Recusa do governo a compra de vacinas está comprovada na CPI, diz Randolfe

Política
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O vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), entende que a recusa do governo a compra de vacinas contra o novo coronavírus já está comprovada pelos depoimentos e provas obtidas pelo colegiado. "A omissão custou a vida de 80 mil brasileiros. Com as vacinas adquiridas em dezembro, poderíamos ter imunizado, em fevereiro ou março, todos os grupos prioritários", afirmou o parlamentar nesta segunda-feira (31) em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura.

A posição de Randolfe está alinhada com a do presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). Nesta segunda-feira, em entrevista ao programa Papo com Editor, do Broadcast Político, Aziz avaliou que há provas suficientes de que o governo de Jair Bolsonaro não quis comprar vacinas e, por isso, a comissão já teria motivos para pedir ao Ministério Público o indiciamento de agentes públicos por crime sanitário e contra a vida.

Corridos trinta dos noventa dias de CPI, o senador amapaense, contudo, evitou se comprometer com uma responsabilização direta de Bolsonaro. Para ele, uma eventual abertura de processo de impeachment contra o presidente da República depende diretamente do relatório a ser produzido pelo CPI. A relatoria está nas mãos do senador Renan Calheiros (MDB-AL), desafeto político do Palácio do Planalto.

Considerada uma vitória do governo federal, a convocação de governadores para prestarem depoimentos na CPI foi criticada por Randolfe durante a entrevista. "Está comprovado que é uma manobra dispersiva", afirmou. Os líderes estaduais buscam no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de não comparecerem ao colegiado.

Omissão de Aras

Randolfe Rodrigues também criticou, na entrevista, a atuação do procurador-geral da República, Augusto Aras, durante a pandemia de covid-19. Para ele, a CPI da Covid só existe devido ao que chamou de omissão do PGR. "(Aras) Não cumpriu papel de investigar. Se ele tivesse atuado como procurador-geral da República desde as primeiras ações negacionistas (do presidente Jair Bolsonaro), talvez não estivéssemos nesse atoleiro sanitário", declarou.

Para Randolfe, porém, Aras terá a oportunidade de se redimir quando receber o relatório final da CPI da Covid, em mais uma sinalização de que o presidente da República pode ser responsabilizado diretamente pela gravidade da pandemia no País.

De acordo com o senador, outros órgãos devem receber o relatório final da comissão, para além da PGR. "Pode ir para o presidente da Câmara, se constatado crime de responsabilidade. Se for crime de genocídio, pode ir para o Tribunal de Haia, uma hipótese que devemos avançar no caso do que ocorreu com populações indígenas", afirmou o vice-presidente da CPI.

"Ainda dá tempo de fazer muita coisa. Temos de avançar e perseguir sobre as licitações. Eu aposto que tem um rastro de dinheiro público não corretamente aplicado para ser investigado", afirmou, sugerindo a possibilidade de corrupção dentro do governo federal durante a pandemia.

A gestão inadequada do dinheiro público para combater a covid-19 por Estados e municípios, por sua vez, também é uma hipótese no radar do senador. "Não tenho dúvidas de que houve roubalheira. Passou da hora de Assembleias Legislativas instalarem CPIs", declarou o parlamentar.

O vice-presidente da CPI da Covid afirmou que não vê elementos que justifiquem uma eventual prorrogação do colegiado para além dos 90 dias estabelecidos, ou para apresentação de relatórios parciais. "Relatório de CPI dá trabalho. Tem de ser somente um", declarou no programa Roda Viva, da TV Cultura.

Randolfe ainda defendeu responsabilização de quem espalhou fake news durante a pandemia, citando uma fala do presidente Jair Bolsonaro de que a covid-19 seria uma "gripezinha". Ele também reiterou a importância de convocar do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, para depor à CPI, após o órgão aceitar, nesta segunda, que o Brasil sedie a Copa América em meio ao agravamento da pandemia no País. "Espero que possamos apreciar o requerimento da convocação, apresentado por mim, ainda nesta semana", afirmou o parlamentar.

Corrida ao STF

O senador amapaense disse acreditar que o atual advogado-geral da União, André Mendonça, não tem, hoje, votos suficientes no Senado para ser alçado ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso o presidente Jair Bolsonaro decida indicá-lo para a vaga do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposenta neste ano.

A indicação cabe ao Palácio do Planalto, mas precisa ser referendada pela Casa Legislativa. Desde o governo Floriano Peixoto - que foi presidente do Brasil entre 1839 e 1895 - todos os indicados pelo Executivo ao STF ganharam o aval do Congresso.

Corrida à Presidência

Randolfe disse ser muito cedo para externar a posição da Rede nas eleições presidenciais de 2022, mas destacou que o presidente Jair Bolsonaro deve estar no segundo turno diante da recuperação econômica.

"Por isso, é imperiosa a unidade de todos (da oposição). No segundo turno, faremos todos os esforços necessários contra Bolsonaro, independentemente de quem for o candidato", garantiu.

Em outra categoria

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que a declaração conjunta da reunião dos Ministros das Relações Exteriores do G7 buscam difamar o país e interferir em assuntos internos, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 17. A representante chinesa "lamentou fortemente" a situação e disse que o G7 deve parar de "semear a discórdia e provocar disputas".

"A China sempre promoveu negociações de paz sobre a questão da Ucrânia, nunca forneceu armas letais a nenhuma parte do conflito e exerceu controle rigoroso de exportação sobre artigos de uso duplo", explicou.

Segundo Mao, a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico, segue uma política de defesa nacional de natureza defensiva e sempre mantém sua força nuclear no nível mínimo exigido pela segurança nacional. "O G7 deve parar de politizar e armar os laços comerciais e econômicos e parar de minar a ordem econômica internacional e desestabilizar as cadeias industriais e de suprimentos globais", ressaltou.

A porta-voz apelou para que o grupo "veja a tendência da história e descarte o viés ideológico". "Eles precisam se concentrar em questões importantes, incluindo abordar os desafios globais e promover o desenvolvimento global, e fazer mais coisas que sejam propícias à solidariedade e cooperação internacionais", defendeu.

A milícia houthi prometeu neste domingo, 16, retaliar os EUA após uma série de bombardeios ordenados pelo presidente Donald Trump no sábado, 15, no Iêmen. A maior ação militar desde o retorno do republicano à Casa Branca, envolvendo ataques aéreos e navais, matou 31 pessoas, segundo o grupo iemenita, incluindo mulheres e crianças.

Mohamed al-Bukhaiti, um dos principais líderes houthis, afirmou que os ataques foram "injustificados" e prometeu responder na mesma proporção. "Responderemos à escalada com escalada", escreveu Bukhaiti na rede social X.

Pouco depois, a milícia reivindicou um ataque contra ao porta-aviões americano USS Harry Truman no Mar Vermelho. Os rebeldes afirmaram que dispararam 18 mísseis e um drone. O Pentágono não comentou a alegação.

Repetição

Os houthis, uma milícia xiita que conta com apoio do Irã, vêm realizando ataques contra Israel e ameaçando a navegação comercial no Mar Vermelho há mais de um ano, em solidariedade ao Hamas.

Os ataques americanos destruíram radares, defesas antiaéreas e sistemas de mísseis e drones, reduzindo a capacidade do grupo de interferir em rotas marítimas no Mar Vermelho. A estratégia é a mesma usada pelo governo de Joe Biden, embora Trump tenha dito que seu antecessor agiu de forma "fraca".

O Comando Central dos EUA, que publicou um vídeo mostrando a destruição de um complexo no Iêmen, afirmou que os ataques do fim de semana foram realizados com precisão para "defender os interesses americanos, dissuadir inimigos e restaurar a liberdade de navegação".

Os ataques atingiram a capital, Sana, além das províncias de Saada, al-Bayda, Hajjah e Dhamar. Segundo autoridades americanas, a pressão militar deve continuar por mais algumas semanas. No sábado, Trump exigiu que o Irã interrompa o apoio ao grupo.

Rússia

O conflito ganhou ramificações globais. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, pediu ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, em uma ligação telefônica, a suspensão dos ataques.

"Lavrov enfatizou a necessidade de um cessar imediato do uso da força e a importância de que todas as partes participem do diálogo político para encontrar uma solução que evite um maior derramamento de sangue", disse a chancelaria russa, em comunicado.

No ano passado, a Rússia condenou os ataques dos EUA e do Reino Unido contra o Iêmen e tem mantido conversas com os iranianos, que estão cada vez mais próximos de Moscou. Na semana passada, China, Rússia e Irã realizaram um exercício naval conjunto no Golfo de Omã. Na sexta-feira, diplomatas dos três países se reuniram em Pequim e pediram o fim das sanções ao Irã. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após acusar o ex-presidente Joe Biden de assinar documentos oficiais do governo americano utilizando uma auto pen, uma caneta automática para assinaturas em série, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, uma montagem com a foto oficial de Biden substituída por uma imagem do nome do democrata sendo assinado por uma máquina.

A provocação foi compartilhada numa publicação conjunta feita pelos perfis oficiais da Casa Branca e do POTUS (sigla em inglês para President of the United States) no Instagram.

"O verdadeiro presidente durante os anos Biden foi a pessoa que controlou a auto pen", disparou o magnata em publicação na sexta-feira, 14, à noite.

Na quinta, 13, durante entrevista para a rede de televisão americana Fox News, Trump já havia chamado Biden de "incompetente" ao acusá-lo de usar o dispositivo feito para duplicar assinaturas e comumente usados por celebridades para distribuição de produtos autografados.

"Se você observar, ele assina com auto pen", disparou. "São documentos importantes, você tem orgulho de assiná-los", mas "quase tudo foi assinado com auto pen". "Nunca deveria ter acontecido", finalizou.