PM que prendeu petista em Goiás com base na LSN é afastado

Política
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O policial militar que prendeu o secretário estadual do PT de Goiás, Arquidones Bites Leão, foi afastado de suas funções nesta terca-feira, 1. Identificado apenas como tenente Albuquerque, ele deteve o petista, em Trindade, após Leão se recusar a retirar uma faixa do capô de seu carro com a frase "Fora Bolsonaro Genocida". Leão, que também é professor da rede pública estadual, invocou seu direito de se manifestar, mas o policial disse que iria enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional. O PM terá de responder a inquérito e procedimento disciplinar.

Um vídeo mostra o momento da prisão. Albuquerque não usava máscara durante a abordagem, o que é obrigatório no Estado devido à pandemia do coronavírus. O policial citou o artigo 26 da LSN, que diz ser crime "caluniar ou difamar o presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação". O professor se negou a remover a faixa e reiterou que Bolsonaro "é genocida mesmo". Em seguida, o PM deu voz de prisão ao petista. Levado à sede da Polícia Federal de Goiânia, ele prestou depoimento e foi liberado pelo delegado Franklin Roosevelt.

Em nota, a PF informou que o professor não será indiciado em inquérito, pois não houve transgressão criminal. No sábado (29), Leão havia participado da organização de protestos contra o governo Bolsonaro na capital de Goiás e portado a faixa - as manifestações reuniram milhares de pessoas em todo o País; muitos dos manifestantes levaram faixas com os mesmos dizeres. Aliado do presidente Bolsonaro, o governador Ronaldo Caiado (DEM) determinou a apuração dos fatos. "Não aceitamos abuso de autoridade e ninguém está autorizado a agir acima da lei", afirmou.

O tenente Albuquerque aparece ao lado de Bolsonaro em fotos nas mídias sociais. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás definiu a abordagem do policial ao petista como "lamentável": "O policial militar envolvido nesse fato lamentável foi afastado de suas funções operacionais. Ele responderá a inquérito policial e procedimento disciplinar para apuração de sua conduta. O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Segurança, informa que não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade, venha de onde vier", afirma a nota.

A Polícia Federal informou que "após realizar a oitiva de todos os envolvidos, entendeu-se não ter havido transgressão criminal de dispositivo tipificado na Lei de Segurança Nacional". A presidente do diretório estadual do PT, Kátia Maria, publicou em vídeo um protesto contra a prisão que considerou arbitrária. Ela disse ter acompanhado o depoimento do professor na sede da PF. "Vamos cobrar justiça e as liberdades democráticas", postou em mídia social. A deputada Adriana Accorsi (PT) comemorou a liberação de Leão pela PF. "A justiça venceu, o Estado democrático de direito e a verdade. Conseguimos libertar nosso companheiro e defender a liberdade de manifestação", disse.

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.