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Embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima morre aos 88 anos

Política
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Morreu nesta segunda-feira, 12, aos 88 anos o embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, onde teve um choque séptico. Flecha de Lima foi secretário-geral do Itamaraty, dirigiu o departamento de promoção comercial e ocupou as embaixadas de Londres, Washington e Roma. Chefiou ainda a missão responsável por obter no Iraque a libertação de cerca de 400 trabalhadores brasileiros retidos pelo regime de Saddam Hussein na Primeira Guerra do Golfo.

Era 7 de outubro de 1990 quando o embaixador viveu um dos momentos mais dramáticos de sua vida. Na Mercedes que o levou da embaixada em Bagdá para o aeroporto, Flecha de Lima e seu colega René Loncan ouviam em um toca-fitas o Va Pensiero, o coro dos escravos hebreus cativos na Babilônia, da ópera Nabuco, de Verdi. Era o fim de uma missão que começara 23 dias antes: resgate dos trabalhadores da construtora Mendes Júnior, que Saddam Hussein pretendia usar como escudos humanos contra os bombardeios da coalizão internacional, que reagiu à invasão iraquiana do Kuwait.

O veterano diplomata conhecia o governo iraquiano como poucos no Itamaraty. Como chefe do Departamento de Promoção Comercial, ele começou a estabelecer laços comerciais com o país do Oriente Médio desde o começo dos anos 1970. Ele estava de férias no sul da França quando recebeu a missão do Itamaraty de seguir para o Iraque. O embaixador voltou a Londres, onde era o embaixador e fez as malas.

Ao pousar no Iraque, começou a negociar com a diplomacia iraquiana a libertação dos trabalhadores. Além dos trabalhadores da Mendes Júnior, um grupo de brasileiros ligados ao brigadeiro Hugo Piva também estava no Iraque assessorando o regime de Saddam na área de produção de material de defesa. A estratégia de Flecha de Lima foi evitar que os brasileiros saíssem aos poucos do país. Queria que todos saíssem juntos como instrumento de pressão sobre o governo iraquiano.

E assim foi. Ainda durante as negociações, o embaixador recebeu em Bagdá sua mulher, a embaixatriz Lúcia Flecha de Lima (falecida em 2017). A chegada de sua mulher ajudou o diplomata a acalmar os funcionários da Mendes Júnior. Em entrevista publicada pelo site Poder 360, o embaixador relatou ter dito: "Olha aqui, quero dar uma prova de que a coisa está se normalizando, tanto que mandei vir minha patroa".

No fim, o diplomata conseguiu convencer o governo iraquiano a conceder os vistos de saída dos brasileiros libertar sem contrapartida. Um Boeing 747 da Iraqi Airways da trouxe primeiro 174 brasileiros no dia 1º de outubro. Flecha de Lima ficou para trás. Decidiu sair do Iraque com os últimos brasileiros que deixaram o país.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta segunda-feira, 12, ter mantido uma "conversa substantiva" com o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, e reiterou sua disposição para negociações diretas com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. No entanto, criticou o silêncio de Moscou sobre a proposta de um encontro. "Infelizmente, o mundo ainda não recebeu uma resposta clara da Rússia com relação às inúmeras propostas de cessar-fogo", disse Zelensky.

O ucraniano destacou que os ataques russos continuam e classificou como "muito estranho" o fato de o Kremlin não se pronunciar sobre a reunião. "A Rússia ainda terá que acabar com a guerra, e é melhor fazê-lo mais cedo. Não faz sentido continuar a matança", afirmou.

Zelensky agradeceu o apoio de Erdogan, que se mostrou "totalmente disposto" a sediar o diálogo. Mais cedo, o Kremlin declarou, no entanto, que Putin está comprometido com a busca por uma solução pacífica para a guerra, mencionando negociações diretas propostas por Kiev.

Além disso, Zelensky mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedindo seu engajamento. "É importante que o presidente Trump apoie totalmente a reunião, e gostaríamos que ele encontrasse uma oportunidade de estar na Turquia", declarou.

A Rússia lançou mais de 100 drones contra a Ucrânia em ataques noturnos, informou nesta segunda a força aérea ucraniana, após o Kremlin efetivamente rejeitar um cessar-fogo incondicional de 30 dias na guerra que já dura mais de três anos, mas reiterar que participará de possíveis negociações de paz ainda nesta semana, sem pré-condições.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira, 12, uma ordem executiva que determina a equiparação dos preços de medicamentos no país aos valores mais baixos praticados em outras nações desenvolvidas. A medida prevê que as primeiras ações sejam implementadas em até 30 dias, mas não define os porcentuais exatos de redução.

Segundo comunicado oficial da Casa Branca, o secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert Kennedy Jr., terá até 11 de junho de 2025 - 30 dias após a assinatura - para apresentar às farmacêuticas metas de preços baseadas no conceito de "preço de nação mais favorecida".

"Os americanos não serão mais obrigados a pagar quase três vezes mais pelos mesmos medicamentos", afirma Trump no texto.

Apesar disso, a ordem executiva não fixa os porcentuais de corte. O documento apenas determina que os preços sejam alinhados aos cobrados em "nações comparativamente desenvolvidas", sem especificar quais países servirão de referência nem qual será a metodologia adotada.

Em declarações anteriores, o republicano mencionou que os cortes poderiam variar entre 30% e 80% ou, em outro momento, chegar a 59%.

Se as empresas não se adequarem voluntariamente às novas diretrizes dentro do prazo, o governo ameaça adotar medidas mais duras, como facilitar a importação de medicamentos de países com preços mais baixos e abrir investigações antitruste contra as fabricantes.

"Caso os fabricantes de medicamentos não ofereçam aos consumidores americanos o menor preço de nação favorecida, minha administração tomará medidas adicionais e enérgicas", alerta o presidente na ordem.

O grupo islâmico Hamas afirmou nesta segunda-feira, 12, que está disposto a iniciar "imediatamente" negociações para alcançar um "acordo abrangente para um cessar-fogo duradouro" na Faixa de Gaza. Segundo comunicado oficial, o grupo ainda afirma que libertou o soldado israelense-americano Edan Alexander após "contatos com o governo dos Estados Unidos", como parte dos esforços de mediação internacional para conter o conflito e permitir "a entrada de ajuda e assistência humanitária ao nosso povo na Faixa de Gaza".

Segundo o Hamas, a decisão foi tomada após "importantes contatos nos quais o Movimento Hamas demonstrou positividade e grande flexibilidade".

O grupo defende que "negociações sérias e responsáveis trazem resultados na libertação de prisioneiros", enquanto a "continuidade da agressão apenas prolonga o sofrimento deles - e pode levá-los à morte".

No comunicado, o Hamas condiciona a paz a uma série de medidas, como "a retirada das forças da ocupação Israel, o fim do bloqueio, a troca de prisioneiros e a reconstrução da Faixa de Gaza".

O grupo conclui fazendo um apelo direto a Washington: "Instamos a administração do presidente Donald Trump a continuar seus esforços para encerrar essa guerra brutal travada pelo criminoso de guerra Benjamin Netanyahu contra crianças, mulheres e civis indefesos em Gaza."

Enquanto isso, Israel tem sinalizado que pretende ampliar sua ofensiva. Segundo autoridades israelenses, o objetivo é retomar o controle de áreas-chave do território e forçar novo deslocamento de parte da população palestina.

Dias antes do fim da trégua mais recente, o governo israelense bloqueou completamente a entrada de importações em Gaza, agravando a crise humanitária e levando organizações internacionais a alertarem para o risco iminente de fome.

Israel justifica as medidas como uma forma de pressionar o Hamas a aceitar um cessar-fogo sob seus próprios termos.