STJ nega trancar ação penal contra ex-prefeito por doações ilegais da Odebrecht

Política
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Em julgamento unânime, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu manter a ação penal por corrupção passiva contra o ex-prefeito de São Carlos (SP) Oswaldo Baptista Duarte Filho, o Oswaldo Barba (PT), aberta na esteira da Operação Lava Jato. A força-tarefa viu indícios de "caixa dois" da Odebrecht na campanha de reeleição do petista, em 2012, o que ele nega.

O processo foi ajuizado a partir dos acordos de leniência da construtora e das colaborações premiadas de executivos do grupo. Os pagamentos não declarados teriam sido feitos em troca de "posições privilegiadas" em procedimentos licitatórios no município, segundo a Lava Jato.

A defesa do ex-prefeito entrou com um habeas corpus pedindo o trancamento do processo depois que, na esfera civil, uma ação de improbidade administrativa sobre o caso foi julgada improcedente. Os advogados argumentavam que os efeitos deveriam atingir também a esfera penal. Também apontaram que as acusações se basearam exclusivamente nas declarações de colaboradores e em documentos produzidos unilateralmente por eles. Sustentaram ainda que, como a ação apura o suposto pagamento de propina em eleição municipal, não haveria interesse da União que justificasse a atuação do Ministério Público Federal no caso, motivo pelo qual o processo - se não fosse trancado - deveria ser transferido para a Justiça estadual.

Os pedidos foram negados pelo colegiado, que seguiu o entendimento do relator do recurso, ministro Joel Ilan Paciornik. Ele apontou que procedimentos civis, criminais e administrativos são, via de regra, independentes entre si.

"Cada qual poderá seguir investigando responsabilidades, dentro de suas respectivas atribuições, concomitantemente, com as ressalvas previstas em lei para os casos em que haverá prejudicialidade nas demais esferas", diz um trecho do voto. O ministrou observou ainda que, pela jurisprudência do STJ, apenas absolvições penais podem repercutir na esfera administrativa, mas o caminho contrário não é possível.

"Portanto, em se tratando de penalidades de distintas naturezas - muito embora originadas de um único fato -, remanesce a viabilidade de apuração em distintos âmbitos de julgamento, não havendo que se falar em bis in idem", concluiu o ministro ao negar o recurso.

A Quinta Turma também manteve a ação na Justiça Federal. O principal motivo foi a menção ao ex-deputado federal Newton Lima, padrinho político e antecessor do ex-prefeito no cargo, por participação no suposto esquema de captação ilícita de recursos.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.