Após exibição de áudio por Dominguetti, Luis Miranda vai até a CPI da Covid

Política
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A exibição de um áudio atribuído ao deputado Luis Miranda (DEM-DF) provocou alvoroço na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira. O parlamentar foi até à sala da CPI do Senado, após o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira ter acusado Miranda de tentar negociar a compra de vacinas com a empresa Davati Medical Supply.

Dominguetti exibiu um áudio atribuído a Luis Miranda. O deputado foi à sala da CPI e teve que ser contido por colegas e pela Polícia Legislativa do Senado. Ele foi para uma sala reservada conversar com alguns membros da CPI. O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), determinou a retenção do celular do depoente para perícia pela Polícia do Senado, após um pedido do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da investigação. Dominguetti afirma que no áudio, o parlamentar tentava intermediar a compra de vacinas. Segundo Miranda, a conversa tratava de aquisição de luvas e não de vacinas e foi enviado em outubro de 2020.

O deputado Luis Miranda se tornou pivô na CPI após ter dito que alertou o presidente Jair Bolsonaro sobre um suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana da Covaxin. Os senadores suspeitam de uma tentativa do governo do presidente Jair Bolsonaro de tentar "virar o jogo" na investigação. Renan Calheiros afirmou que o governo tenta atrapalhar a apuração, citando também uma estratégia de abrir inquérito na Polícia Federal e barrar o depoimento de investigados na CPI, entre eles o do dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, que negociou a compra da Covaxin.

"Essa CPI não vai aceitar esse tipo de coisa. Nós não estamos aqui para isso. Estamos aqui para investigar. Esses genocidas que causaram tanta dor ao Brasil vão ser responsabilizados sim, haja o que houver", declarou Renan, em bate-boca com a tropa de choque do Palácio do Planalto na CPI. De acordo com o relator, a PF "foi usada" ao abrir o inquérito. Os senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Marcos Rogério (DEM-RO), aliados de Bolsonaro, rebateram a declaração e afirmaram que PF transformou Maximiano em investigado após a quebra de sigilo determinada pela comissão.

'Melhorar o valor'

Dominguetti relatou na CPI que foi pressionado a "melhorar esse valor, para cima" durante a negociação para venda de vacinas contra a covid-19 ao Ministério da Saúde. Ele reafirmou nesta quinta-feira ter recebido um pedido de propina de US$ 1 dólar por dose do ex-diretor de Logística em Saúde do ministério Roberto Ferreira Dias, exonerado ontem do cargo. De acordo com ele, o pedido de propina foi feito apenas por Dias durante as negociações, em um jantar no dia 25 de janeiro. O vendedor negou que outra pessoa do Ministério da Saúde ou do governo tenha feito uma solicitação parecida.

Dominguetti tentou vender 400 milhões de doses da AstraZeneca a US$ 3,50 por unidade ao governo brasileiro. De acordo com ele, o então diretor do ministério afirmou que "a vacina, naquele valor, não seria feita pelo ministério, temos que melhorar esse valor". "É para cima, é para mais, aí se pediu que tem que se comprar dentro do ministério e se pediu esse acréscimo de 1 dólar por dose. Eu já, de imediato, eu já disse que não tinha como fazer", afirmou no depoimento à CPI.

'Militar infiltrado'

"Dominguetti é militar infiltrado que apresentou um áudio de 2020 para implicar Luis Miranda e seu irmão. Todos devem ser rigorosamente investigados. Dominguetti precisa sair preso da CPI por sabotar as investigações. Isso é um escândalo e tem a digital do Planalto". A frase é do deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP), em publicação no Twitter, sobre o áudio veiculado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira durante seu depoimento na CPI.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.