Bolsonaro: o Butantan foi oficiado sobre por que nos revendem vacinas a US$ 10

Política
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O presidente Jair Bolsonaro declarou, nesta quinta-feira, 23, que mandou investigar um suposto contratado da matriz da Coronavac, que estaria oferecendo vacinas pela metade do preço cobrado pelo Instituto Butantan. De acordo com o presidente, ele já encaminhou o caso para a Controladoria Geral da União (CGU), ao Tribunal de Justiça e hoje encaminhará também ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Em entrevista à Rádio Banda B, Bolsonaro afirmou que matriz chinesa da empresa ofereceu a vacina US$ 5, metade do preço em que cada dose da vacina é vendida ao governo pelo Instituto Butantan. De acordo com Bolsonaro, o instituto também foi oficiado para se explicar com relação a diferença de preço

"Por que metade do preço agora? O que aconteceu com o Butantan? E outra, o Butantan também foi oficiado por nós para que se expliquem porque a matriz nos oferece a vacina pronta a US$ 5, e eles, Butantan, ao receber o IFA da vacina, nos revendem a US$ 10 a vacina. Pode ser que não haja nada de errado nisso tudo, mas o Butantan nunca nos apresentou uma planilha de preços", disse Bolsonaro, que reclamou que toda a cadeia de custo do imunizante foi apresentada ao governo.

"Temos, agora sim, uma questão a ser investigada. Pode não ser nada, pode, mas pelo que tudo indica no momento, é algo assustador que vem acontecendo lá no Butantan", disse.

Mas mesmo com a oferta de venda da vacina a metade do preço, Bolsonaro afirmou que a resposta não será feita de imediato. De acordo com o presidente, ele ainda precisa conversar com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e esperar uma resposta da Justiça sobre o contrato, que afirmou que deve acontecer daqui a alguns dias, ressaltando que não estava acusando o Instituto de corrupção. "Obviamente interessa pra nós comprar diretamente da China a metade do preço", disse. "Apenas uma documentação que nos traz uma enorme preocupação do que acontece no Butantan".

Contudo, Bolsonaro passou alguns minutos da entrevista desqualificando o imunizante, e colocando em prova sua eficácia no combate ao coronavírus. Bolsonaro voltou a mentir sobre o imunizante não ter comprovação científica, e afirmou que a eficácia da Coronavac "está lá embaixo" e que ela tem dado problemas "em muitos países", devido aos casos de reinfecção. Contudo, a vacina não impede a infecção pela doença, e sim, evita que a covid-19 evolua para um caso grave.

O presidente usou os casos para justificar a resposta não imediata à suposta oferta da matriz da vacina. "Não adianta a gente comprar mais X milhões de Coronavac se a população não quiser tomar", concluiu.

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Caças britânicos interceptaram duas aeronaves russas voando perto do espaço aéreo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. As interceptações marcam o primeiro voo da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês) como parte da Operação "CHESSMAN" e ocorrem poucas semanas após o início da defesa britânica, junto à Suécia, do flanco leste da Otan.

O comunicado diz que dois Typhoons da RAF foram enviados da Base Aérea de Malbork, na Polônia, na última terça-feira, dia 15, para interceptar uma aeronave de inteligência russa Ilyushin Il-20M "Coot-A" que sobrevoava o Mar Báltico.

Depois, na quinta-feira, dia 17, outros dois Typhoons partiram da base para interceptar uma aeronave desconhecida que deixava o espaço aéreo de Kaliningrado e se aproximava do espaço aéreo da Otan.

Ainda segundo o documento, a medida segue o compromisso do governo britânico de aumentar os gastos com defesa para 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

"O Reino Unido é inabalável em seu compromisso com a Otan. Com a crescente agressão russa e o aumento das ameaças à segurança, estamos nos mobilizando para tranquilizar nossos Aliados, dissuadir adversários e proteger nossa segurança nacional por meio do nosso Plano para a Mudança", disse o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, em nota.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira, 21, que o Brasil é o País da paz e que por isso continuará tentando ajudar no diálogo pelo fim das guerras, como a que ocorre na faixa de Gaza. Alckmin foi questionado em entrevista à CNN Brasil sobre o resultado de esforços de lideranças como o Papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira, 21, para pacificar regiões.

"O Brasil é o país da paz, e exatamente por não ter litígio com ninguém, ele pode ajudar, ajudar nesse diálogo. É mais demorado infelizmente, mas o Brasil é sempre um protagonista importante, e o presidente Lula é um protagonista importante da paz e do diálogo, vamos continuar nesse trabalho", disse o vice-presidente.

Alckmin contou também que ainda conversará com Lula sobre a presença do Brasil no enterro do pontífice, e lembrou que o presidente já decretou luto oficial de sete dias pela morte do papa. "Para nós católicos, nosso líder, o Papa, sua santidade. Para toda a humanidade, a figura maravilhosa da paz, da concórdia, do diálogo entre as religiões, da inclusão, do respeito, é uma vida de exemplos que fica para todos nós. E o Brasil tinha um enorme carinho com o Papa", disse Alckmin sobre o papa Francisco.

O ministro também foi perguntado sobre a agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que encontrou o líder da igreja católica em audiência reservada no ano passado, no contexto de conversas sobre a agenda de tributação de super-ricos - que atualmente é a proposta de compensação fiscal para o governo ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Sobre o tema, Alckmin disse ser importante que o País tenha boas políticas públicas para ajudar a vida dos que mais necessitam. "E levar essa verdadeira mensagem de fraternidade, de diálogo, não de prepotência, de força, mas do diálogo e da compaixão", afirmou.

"Amar ao próximo não é discurso. Amar ao próximo são atitudes, são propostas, são ações, que a fé sem obras é morta", disse o vice-presidente.

A China irá impor sanções a algumas autoridades dos Estados Unidos e chefes de organizações não governamentais (ONGs) por comportamentos flagrantes relacionados a Hong Kong, informou o Ministério das Relações Exteriores. As sanções são uma resposta às penalidades impostas pelos Estados Unidos em março contra seis autoridades chinesas e de Hong Kong, afirmou o porta-voz do ministério, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 21.

Pequim irá impor sanções a vários membros do Congresso americano, autoridades governamentais e chefes de ONGs por terem "se comportado mal em questões relacionadas a Hong Kong", disse Jiakun, sem revelar os nomes.

O porta-voz alertou que os Estados Unidos não têm permissão para interferir nos assuntos de Hong Kong. Pequim considera Hong Kong uma parte inalienável da China. "Quaisquer ações equivocadas tomadas pelos EUA em questões relacionadas a Hong Kong serão respondidas com firmes contra-ataques e medidas recíprocas da China", disse Guo.

A medida ocorre semanas após o Departamento de Estado dos EUA impor sanções a autoridades chinesas e de Hong Kong, citando a repressão política contínua em Hong Kong - e os esforços para estender essa repressão a cidadãos dos EUA - e as restrições ao acesso ao Tibete.

As seis autoridades citadas pelos EUA incluem Raymond Siu, comissário de polícia de Hong Kong, e Paul Lam, secretário de Justiça da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires