CCJ da Câmara aprova proposta que altera composição do Conselho Nacional do MP

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Por 37 a 13, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara decidiu nesta terça-feira, 4, aprovar a admissibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e amplia a influência do legislativo sobre o órgão. Com o aval da CCJ, a proposta deve seguir agora para uma comissão especial, antes de ser analisada pelo plenário da Câmara. Só após ser aprovado em dois turnos pelos deputados, o texto será encaminhado ao Senado.

A medida de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) aumenta de duas para três as vagas que o Parlamento tem direito a indicar no CNMP. Em outro trecho polêmico, a PEC também retira a exigência de o corregedor nacional do Conselho ser um procurador ou promotor escolhido pelo conselho. Ou seja, o corregedor do CNMP poderia ser um nome de fora do próprio colegiado.

"O objetivo é aperfeiçoar o controle externo. As instituições, para serem respeitadas, não podem conviver com esses tipos de violações, nem abusos, nem crimes. O aperfeiçoamento do controle externo de uma instituição não deve ser temido. Já cassei vários parlamentares aqui, votei favoravelmente, mas não aceito nenhuma instituição que não puna os abusos cometidos dentro dela", disse Teixeira na reunião desta tarde.

O CNMP é formado por 14 conselheiros, e dois deles são indicados hoje pela Câmara e pelo Senado. Presidido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, o conselho detém a prerrogativa de fiscalizar o Ministério Público e punir os procuradores e promotores que eventualmente cometam erros. Reportagem do Estadão mostrou que, em 15 anos, só 22 procuradores foram punidos com a demissão.

A proposta de Teixeira ganhou apoio do PT ao PSL. "Nosso desejo é de que se possa colocar alguns freios em alguns poderes e outras instituições que muitas vezes têm violado as liberdades, têm violado a independência entre os poderes, usurpado competências", afirmou o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ).

Membros do CNMP ouvidos reservadamente pela reportagem avaliam que o texto é uma retaliação ao órgão e ao Ministério Público depois de a Lava Jato ser colocada em xeque com a divulgação de mensagens obtidas por hackers que levantaram suspeitas sobre a atuação de procuradores da força-tarefa em Curitiba.

Parlamentares se queixam da falta de punição de procuradores da Lava Jato, que contrariou os interesses da classe política ao colocar no banco dos réus dezenas de políticos das mais variadas matizes ideológicas. Um integrante da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR), por outro lado, aponta que a medida evidencia que, na opinião do sistema político, o MP não faz uma "autocrítica".

"Acatar que alguém que não pertença aos quadros do MP possa ocupar posto tão importante quanto o de corregedor, não vejo justificativa", disse o deputado Gervásio Maia (PSB-PB).

O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) reforçou as críticas à proposta. "Não é possível nós acharmos que alguém vai vir de fora com a melhor das intenções e conseguir a médio e longo prazo fazer o controle interno cuidando das punições necessárias. É equivocada a ideia de que transferindo a função de Corregedor para uma pessoa externa ao órgão que teremos eficácia maior", afirmou.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.