'Lula nunca foi e não será opção no PSDB', diz Aécio após encontro de FHC

Política
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O encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi bem recebido por tucanos. Além de o PSDB ter divulgado uma nota com críticas ao "sinal trocado" dado por FHC, caciques tucanos avaliam que a associação entre os dois antigos adversários políticos enfraquece a tentativa de lançar uma candidatura de centro em 2022.

"O PSDB deve continuar a busca de uma candidatura ao centro, e há sinais claros de que além dos nomes colocados até aqui, o senador Tasso (Jereissati) começa a considerar realmente uma candidatura. Lula nunca foi, e não acredito que será uma opção para o PSDB", afirmou ao Estadão Aécio Neves, deputado e ex-presidente do partido.

Aécio foi o candidato do PSDB ao Planalto em 2014 e perdeu no segundo turno para Dilma Rousseff (PT) por uma margem apertada de votos. Apesar de criticar a aproximação com Lula, o mineiro afirmou que o ex-presidente FHC pode conversar com quem quiser.

"O presidente Fernando Henrique, aos 90 anos, tem o direito de almoçar, jantar e tomar seu vinhozinho com quem ele escolher. E é uma felicidade pros seus amigos ver que ele faz isso com frequência e invejável disposição", declarou.

Um dos nomes cotados pelo PSDB como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também descarta uma aliança com o petista. "Num país democrático é natural que dois ex-presidentes possam conversar sobre política. Mas num país democrático também é natural que não se esqueça da história e nem se negue o passado. Conversar com todos é premissa de quem deseja o fim do 'nós contra eles' (algo que foi, inclusive, muito incentivado pelo PT), mas eu não aceito que o Brasil ande pra trás. Confio que FHC também não", disse Leite ao Estadão.

A reunião foi divulgada nas redes sociais do Lula e festejada nas redes sociais por deputados e senadores do PT. No entanto, a recepção tucana foi inversa. "Depois de o petismo rotular o seu governo de 'herança maldita', parece mais que estão em busca de votos do que um reconhecimento da gestão de FHC", escreveu o presidente do partido, Bruno Araújo, por meio de nota. "Esse encontro ajuda a derrotar Bolsonaro, mas não faz bem a um potencial candidato do PSDB", ressalta Araújo.

Em entrevistas ao jornal Valor Econômico na semana passada e à Rádio Eldorado nesta semana, o tucano afirmou que, num eventual segundo turno entre Bolsonaro e Lula, votaria no petista.

O Estadão apurou que os grupos de WhatsApp do PSDB reagiram de forma fortemente contrária ao encontro. O timing também foi considerado inadequado. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) havia participado na quinta-feira, 20, de um encontro com mulheres do partido e demonstrou empolgação em ser candidato ao Planalto pela legenda.

O PSDB marcou para outubro deste ano um processo de prévias para definir a candidatura presidencial tucana. Além de Tasso e Leite, concorrem os governadores João Doria (SP) e o ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio.

O encontro entre Lula e FHC foi promovido pelo ex-ministro Nelson Jobim, que atuou tanto no governo do petista, como ministro do Supremo Tribunal Federal, quanto no do tucano, como ministro da Justiça. O almoço ocorreu na casa de Jobim e durou cerca de 3 horas.

A aproximação com o tucano faz parte da estratégia do ex-presidente Lula de se apresentar como um pré-candidato moderado e atrair lideranças do centro político. No início do mês, ele esteve em Brasília e se reuniu com nomes como o do também ex-presidente José Sarney (MDB), o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ).

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.