claro quando as negociações chegariam a Moscou.

O Kremlin disse nesta segunda-feira, 24, que ainda não havia recebido "oficialmente" nenhuma informação sobre o resultado das discussões em Genebra. A Rússia está aberta a contatos e negociações, mas "não tem detalhes concretos sobre conversas que nos envolvam", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas. Ele disse que a Rússia não planejava realizar conversas com autoridades americanas esta semana.

*Com agências internacionais.