Bolsonaro: tenho convite do Progressistas, PL e partidos menores também

Política
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) demonstrou frustração por ainda não ter conseguido alinhar projeto de candidatura à reeleição em 2022 com nenhum partido político e revelou ter recebido convites do Progressistas e do PL, além de siglas menores. "Eu queria já estar ajustado com partido, é difícil. Por mim eu já teria escolhido um há mais meses", disse.

Bolsonaro afirmou que pretende repetir feito das eleições presidenciais de 2018, quando elegeu 52 aliados à Câmara pelo PSL, partido do qual se desfiliou após atritos internos. "Eu indo para um partido, ajudo o partido. Pelo que tudo indica, a gente vai fazer uma grande bancada, e todo partido quer uma grande bancada para sua própria sobrevivência", projetou.

Apesar da fala otimista, pesquisa do instituto Datafolha divulgada na última sexta-feira (9) indica reprovação ao governo de 51%, a maior desde o início do mandato. Apenas 24% o consideram ótimo ou bom. Nas atuais condições de desgaste perante o eleitorado, Bolsonaro seria derrotado por Lula, Ciro Gomes e João Dória em eventual segundo turno.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarcou na manhã desta terça-feira, 13, na Arábia Saudita, sua primeira parada em uma passagem de quatro dias pelo Golfo, a primeira grande viagem ao exterior de seu segundo mandato.

Trump foi recebido pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que governa de fato o país. O presidente pretende usar a viagem para pressionar os países ricos do Golfo a injetar bilhões em novos investimentos nos Estados Unidos.

Trump revelou a assessores que pretende chegar a acordos de U$ 1 trilhão.

O príncipe Mohammed já prometeu investir US$ 600 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, um valor que, segundo economistas, é altamente improvável de se concretizar, já que a Arábia Saudita enfrenta uma crise de liquidez. Os Emirados prometeram US$ 1,4 trilhão em investimentos nos EUA ao longo de 10 anos.

Além das questões comerciais, Trump se vê enfrentando uma série de crises geopolíticas que devem ser tratadas durante a viagem.

A portas fechadas, o príncipe herdeiro, o emir do Catar, Sheik Tamim al-Thani, e o presidente dos Emirados, Mohammed bin Zayed, tentarão entender como Trump pretende prosseguir na resolução da guerra em Gaza, lidar com o rápido progresso do programa nuclear do Irã e abordar as tensões entre a Índia e o Paquistão.

Trump também deve discursar na tarde de terça-feira em um fórum de investimentos organizado pelo governo saudita. O czar das criptomoedas da Casa Branca, David Sacks, e outros líderes empresariais americanos, incluindo os presidentes-executivos da IBM, BlackRock, Citigroup, Palantir e Qualcomm, uma empresa de semicondutores, devem comparecer. (com agências internacionais).

Em visita à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o que chamou de "insensatez dos conflitos armados" e citou os casos das guerras ocorridas na Palestina e na Ucrânia. O líder brasileiro defendeu que acabar com esses conflitos "é precondição para o desenvolvimento" e disse que entendimentos firmados entre Brasil e China "para uma resolução política para a crise na Ucrânia oferecem base para um diálogo abrangente que permita o retorno da paz à Europa".

"A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza. Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com o Estado de Israel. Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz, direitos humanos e progresso social consagrados em 1945 na Carta de São Francisco", afirmou o presidente, que voltou a defender que o Conselho de Segurança das Nações Unidas reflita uma maior diversidade.

Lula proferiu o discurso nesta terça-feira, 13, ao lado do presidente da China, Xi Jinping.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 13, em Pequim, que o futuro da América Latina e do Caribe não depende do presidente da China, Xi Jinping, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou da União Europeia. "Ou nos juntamos entre nós e procuramos quem queira construir um mundo compartilhado ou vamos seguir sendo a região que representa a pobreza no mundo", disse Lula, durante o Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Ao lado de líderes como os presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric, o brasileiro exaltou a colaboração dos países da região com a China e criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos. "Por séculos, recursos da América Latina e do Caribe enriqueceram outras partes do mundo. Sempre existiram distorções no comércio internacional", disse Lula. "A imposição de tarifas arbitrarias só agrava as distorções."

O presidente afirmou que a América Latina e o Caribe não querem "ser palco de disputas hegemônicas" e nem encenar uma "nova Guerra Fria". Lula ainda lamentou a desarticulação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e disse que "a solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas aperfeiçoá-lo".

Segundo Lula, a demanda chinesa foi propulsora do crescimento brasileiro no início do século. Os investimentos do país asiático ajudaram a "tirar rodovias e portos do papel" no Brasil. "E, na pandemia da covid-19, vacinas e insumos chineses ajudaram a proteger a população", afirmou.

O brasileiro também defendeu o acesso à tecnologia, inclusive para que seja possível realizar a transição para uma economia de baixo carbono, e fez um aceno à COP30, que de acordo com Lula deve ser "o ponto de virada para os compromissos climáticos".