Luis Miranda (DEM-DF): Queríamos abrir os olhos do presidente

Política
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O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse neste sábado que a sua intenção ao levar ao presidente Jair Bolsonaro indícios de irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin era de alertá-lo para o problema.

"Não jogamos nada no ventilador, nossa intenção foi sermos técnicos. Queríamos abrir os olhos do presidente, não quisemos atacar o governo", comentou o parlamentar em Live ao site Antagonista.

O irmão do deputado e servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, denunciou supostas irregularidades que, segundo eles, foram levadas ao conhecimento do presidente da República.

Luis Miranda afirma que, após o caso vir à tona, ele começou a ser "atacado". "Eu me ofereci para depor pela conversa que tive com o presidente Bolsonaro, não para atacar o governo. Na minha família, se mexer com um dos nossos, posso parar no buraco, mas vou defender", disse o deputado. Ele acrescentou que decidiu depor após receber uma mensagem de seu irmão, "até como uma forma de homenagem".

"Meu irmão me disse: maninho, não é justo o que estão querendo fazer comigo, eu me dedico, a minha função é salvar vidas", afirmou o parlamentar, que completou. "Se tiver presidente da República querendo nos massacrar, estaremos unidos."

Ao contrário de Luís Miranda, que afirmou que a comprovação deste caso "vai aparecer", embora sem dar detalhes, Luís Ricardo Miranda disse que não tem mais provas para apresentar sobre irregularidades no contrato da Covaxin.

"Se esse caso não der em nada, não ficarei frustrado, fiz minha parte, meu dever", disse o servidor.

Envolvimento - O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, ainda que não tem como provar que o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, tem "envolvimento com nada". O parlamentar se referiu ao escândalo da compra da vacina indiana Covaxin, alvo de investigação do Ministério Público e da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.

O deputado federal e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, denunciaram à CPI da Covid supostas irregularidades na compra da vacina. Em depoimento ontem (25), eles confirmaram ter avisado o presidente Jair Bolsonaro, há três meses, sobre suspeitas de corrupção na compra da Covaxin.

Eles relataram uma "pressão atípica" para acelerar a importação. Bolsonaro teria citado o deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), líder do governo na Câmara, como o parlamentar que queria fazer "rolo" no Ministério da Saúde.

Luis Miranda afirmou hoje, em entrevista, que Barros não o ameaçou, nem foi hostil nos dias que antecederam o depoimento à CPI. "Ele mandou para mim na quarta-feira, às 10h23, (mensagem) dizendo: 'Vamos falar, amigo?'. Eu disse: 'Agora?'. (Ele) não respondeu mais", relatou Miranda.

Miranda afirmou que sua intenção em denunciar as irregularidades não é "achacar ninguém". Segundo ele, ontem, durante o depoimento na CPI, ficou claro que era preciso citar o nome de Barros. Miranda fez isso horas depois do início do depoimento, após ter afirmado várias vezes que não se recordava do nome do parlamentar citado por Bolsonaro.

Em entrevista neste sábado, Miranda afirmou ainda que sofreu retaliação do governo e do próprio presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por ter denunciado as irregularidades. Miranda citou o fato de Lira ter anunciado, enquanto ele dava depoimento à CPI, os nomes dos deputados Luiz Carlos Motta (PL-SP) e Celso Sabino (PSDB-PA) como relatores dos dois textos que compõem a reforma tributária. De acordo com Miranda, a relatoria da proposta estava prometida a ele. "Enquanto estava na CPI, foi feita indicação de relatoria da reforma tributária", lamentou.

O deputado também afirmou que ele e o irmão seguem "sem proteção nenhuma", apesar das ameaças feitas por simpatizantes do governo em redes sociais após as denúncias. "Sinto claramente uma retaliação", disse. "Não vou deixar de fazer meu trabalho por conta dos malucos das redes sociais."

Miranda afirmou ainda que, se não fosse pelo episódio desta semana, quando estourou o escândalo da Covaxin, "só teria elogios aos Arthur Lira". "Talvez ele tenha feito movimento para mostrar ao governo que também está incomodado", disse. Na entrevista, Miranda disse ter conversado na última segunda-feira com Arthur Lira, por meio de mensagens, e relatado ter denúncias a fazer. Segundo o deputado, Lira não perguntou exatamente do que se tratava, mas respondeu: "Se você sabe de algo errado, detona."

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.