Regulamento 'ou vale para todos, ou não vale para ninguém', diz Aldo Rebelo

Política
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Ministro da Defesa no governo Dilma Rousseff, Aldo Rebelo avalia que a decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello após a participação em um ato político com o presidente Jair Bolsonaro abre espaço para que outros atos da mesma natureza, que contrariam o Regimento Disciplinar, também deixem de ser punidos. "Ou vale para todos, ou não vale para nenhum", disse o ex-ministro.

Para Rebelo, que chefiou a pasta após a Comissão Nacional da Verdade terminar os trabalhos de investigação de violações cometidas pelas Forças Armadas durante a ditadura, a decisão "surpreende", "porque as Forças Armadas já pagaram um preço caro por atos de insubordinação no passado". Mas ele disse que ainda é cedo para avaliar as consequências da decisão. Leia trechos da entrevista:

Quais são as consequências, na sua avaliação, dessa decisão do Exército?

Ainda é cedo para se falar em consequências. O que podemos fazer é avaliar a decisão em si. Essas decisões sobre disciplina têm duas dimensões. Uma que alcança o autor da indisciplina e outra que alcança toda a tropa. A punição tem seu papel didático, pedagógico. Se não há nenhuma sanção, o efeito pedagógico é que essa indisciplina pode ser cometida por outra pessoa das Forças Armadas.

A mensagem é que esse tipo de ato pode ser cometido?

Não tem como relativizar. Ou vale para todos, ou não vale para ninguém. Se não tem sanção para um, não terá para outro.

Por que o Exército tomou essa decisão, na avaliação do senhor?

Eu não sei, não imagino. Ela surpreende.

Por quê?

Porque as Forças Armadas já pagaram um preço caro por atos de insubordinação no passado. E quanto mais alta a patente de quem cometeu a infração, mais grave. Certa feita, o marechal Floriano Peixoto (2º presidente da República) foi desacatado por um capitão e o puniu. Mais tarde, teve de punir 13 generais que fizeram um ato na frente de seu palácio. Com o capitão, foi um peso, com os generais, teve de ser outro.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.

A Rússia e a Ucrânia trocaram intensos ataques aéreos na madrugada deste sábado, com ambos os lados reportando mais de 100 drones inimigos sobre seus respectivos territórios.

O ataque ocorre menos de 24 horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, encontrar-se com o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, para discutir detalhes da proposta americana de um cessar-fogo de 30 dias na guerra com a Ucrânia.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que derrubou 126 drones ucranianos, 64 dos quais foram destruídos sobre a região de Volgogrado. Drones também foram abatidos sobre as regiões de Voronezh, Belgorod, Bryansk, Rostov e Kursk, disseram autoridades.

Já a força aérea da Ucrânia disse que a Rússia lançou uma enxurrada de 178 drones e dois mísseis balísticos sobre o país durante a noite.

A Rússia atacou instalações de energia nas regiões de Dnipropetrovsk e Odessa, causando danos significativos, disse a empresa privada de energia da Ucrânia DTEK