Twitter desabilita perfis suspeitos e bolsonaristas reclamam

Política
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O Twitter desabilitou nesta segunda-feira, 14, milhares de perfis que considera suspeitos de impulsionar conteúdo artificialmente na rede social. A ação gerou reclamações de bolsonaristas, que dizem ter perdido parte significativa de seus seguidores.

Na prática, a rede social desativou temporariamente os perfis suspeitos até que o usuário confirme detalhes como senha ou número de celular. "Até que cumpram essa etapa de confirmação, as contas ficam temporariamente desabilitadas, com funcionalidades limitadas, e deixam de entrar no cálculo para contagem de seguidores", diz o Twitter, em nota. Não é a primeira vez que a empresa realiza esse tipo de operação.

Entre os perfis que afirmam ter sido atingidos estão o ex-ministro Abraham Weintraub, o ex-assessor especial Filipe Martins e o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência. Eles reclamaram da ação em suas contas oficiais. Weintraub, por exemplo, afirma que perdeu cerca de 10 mil seguidores e, três horas depois, que 2,5 mil já haviam voltado à contagem.

Martins, que recentemente foi afastado no cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais e denunciado por um gesto de conotação racista, disse que 15 mil de seus seguidores desapareceram da contagem. Onyx reportou ter perdido 12 mil.

"Conservadores mais uma vez perdendo milhares de seguidores no Twitter sem nenhuma explicação plausível", registrou o ex-assessor, que pediu para sua comunidade fazer "listas com aqueles que tiveram esse problema e divulgem para que mais pessoas possam segui-los".

A reclamação levou a hashtag #TwitterCensura aos assuntos mais comentados na plataforma na tarde de ontem e não ficou restrita ao círculo próximo ao governo. Perfis como o Movimento Brasil Conservador e de pessoas comuns, normalmente associadas à pauta conservadora, também registraram reclamações semelhantes em suas contas na rede social.

O ex-ministro Osmar Terra, que ocupou a pasta da Cidadania durante o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, reclamou de um "ataque aos usuários do Twitter de postura conservadora" e levantou a hipótese de "uma ação de hackers". A rede social confirmou, pouco depois, se tratar de uma ação preventiva da própria empresa.

Manipulação

Os critérios para a desativação de perfis, segundo o Twitter, são atividades consideradas como "manipulação" pelos administradores da rede. Entre essas atividades estão gerar engajamento falso, "que tenta fazer com que contas ou conteúdo pareçam mais populares ou ativas do que de fato são", e atividades coordenadas que tentam influenciar artificialmente as conversas. Contas que promovem "spam" com intuito comercial e disseminam notícias falsas também foram desativadas.

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A China e as Filipinas realizaram uma reunião crucial nesta terça-feira, 2, para tentar aliviar a escalada das tensões após o seu pior confronto no disputado Mar da China Meridional, que gerou temores de um conflito mais amplo que poderia envolver os Estados Unidos, aliado de Manila. Não houve menção a qualquer acordo importante para tentar evitar a repetição do caótico confronto de 17 de junho em Second Thomas Shoal, que causou ferimentos ao pessoal da marinha filipina e danificou dois barcos militares.

O banco de areia ao largo do noroeste das Filipinas emergiu como o ponto de inflamação mais perigoso nas águas disputadas, que a China reivindica praticamente na sua totalidade. Navios militares e civis chineses cercaram os fuzileiros navais filipinos a bordo de um navio encalhado, tentaram impedir o seu reabastecimento e exigiram a retirada das Filipinas. As delegações chinesa e filipina "afirmaram o seu compromisso de diminuir as tensões sem prejuízo das suas respectivas posições", disse o Departamento das Relações Exteriores em Manila em um comunicado na terça-feira. "Houve progressos substanciais no desenvolvimento de medidas para gerir a situação no mar, mas permanecem diferenças significativas".

A subsecretária de Relações Exteriores das Filipinas, Theresa Lazaro, disse ao seu homólogo chinês, o vice-ministro das Relações Exteriores, Chen Xiaodong, "que as Filipinas serão implacáveis na proteção de seus interesses e na defesa de sua soberania, direitos soberanos e jurisdição" no Mar do Sul da China, de acordo com o lado filipino.

Antes da reunião, as Filipinas planejavam pedir formalmente à delegação da China que devolvesse pelo menos sete rifles que o pessoal da guarda costeira chinesa apreendeu durante o confronto de 17 de junho no banco de areia e pagasse pelos danos, disse uma autoridade filipina à Associated Press sob condição de anonimato.

Vândalos decapitaram a cabeça de uma escultura que representava a Virgem Maria durante o parto de Jesus Cristo na última segunda-feira, 1º, na Catedral de Santa Maria, em Linz, na Áustria. A obra era criticada e considerada blasfema por alguns católicos. As informações são do jornal britânico The Guardian.

A escultura, posicionada sobre um pedestal em uma sala da catedral, mostrava Maria dando à luz em uma rocha. Ela fazia parte de uma exposição de arte sobre os papéis das mulheres, imagens familiares e igualdade de gênero, afirmou a diocese de Linz, em comunicado.

O vandalismo foi denunciado à polícia e a identidade dos autores ainda é desconhecida, mas, segundo o jornal, o católico tradicionalista Alexander Tschugguel, conhecido por um ato de vandalismo durante o sínodo amazônico do Vaticano, em 2019, disse em uma publicação no X (antigo Twitter) que um dos responsáveis entrou em contato com ele.

De acordo com Alexander, esse indivíduo afirmou que arrancou a cabeça da escultura porque seus e-mails e ligações para a diocese de Linz para reclamar da escultura foram ignorados.

O vigário episcopal para educação, arte e cultura da diocese de Linz, Johann Hintermaier, condenou a decapitação da escultura. "Estávamos cientes de que também provocamos debate com essa instalação. Se ferimos os sentimentos religiosos das pessoas, sentimos muito, mas condeno fortemente este ato violento de destruição, a recusa a dialogar e o ataque à liberdade artística", afirmou, em nota.

"Quem removeu a cabeça da escultura foi muito brutal", afirmou a criadora da obra, Esther Strauss. "Para mim, essa violência é uma expressão do fato de que ainda existem pessoas que questionam o direito das mulheres sobre seus próprios corpos. Precisamos tomar uma posição muito firme contra isso."

Mais de 90 pessoas morreram esmagadas e dezenas ficaram feridas num tumulto durante uma celebração religiosa hindu no Estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia, nesta terça-feira, 2. Segundo a agência de notícias AFP, autoridades locais confirmaram 97 mortes.

O tumulto aconteceu no final do encontro religioso organizado por um guru conhecido localmente como Bhole Baba, que celebra as reuniões há mais de duas décadas. De acordo com o policial Rajesh Singh, a superlotação pode ter ocasionado o tumulto causado no vilarejo, situado a cerca de 350 quilômetros a sudoeste da capital do Estado, Lucknow. Os relatórios iniciais sugerem que mais de 15.000 pessoas se reuniram para o evento, que tinha permissão para receber apenas cinco mil pessoas.

Vídeos não verificados nas redes sociais mostraram um grande número de cadáveres, a maioria mulheres, em um pátio não identificado. "As pessoas começaram a cair umas sobre as outras. Aqueles que foram esmagados morreram", disse Shakuntala Devi, que presenciou a cena, à agência de notícias Press Trust of Índia.

Pelo menos 60 pessoas chegaram aos necrotérios do distrito nas primeiras horas e mais de 150 pessoas foram internadas em hospitais, disse o médico Umesh Tripathi. Em uma postagem na plataforma de mídia social X, o ministro-chefe de Uttar Pradesh, Yogi Adityanath, chamou o incidente de "extremamente triste e comovente" e informou que as autoridades estão investigando a causa.

Histórico

Na Índia, tumultos durante peregrinações religiosas são comuns devido à má aplicação das medidas de segurança pública. Nos últimos anos, as autoridades aumentaram a vigilância de grandes reuniões religiosas, disponibilizando mais agentes policiais e utilizando drones para monitoramento.

Em 2013, peregrinos que visitavam um templo para um festival hindu popular no estado central de Madhya Pradesh foram pisoteados uns pelos outros, temendo que uma ponte desabasse. Na ocasião, cerca de 115 morreram esmagados e afogadas após caírem no rio.

Em 2011, outra fatalidade deixou 100 devotos hindus mortos após serem esmagados em festival religioso no Estado de Kerala, no sul do país. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)