Candidatos à sucessão de Aras dizem que faltou ação do PGR na pandemia

Política
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Na corrida para compor a lista tríplice que será enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para escolha do novo chefe do Ministério Público Federal, os subprocuradores Luiza Frischeisen, Mario Bonsaglia e Nicolao Dino criticaram nesta sexta-feira, 18, a atuação do atual procurador-geral da República, Augusto Aras, que pode ser reconduzido ao cargo.

Por lei, Bolsonaro não é obrigado a escolher entre os indicados pela classe. O presidente, inclusive, foi o primeiro a romper com a tradição, que vinha desde 2003, ao desprezar a lista e nomear Aras. O 'alinhamento' do PGR com o Planalto foi criticado pelos candidatos: os três concordaram que faltou ação diante da gestão da pandemia.

"O que nós temos visto neste contexto de tanta calamidade, com cerca de meio milhão de pessoas mortas na maior tragédia da humanidade nesses últimos tempos e particularmente no Brasil, é que está faltando esse protagonismo do procurador-geral no sentido de provocar, no sentido de cobrar ações, de cobrar o funcionamento das instituições, a definição urgente e rápida e efetiva de políticas públicas", disse Dino.

O subprocurador disse ver necessidade de uma atuação 'mais incisiva' de Aras diante das declarações de Bolsonaro para, por exemplo, 'desestimular a aquisição de vacinas e o uso do imunizante'.

"Inúmeras medidas poderiam e podem ser adotadas no sentido de cobrar a atuação do Estado em situações de omissões caracterizadoras de violação de direitos, especialmente de direitos fundamentais. E o que nós temos visto um maior protagonizo de outros atores, colegimitados para acionar o Supremo Tribunal Federal, do que propriamente do procurador-geral", acrescentou.

Na mesma linha, Bonsaglia criticou a conduta do presidente. Ele disse que a atuação do governo federal não esteve pautada na ciência e que faltou emprenho na busca por vacinas.

"O que vimos foi a tentativa de adoção de métodos de eficácia não comprovada", comentou. "Eu faria diferentemente, teria uma atuação muito pró-ativa no Supremo Tribunal Federal na defesa da saúde pública", seguiu. O subprocurador também defendeu a constitucionalização da lista tríplice para blindar o cargo de influência do Executivo.

A subprocuradora Luiza Frischeisen lembrou que a prerrogativa de investigar o presidente é exclusiva da PGR e, por isso, o 'caminho deve ser o da investigação'.

"Durante a pandemia, o presidente Bolsonaro teve atitudes contrárias, às vezes, a sua própria equipe do Ministério da Saúde", lembrou. "Diante de tantas representações que estão sendo feitas, eu procuraria o caminho da investigação, da produção da prova via medidas judiciais ou através daquilo que pode ser feito diretamente pelo poder investigatório do Ministério Público. (…) Quando mais exclusiva for a atribuição, mais se deve investigar, porque depois não há possibilidade de uma outra investigação", acrescentou.

Mudanças na lei de improbidade

O trio também marcou oposição às mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados para atualizar a Lei de Improbidade. O texto ainda vai passar pelo Senado Federal. O principal ponto de crítica foi a extinção de atos de improbidade cometidos por culpa (imprudência, negligência ou imperícia) e previsão de punição apenas àqueles em que ficar provado dolo, ou seja, intenção ou vontade explícita nas transgressões.

Dino avalia que há 'incoerência sistêmica' no substitutivo aprovado. "São vários pontos negativos", resumiu. "Exclui-se a figura culposa, dando essa mensagem de que eventualmente a má condução por negligência, o descaso na condução da coisa pública não configuraria improbidade administrativa, o que a meu ver é um equívoco."

A prescrição intercorrente do prazo para punição também foi lembrada. "A eventual demora do processo em juízo, são várias instância recusais, milita em desfavor da efetividade do Estado no que toca ao funcionamento desse mecanismo", comentou Dino.

Bonsaglia classificou a mudança como um 'lamentável retrocesso'. "Afetando pontos importantes da lei de improbidade, sob alegação de que é preciso estabelecer interpretações razoáveis", disse. "Já há toda uma jurisprudência consolidada nos tribunais superiores, especialmente no Superior Tribunal de Justiça, que tem dado um balizamento muito significativo à interpretação das diversas normais dessa lei."

Luíza apontou 'dificuldade extrema' de aplicação do texto e observou que o substitutivo apresentado se afasta da proposta inicial de atualização do dispositivo. "A lei está trazendo modificações muito além daquilo que se pretendia com uma adequação à jurisprudência", afirmou.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na sexta-feira, 14, que foi "um pouco sarcástico" quando afirmou repetidamente, como candidato à Casa Branca, que resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas - e mesmo antes de tomar posse.

Trump foi questionado sobre a promessa durante uma entrevista para o programa de televisão "Full Measure", numa altura em que a sua administração ainda tenta negociar uma solução para o conflito, 54 dias após o início do seu segundo mandato.

"Bem, eu estava sendo um pouco sarcástico quando disse isso", disse Trump num vídeo divulgado antes do episódio que vai para o ar no domingo. "O que eu realmente quero dizer é que gostaria de resolver o problema e, eu acho, eu acho que vou ser bem-sucedido", afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Foi uma confissão rara de Trump, que tem um longo histórico de fazer afirmações exageradas. Trump disse numa entrevista para a CNN em maio de 2023: "Estão morrendo, russos e ucranianos. Eu quero que eles parem de morrer. E eu farei isso - farei isso em 24 horas".

"Vou resolver [a guerra na Ucrânia] antes mesmo de me tornar presidente", disse Trump durante seu debate em setembro com a então vice-presidente e candidata democrata à Presidência Kamala Harris. "Se eu ganhar, quando eu for presidente eleito, eu vou falar com um, vou falar com o outro. Vou juntá-los", completou o republicano.

O seu enviado especial, Steve Witkoff, esteve em Moscou esta semana para conversações sobre um cessar-fogo proposto pelos EUA, que a Ucrânia aceitou.

Na entrevista, Trump foi também questionado sobre qual seria o plano se o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não concordasse com um cessar-fogo na guerra que iniciou há três anos.

"Más notícias para este mundo, porque muitas pessoas estão morrendo", respondeu Trump. "Mas eu acho, eu acho que ele [Putin] vai concordar. Acho que o conheço muito bem e acho que ele vai concordar", completou o presidente dos Estados Unidos.

Tornados violentos e ventos fortes dizimaram casas, destruíram escolas e derrubaram semi-reboques enquanto uma tempestade monstruosa, que matou pelo menos 32 pessoas até a manhã deste domingo, 16, se espalhou pelo centro e sul dos Estados Unidos.

Dakota Henderson disse que ele e outros que resgatavam vizinhos presos encontraram cinco corpos espalhados nos escombros na noite de sexta-feira, fora do que restou da casa de sua tia no condado de Wayne, Missouri, duramente atingido. Segundo as autoridades, os vários ciclones mataram pelo menos uma dúzia de pessoas no estado.

"A noite passada foi muito difícil", disse Henderson no sábado, não muito longe da casa destruída, de onde disse ter resgatado a sua tia através de uma janela do único cômodo que ainda estava em pé. "É realmente perturbador o que aconteceu às pessoas, as vítimas de ontem à noite."

O médico legista Jim Akers, do condado de Butler, descreveu a como "apenas um campo de destroços" a "casa irreconhecível" onde um homem foi morto. "O chão estava de cabeça para baixo", disse ele. "Estávamos caminhando sobre as paredes".

O governador do Mississipi, Tate Reeves, anunciou a morte de seis pessoas em três condados e o desaparecimento de mais três no final do sábado, quando as tempestades se deslocaram para leste, para o Alabama, onde foram registadas casas danificadas e estradas intransitáveis.

As autoridades confirmaram três mortes no Arkansas, onde a governadora Sarah Huckabee Sanders declarou estado de emergência. O governador da Geórgia, Brian Kemp, fez o mesmo em antecipação ao deslocamento da tempestade para leste.

As tempestades de poeira provocadas pelos ventos fortes iniciais causaram quase uma dúzia de mortes na sexta-feira. Oito pessoas morreram num acidente numa autoestrada do Kansas que envolveu pelo menos 50 veículos, segundo a polícia rodoviária estatal. As autoridades disseram que três pessoas também morreram em acidentes de carro durante uma tempestade de poeira em Amarillo, no Texas.

Condições extremas atingem área de 100 milhões de pessoas

A previsão do tempo estima que as condições meteorológicas extremas afetem uma zona onde vivem mais de 100 milhões de pessoas, com ventos que ameaçam tempestades de neve nas zonas mais frias do norte e que aumentam o risco de incêndios florestais nas zonas mais quentes e secas do sul.

Foram ordenadas evacuações em algumas comunidades de Oklahoma, uma vez que foram registrados mais de 130 incêndios em todo o estado. Cerca de 300 casas foram danificadas ou destruídas. O governador Kevin Stitt disse numa conferência de imprensa no sábado, 16, que cerca de 266 milhas quadradas (o equivalente a 689 quilômetros quadrados) tinham queimado, acrescentando que também perdeu uma casa sua em um rancho a nordeste de Oklahoma City.

Ao norte, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu avisos de tempestades de neve para partes do extremo oeste do Minnesota e do extremo leste do Dakota do Sul a partir do início do sábado. Esperavam-se acumulações de neve de 7,6 a 15,2 centímetros, com possibilidade de até 30 centímetros. Prevê-se que os ventos provoquem condições de nevasca.

Ainda assim, os especialistas afirmam que não é incomum ver tais extremos climáticos em março.

Os tornados têm sido generalizados

Tornados significativos continuaram a ocorrer no final do sábado, com a região de maior risco estendendo-se desde o leste do Louisiana e Mississippi até o Alabama, oeste da Geórgia e uma região da Florida, informou o Centro de Previsão de Tempestades americano.

Bailey Dillon, 24 anos, e o seu noivo, Caleb Barnes, observaram do alpendre da sua casa em Tylertown, Mississippi, quando um enorme tornado atingiu uma área a cerca de 0,8 quilômetros de distância, perto do Paradise Ranch RV Park.

Mais tarde, foram até lá para ver se alguém precisava de ajuda e gravaram um vídeo de árvores partidas, edifícios destruídos e veículos tombados.

"A quantidade de danos foi catastrófica", disse Dillon. "Havia uma grande quantidade de cabanas, caravanas e campistas que foram simplesmente virados. Tudo foi destruído".

O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.