Presidente da OAB-TO é condenado por usar documentos falsos para obter fortuna

Política
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O juiz João Paulo Abe, da 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins, condenou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado, Gedeon Batista Pitaluga Júnior, e o advogado Geraldo Bonfim de Freitas Neto por usarem documentos falsos para terem acesso ao espólio de uma mulher milionária que morreu sem deixar herdeiros. O magistrado impôs à dupla pena de três anos de reclusão, em regime inicial aberto, pelo crime de estelionato.

Na sentença datada de quinta-feira, 25, João Paulo Abe julgou parcialmente procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, absolvendo o presidente da OAB-TO e o advogado acusado do crime de associação criminosa. A acusação atingia ainda dois outros réus, mas o juiz entendeu que a pretensão punitiva estaria prescrita com relação aos fatos imputados aos denunciados.

De acordo com a Procuradoria, os advogados tentaram usar documentos fraudulentos em que se apresentavam como procuradores de Paulo Monteiro de Lima, que seria filho de Eglantina Monteiro de Lima. No entanto, os atendentes do Banco do Brasil desconfiaram da documentação e alertaram a Polícia Federal.

Ao longo das investigações, os agentes descobriram que Paulo de Lima era uma pessoa fictícia e que Eglantina de Lima não havia deixado herdeiros.

De acordo com os investigadores, o objetivo dos dois condenados era levantar os saldos das contas de Eglantina de Lima em três bancos, que totalizavam, à época em que a denúncia foi apresentada R$ 1.619.499,30. Devido ao 'flagra' da investigação, os advogados só teriam conseguido movimentar menos de um terço do pretendido, R$ 495.488,18, diz o MPF.

"Não há dúvidas de que foi obtida vantagem indevida, consistente no levantamento de valores do espólio de Eglantina Monteiro de Lima, mediante apresentação de documentos falsos em nome de Paulo Monteiro de Lima, herdeiro criado para tanto, induzindo-se a erro o Poder Judiciário e o Ministério Público, o que caracteriza, satisfatoriamente, a materialidade do delito de estelionato", ponderou o juiz João Paulo Abe na decisão.

De acordo om o documento, em todos os depoimentos prestados à Justiça, os advogados condenados confirmaram que representaram Paulo Monteiro de Lima no inventário , mas negaram ter conhecimento de que os documentos que foram apresentados em juízo seriam inautênticos, atribuindo um outro advogado a responsabilidade por lhes ter fornecido toda a documentação.

O juiz, no entanto, apontou uma série de 'estranhezas' nos documentos que, segundo ele, não poderiam ter passado despercebidas.

Segundo João Paulo Abe, a certidão de óbito de Eglantina de Lima salientou 'de maneira clara, expressa e inequívoca' que a falecida não havia deixado filhos. Além disso, a certidão de nascimento do suposto herdeiro, Paulo de Lima, apresentava a data de nascimento de 1956, sendo que o suposto pai teria o registrado somente em 1975, 19 anos após a primeira data. Um terceiro elemento destacado na sentença foi o de que o suposto pai teria falecido em 1971, 'o que tornaria impossível a possibilidade de ter pessoalmente realizado o registro de seu eventual filho no ano de 1975, ou seja, quatro anos após a sua morte'.

COM A PALAVRA, GEDEON PITALUGA JR.

A decisão criminaliza o exercício da Advocacia e contraria todo entendimento dos tribunais brasileiros pela não-responsabilização criminal do advogado acerca dos documentos apresentados pelas partes.

Sobre o caso, o próprio Ministério Público Federal em segundo grau reconhece a sua prescrição e o Conselho Federal da OAB determinou o seu arquivamento em análise institucional.

Assim, fica nítida a motivação política, em véspera de período eleitoral da Ordem, contra a atuação firme e intransigente em defesa da advocacia tocantinense promovida nos últimos anos.

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O presidente do Equador, Daniel Noboa, afirmou que vai solicitar a ajuda do Exército brasileiro, dos Estados Unidos e de países europeus para combater o crime organizado no país, considerado o mais violento da América Latina em 2024. A declaração foi dada em entrevista ao jornal britânico BBC nesta terça-feira, 18.

São Paulo, 19/03/2025 - Os exércitos fariam parte de uma força militar estrangeira, que Noboa propõe para ajudar no combate ao narcotráfico do país. Ele já havia falado sobre o plano antes, mas esta foi a primeira vez que o presidente nomeou países, incluindo o Brasil. "Setenta por cento da cocaína do mundo sai pelo Equador. Precisamos da ajuda de forças internacionais", disse à BBC.

Fontes do Exército brasileiro ouvidas pelo Estadão disseram que é improvável que tropas sejam enviadas. A atuação de forças estrangeiras costuma ser utilizado como recurso extremo em países com crises e tende a ser abordado no âmbito da ONU, que aprovam, por exemplo, as missões de paz. O Brasil liderou uma dessas missões no passado, no Haiti, mas esse não é o caso do Equador.

Noboa, que disputa o segundo turno das eleições presidenciais contra a candidata Luisa González no dia 13, afirmou que também quer que o presidente dos EUA, Donald Trump, passe a considerar as organizações criminosas do país como terroristas, a exemplo do que fez contra os cartéis de drogas do México.

Desde que assumiu o cargo em novembro de 2023, o governo Noboa enfrenta uma crise de segurança que o levou a declarar conflito armado interno em janeiro do ano passado e a alterar a legislação para endurecer as leis. O decreto autorizou o Exército equatoriano a atuar nas ruas do país.

Apesar disso, a violência no Equador continua em alta. Em janeiro, a polícia do Equador registrou o janeiro mais violento da história. Foram 600 homicídios, contra 479 no ano passado. Nos primeiros 50 dias deste ano, 1,3 mil homicídios foram registrados - uma média de um assassinato a cada hora.

Os homicídios estão relacionados, em sua maioria, ao narcotráfico. O Equador se tornou um dos principais exportadores de cocaína para os Estados Unidos nos últimos anos. O fluxo fortaleceu diferentes facções criminosas, que disputam territórios entre si e atuam em diversos negócios ilícitos além do narcotráfico, como mineração ilegal e tráfico de armas.

Segundo um relatório da Iniciativa Global Contra o Crime Transnacional Organizado de 2024, uma das facções presentes no Equador é o Primeiro Comando da Capital (PCC). Facções da Albânia, México e Itália também atuam no país, além de grupos locais como Los Choneros e Los Lobos.

Segundo a BBC, Noboa ordenou que o Ministério das Relações Exteriores busque acordos de cooperação com "nações aliadas" para apoiar a polícia e o exército do Equador e quer mudar a Constituição para permitir a instalação de bases militares estrangeiras no país.

Críticos do presidente afirmam que o plano, no entanto, tem um caráter eleitoral. Com a permanência da violência, esse é o tema de maior preocupação entre os equatorianos, de acordo com as pesquisas eleitorais. No primeiro turno, Noboa, que era o favorito, ficou à frente da adversária Luisa González, do Movimento pela Revolução Cidadã, por 0,5%.

Analistas de segurança afirmam que a estratégia adotada pelo presidente com relação a segurança é insuficiente, porque não englobam o fortalecimento de instituições. "São necessárias estratégias mais abrangentes para enfraquecer as estruturas e redes do crime organizado", disse Robert Muggah, diretor do Instituto Igarapé.

Israel disse nesta quarta-feira que suas tropas retomaram parte de um corredor que divide a Faixa de Gaza, e seu ministro da Defesa advertiu que os ataques se intensificarão até que o Hamas liberte dezenas de reféns e abandone o controle do território.

Os militares afirmaram que retomaram parte do Corredor Netzarim, onde haviam se retirado anteriormente como parte de um cessar-fogo iniciado em janeiro. Essa trégua foi rompida na terça-feira, 19, por ataques aéreos israelenses que mataram mais de 400 palestinos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.

Em Israel, a retomada de ataques aéreos e das manobras terrestres levantou preocupações sobre o destino de cerca de duas dúzias de reféns mantidos pelo Hamas que, acredita-se, ainda estejam vivos. Milhares de israelenses participaram de manifestações contra o governo em Jerusalém e muitos pediram um acordo para trazer os prisioneiros de volta para casa.

Um porta-voz do Hamas, Abdel-Latif al-Qanou, disse que as ações das forças terrestres em Gaza eram um sinal claro de que Israel havia desistido da trégua e estava reimpondo um "bloqueio".

Também hoje, as Nações Unidas declararam que um de seus funcionários foi morto em Gaza e outros cinco ficaram feridos em um aparente ataque a uma casa de hóspedes. Não ficou imediatamente claro quem estava por trás do ataque, de acordo com a ONU.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discutiu com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, o fornecimento de eletricidade e as usinas nucleares da Ucrânia em uma "muito boa" conversa telefônica realizada nesta quarta-feira, 19. Trump afirmou que "os EUA poderiam ser muito úteis na operação dessas usinas com sua expertise em eletricidade e utilidades", conforme comunicado assinado pelo secretário de Estado, Marco Rubio, e pelo enviado especial americano, Mike Waltz.

"O controle americano dessas usinas seria a melhor proteção para essa infraestrutura", acrescenta o texto. Durante a conversa, Trump e Zelensky discutiram e concordaram com a implementação de um cessar-fogo parcial no setor energético. Equipes técnicas se reunirão na Arábia Saudita nos próximos dias para discutir a expansão do cessar-fogo para o Mar Negro. "Zelensky reiterou sua disposição para adotar um cessar-fogo total", completa o comunicado.

Trump também atualizou Zelensky sobre sua conversa com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizada na terça-feira. "Eles concordaram em compartilhar informações de maneira estreita entre as equipes de defesa à medida que a situação no campo de batalha evolui", segundo o texto. O presidente ucraniano solicitou sistemas de defesa aérea adicionais para proteger seus civis, e Trump concordou em trabalhar com ele para "encontrar opções disponíveis, particularmente na Europa".

Os presidentes dos EUA e da Ucrânia concordaram que todas as partes devem continuar os esforços para implementar um cessar-fogo total. "Os líderes concordaram que Ucrânia e Estados Unidos continuarão trabalhando juntos para alcançar um fim real para a guerra, e que a paz duradoura sob a liderança do presidente Trump pode ser alcançada", pontua o comunicado.