Aras defende troca de dados entre Receita e MPE sem autorização judicial

Política
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O procurador-geral da República Augusto Aras defendeu o compartilhamento de dados entre a Receita Federal e o Ministério Público Eleitoral sem autorização judicial. Em parecer enviado nesta terça-feira, 4, ao Supremo Tribunal Federal (STF), o PGR sustenta que a Corte deve manter entendimento semelhante ao que validou o intercâmbio de informações do Fisco e do Coaf (hoje Unidade de Inteligência Financeira, UIF) com o Ministério Público em investigações criminais.

O caso será discutido pelo STF em recurso da Promotoria Eleitoral contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que considerou 'ilícita' a prova obtida pelo compartilhamento de dados sem autorização da Justiça.

Segundo Aras, a troca de informações é legítima e prevista em portaria conjunta do Fisco com a Justiça Eleitoral. Após as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral repassa à Receita Federal as prestações de contas das campanhas e as doações eleitorais. Os auditores cruzam os dados com as bases do Fisco e remete ao tribunal uma lista de possíveis doações suspeitas de violarem a lei.

Os dados são repassados à Promotoria Eleitoral, que propõe representações por doações feitas acima do limite legal para pessoas físicas, hoje fixado em 10% dos rendimentos brutos do cidadão no ano anterior.

Aras sustenta que, apesar da troca ser legal, a jurisprudência do TSE passou a reconhecer como 'ilícita' as provas obtidas pelo Ministério Público a partir do compartilhamento de dados sem autorização judicial. As informações repassadas seriam o nome e o CPF do doador, o valor da doação e os rendimentos declarados à Receita Federal no ano anterior.

"Os dados econômicos e financeiros referentes às doações eleitorais, que servem para verificação dos limites permitidos e possível cometimento de irregularidades, inserem-se na esfera da intimidade que reverbera para o âmbito público, pois não têm relação direta com o essencialmente íntimo e indevassável do indivíduo, espraiando-se para a dimensão de outros, notadamente do Estado", alegou o PGR. "Inexiste, portanto, devassa ou acesso indiscriminado a todas e quaisquer informações detidas pela Receita Federal".

No parecer, Aras afirma que o compartilhamento de informações mantém a preservação do sigilo, limitando o seu acesso somente 'ao que for estritamente necessário à coibição e punição de eventuais irregularidades'.

Coaf

Em 2019, o STF aprovou por dez votos a uma tese (espécie de resumo com a posição do Supremo sobre o tema) sobre o compartilhamento de dados do Coaf e da Receita Federal com o Ministério Público em investigações criminais. Na ocasião, os ministros firmaram o entendimento de que o intercâmbio de informações deve ser feito apenas por meio de 'comunicações formais', com garantia de sigilo e estabelecimento de 'instrumentos efetivos de apuração e correção de eventuais desvios', e sem a necessidade de autorização judicial.

Foi durante a tramitação deste processo que o ministro Dias Toffoli suspendeu, por liminar, todas as investigações que utilizaram provas obtidas pelo compartilhamento de dados de órgãos de controle, como o Coaf. A medida beneficiou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado por suposto esquema de 'rachadinha' (apropriação parcial ou total de salário de servidores) durante seu mandato como deputado estadual do Rio. Os inquéritos foram retomados após o Supremo firmar entendimento sobre o assunto.

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A ex-atriz canadense Jasmine Mooney, que participou do filme American Pie: O Livro do Amor (2009), relatou ter ficado 12 dias presa após tentar um visto para trabalhar nos Estados Unidos. Jasmine narrou o ocorrido em uma entrevista ao jornal The New York Times nesta terça, 18.

Nem o Serviço de Imigração e Alfândega e nem a Casa Branca responderam a pedidos do NYT para um pronunciamento sobre o assunto.

Segundo a ex-atriz, ela havia levado sua documentação a oficiais de uma fronteira na Califórnia para tentar seu visto. Jasmine havia recebido uma oferta para trabalhar em uma startup de saúde e bem-estar.

Ao chegar lá, ela foi informada pelos agentes que estava no local errado e levada a outra sala. Jasmine, então, foi surpreendida ao ser presa pelo Serviço de Imigração e Alfândega do país.

"Eles disseram: 'Mãos na parede'", narrou a ex-atriz. Jasmine afirma ter tentado conversar com os agentes, dizendo que não tinha a intenção de entrar ilegalmente nos Estados Unidos, mas em vão.

Seis dias depois, a ex-atriz contou ter sido informada de que ela e outras presas seriam transferidas a outra prisão no Arizona. Na ocasião, Jasmine disse que teve de responder a uma série de perguntas sobre se havia sido abusada sexualmente, se havia tentado suicídio, além de ser obrigada a fazer testes de gravidez em banheiros sem porta.

Enquanto ainda estava presa, ela conversou com uma emissora local, a KGTV, e afirmou que teve de dormir em um colchonete, sem cobertor e sem travesseiro, e enrolada com uma folha de alumínio. "Nunca na minha vida vi algo tão desumano", disse Jasmine.

A ex-atriz foi solta na última sexta, 14, e retornou a Vancouver, no Canadá. Ela foi proibida de entrar nos EUA por cinco anos. Jasmine, porém, pretende apelar da decisão.

Desde que assumiu o mandato, o presidente Donald Trump vem tomando "táticas linha-dura" para tentar barrar as imigrações para o país. Entenda as medidas do governo Trump aqui.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que ninguém quer que a Rússia e a China fiquem juntos, completando que seu governo buscará uma relação amigável com os dois países.

Em entrevista à Fox News nesta terça-feira, 18, Trump disse que "é verdade" ao responder a uma pergunta sobre se o seu governo teria interesse em melhorar a relação com a Rússia.

Para Trump, a Rússia gostaria de ter um pouco do poder econômico dos Estados Unidos. Trump disse que teve uma "boa ligação" com Putin, que durou cerca 2 horas, afirmando que a conversa foi sobre o cessar-fogo na Ucrânia, mas também sobre outros assuntos.

Nesta terça-feira, 18, o presidente russo, Vladimir Putin, concordou em suspender os ataques a alvos de infraestrutura energética da Ucrânia por 30 dias, atendendo a uma proposta de Trump.

Sobre os processos que pairam sobre o presidente, Trump disse que não desafiaria uma ordem judicial e que conhece como ninguém as instâncias judiciais do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou esperar que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, "entrem em paz", pois o mundo "não comporta mais guerra". "Espero que o cara que comanda o exército de Israel tenha ouvido (Geraldo) Alckmin para parar de atacar palestinos", disse.

"Só para vocês terem ideia, no ano passado, o mundo gastou US$ 2,4 trilhões de armas, enquanto isso nós temos 730 milhões de pessoas passando fome no mundo", continuou o petista. "Significa uma inversão de valores que não poderia acontecer no mundo hoje."

A declaração foi dada durante visita à fábrica da Toyota no município de Sorocaba nesta terça-feira, 18, no interior de São Paulo. Além de Lula, estão presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Mais cedo, Zelensky afirmou que a Ucrânia apoiaria uma proposta dos EUA para interromper os ataques à infraestrutura energética russa e que espera falar com o presidente americano Donald Trump sobre seu telefonema de hoje com o presidente Putin.

O presidente ucraniano disse que, após a ligação entre Putin e Trump, ele mesmo conversou por telefone com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz, ambos aliados europeus importantes. Zelensky diz esperar que os parceiros de Kiev não cortem a assistência militar vital para a Ucrânia, depois que Putin enfatizou que qualquer resolução do conflito exigiria o fim de toda a assistência militar e de inteligência.