Audiência de extradição de Zambelli na Itália é adiada

Política
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A Justiça italiana adiou a audiência que analisaria o pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para o Brasil. Inicialmente prevista para às 9h (horário de Brasília) desta quinta-feira, 27, a sessão foi remarcada para o dia 4 de dezembro, segundo a assessoria da parlamentar.

Zambelli está presa na Itália, para onde fugiu pouco depois do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar sua prisão, em junho. Após a fuga, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tomasse as providências necessárias para que a parlamentar fosse extraditada para o Brasil. A AGU representa o governo brasileiro na ação na Justiça do país europeu.

O processo tramita na Corte de Apelação de Roma. Independentemente da decisão, tanto a defesa da deputada, quanto o Ministério Público italiano, que apresentou parecer favorável à extradição, podem recorrer à Corte de Cassação. A palavra final sobre a extradição de Zambelli caberá ao Ministério da Justiça italiano. Atualmente, a Itália é governada pela primeira-ministra Giorgia Meloni, líder do partido de direita radical Fratelli d'Italia (Irmãos da Itália).

Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF. Na primeira ação foi sentenciada a dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, em conluio com o hacker Walter Delgatti Neto, que afirmou ter sido contratado por ela para inserir documentos falsos no sistema, entre eles, um mandado de prisão contra Moraes. Foi após essa sentença que a parlamentar deixou o País e acabou presa na Itália, em ação conjunta entre a Polícia Federal e autoridades italianas.

Na segunda condenação, o STF impôs pena de cinco anos e três meses, em regime inicial semiaberto, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, com perda do mandato após o trânsito em julgado.

Além da extradição, Zambelli também enfrenta pedido de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados. Após análise da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, o caso segue para o plenário, onde a decisão final será tomada. São necessários pelo menos 257 votos para a cassação. Na sentença de Zambelli, o STF determinou a perda imediata do mandato, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu que o tema deve ser analisado pelos deputados.

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Uma mulher identificada como Cheung procurava pelos familiares desaparecidos no incêndio que atingiu um complexo de prédios residenciais de Hong Kong. Até o momento, 83 óbitos foram confirmados. A tragédia já é a mais letal dos últimos 77 anos.

A polícia instalou um local para identificação de vítimas em um centro comunitário, onde são exibidas fotografias dos corpos resgatados do incêndio.

"Se os rostos estão irreconhecíveis, há objetos pessoais para que as pessoas possam identificá-los", relatou Cheung. "Não tenho palavras. Havia crianças (...) Não consigo descrever", disse.

O combate ao incêndio já dura mais de 24 horas. As autoridades locais disseram nesta quinta-feira, 27, que as chamas foram extintas em quatro edifícios e estão sob controle em outros três.

Nas janelas dos prédios carbonizados e em ruínas, ainda é possível ver pequenas chamas alaranjadas. Com o incêndio quase totalmente controlado, os bombeiros percorrem os apartamentos com lanternas, em meio à fumaça densa, à procura de vítimas que ainda não tenham sido resgatadas.

O chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, disse nesta quinta-feira que 279 pessoas ainda não foram localizadas. No entanto, não se sabe se elas estão presas nos escombros ou se conseguiram buscar abrigo em outro lugar.

"[Os socorristas estão] enfrentando altas temperaturas e subindo cuidadosamente andar por andar, realizando buscas minuciosas e tentando resgatar pessoas o mais rápido possível", disse o vice-diretor do Corpo de Bombeiros, Wong Ka Wing. "Não descartamos a possibilidade de resgatar mais feridos."

Um bombeiro está entre os 65 mortos. Outras 70 pessoas ficaram feridas e mais de 900 foram resgatadas e levadas para abrigos temporários.

Apesar de estarem em segurança, muitos moradores seguem aflitos. Lawrence Lee, que foi levado a um abrigo, perdeu contato com a mulher e acredita que ela ainda esteja presa dentro do apartamento.

"Quando o incêndio começou, eu disse a ela por telefone para escapar. Mas assim que ela saiu do apartamento, o corredor e as escadas estavam cheios de fumaça e tudo estava escuro, então ela não teve escolha a não ser voltar para o apartamento", afirmou.

Já Winter e Sandy Chung, que viram faíscas voarem enquanto fugiam, disseram estar preocupados com sua casa. "Não consegui dormir a noite toda", afirmou Winter.

A principal suspeita é de que o fogo tenha começado em andaimes de bambu e redes de proteção de obra instalados nos prédios. Apenas um dos oito edifícios do complexo, que abrigava milhares de pessoas, não foi atingido.

As autoridades acreditam que alguns materiais das paredes externas não atendiam aos padrões de resistência ao fogo, o que permitiu a propagação rápida das chamas. Os agentes também encontraram isopor - altamente inflamável - nas janelas de cada andar, próximo ao hall do elevador, na única torre que não foi afetada.

Dois diretores e um consultor de engenharia de uma construtora foram presos por suspeita de homicídio culposo. "Temos motivos para acreditar que os responsáveis pela construtora foram extremamente negligentes", disse a superintendente sênior da polícia de Hong Kong, Eileen Chung.

O nome da empresa à qual os três homens estão vinculados não foi divulgado. No entanto, policiais cumpriram um mandado de busca no escritório da Prestige Construction & Engineering Company, que, de acordo com a Associated Press, era responsável pelas reformas no Wang Fuk Court. Caixas de documentos foram apreendidas. Procurada pela AP, a empresa não atendeu às ligações.

*Com informações da Associated Press.

O Gabinete de Implementação de Sanções Financeiras do Reino Unido informou nesta quinta-feira, 27, que permitirá a continuação das operações comerciais da petrolífera russa Lukoil e suas subsidiárias até 26 de fevereiro de 2026. As sanções estavam programadas para entrar em vigor na sexta-feira, 28 de novembro.

A Lukoil e a Rosneft também foram sancionadas pelos EUA em outubro, e algumas dessas medidas também foram adiadas.

As penalidades direcionadas ao setor de energia da Rússia visam atacar o poder de Moscou em meio à invasão da Ucrânia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e as autoridades ucranianas chegaram a um acordo preliminar ontem sobre um conjunto de políticas macroeconômicas para um novo arranjo de US$ 8,1 bilhões em 48 meses sob o Mecanismo de Financiamento Ampliado (EFF,a sigla em inglês).

Segundo comunicado divulgado na quarta-feira, a instituição mantém seu compromisso de engajamento com a Ucrânia, e um novo programa pode ser submetido ao Conselho Executivo para aprovação, após a conclusão das ações prévias. "O FMI acolhe todos os esforços para garantir uma paz duradoura, e o programa será recalibrado conforme necessário em cada revisão, dependendo do progresso em direção a uma resolução da guerra", acrescentou.

Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andriy Sybiha, pediu aos parceiros da União Europeia (UE) que aprovem uma decisão para usar ativos russos congelados, visando apoiar 140 bilhões de euros em empréstimos à Kiev.

"É importante para nós receber um resultado positivo em relação ao empréstimo de reparação, ou seja, o uso efetivo dos ativos russos congelados", disse Sybiha a repórteres, segundo a Reuters.

Em paralelo, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, anunciou nesta quinta que delegações de seu país e dos Estados Unidos se reunirão esta semana para avançar as negociações em Genebra, visando trazer paz e fornecer garantias de segurança para Kiev, também conforme a Reuters.