A apoiadores em SC, Bolsonaro xinga Barroso de 'filho da p...'

Política
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O presidente Jair Bolsonaro xingou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso de "filho da p..." diante de apoiadores em Joinville, em Santa Catarina, elevando a tensão entre os Poderes. A fala foi registrada em transmissão ao vivo no perfil do Facebook do presidente e, depois, apagada. Um fragmento de nove segundos de vídeo viralizou nas redes sociais - perfis como o do senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) e do Movimento Brasil Livre (MBL) compartilharam o trecho.

"Eu não paro para bater boca, não me distraio com miudezas. O meu universo vai bem além do cercadinho", respondeu Barroso. "Eu sou um ator institucional, não sou um ator político. Portanto, eu não tenho interesse e nem cultivo polêmica pessoais. A conquista e a preservação da democracia foram as grandes causas da minha geração e é a isso que eu dedico a minha vida", afirmou Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além de condicionar a realização das eleições de 2022 ao voto impresso, o presidente transformou o conflito com o Judiciário em rixa pessoal com Barroso. A Corte eleitoral abriu inquérito para investigar Bolsonaro por acusações infundadas contra as urnas eletrônicas.

Em discurso a políticos e empresários aliados na cidade catarinense, Bolsonaro afirmou que harmonia "é o que menos existe" entre os Poderes e voltou a defender o voto impresso. "Não exijo que acreditem em mim", disse sobre suas falas contra o sistema eletrônico de votação. "Eu quero e desejo eleições limpas e democráticas, sem que meia dúzia de pessoas sem compromisso com a liberdade conte nossos votos em uma sala escura. Sem eleições limpas, (as eleições de 2022) já é uma fraude."

O presidente também afirmou, incorretamente, que apresentou provas de fraudes em eleições em entrevista na semana passada, quando citou elementos de investigação da Polícia Federal cuja conclusão não indica irregularidades no pleito. "A alma da democracia é o voto, e o que alguns poucos querem é exatamente eliminar o voto. Faz de conta que foram votados, mas eles é que vão contar. Provas de fraude, temos, como apresentei na última quinta-feira", disse.

Bolsonaro falou ainda em "lutar enquanto tivermos forças" e pediu aos presentes ao almoço ajuda para colher "subsídios" que corroborem a versão segundo a qual as urnas eletrônicas estão sujeitas a violações de segurança. "Não vou arredar, jurei pela minha vida, pela minha Pátria enquanto militar. E como presidente, dou a minha vida pela liberdade de vocês", declarou. "Não estou preocupado em me manter presidente. Já dou o recado: só Deus me tira daquela cadeira."

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O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiu 18 mil na semana encerrada em 26 de abril, para 241 mil, segundo pesquisa divulgada pelo Departamento do Trabalho do país nesta quinta-feira. O resultado ficou bem acima da expectativa de analistas da FactSet, que previam 225 mil solicitações no período.

O total de pedidos da semana anterior foi levemente revisado para cima, de 222 mil a 223 mil.

Já o número de pedidos contínuos teve alta de 83 mil na semana até 19 de abril, a 1,916 milhão, atingindo o maior nível desde 13 de novembro de 2021. Esse indicador é divulgado com defasagem de uma semana.

Lilian Moreno Cuéllar, juíza distrital de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, anulou nesta quarta, 30, a ordem de captura contra o ex-presidente Evo Morales por estupro e tráfico de pessoas, em um caso relacionado ao abuso de uma menor durante seu mandato. "Fica sem efeito qualquer mandado de rebeldia e ordem judicial de apreensão", diz a decisão judicial.

Lilian também determinou a suspensão de qualquer investigação sobre o caso, que corre em Tarija, no sul da Bolívia, e ordenou que o processo seja enviado para Cochabamba - onde Evo tem forte respaldo político e social.

Em outubro, o Ministério Público havia pedido a prisão do ex-presidente boliviano, de 65 anos, que desde então se refugiou em seu bastião político na região cocaleira do Chapare. De acordo com o MP, Evo começou um relacionamento com uma jovem de 15 anos em 2015, quando ele era presidente, e os pais dela consentiram com a união em troca de benefícios. A relação resultou no nascimento de uma filha, um ano depois. A jovem foi posteriormente identificada como Noemí Meneses, que hoje estaria com 25 anos.

Reação

A ordem judicial provocou reação dos críticos de Evo, em razão do histórico de Lilian, que entre 2012 e 2016 trabalhou no Serviço Nacional de Impostos e depois na Companhia Ferroviária Nacional (Enfe).

Lilian foi nomeada juíza pouco antes de Evo deixar o poder, em 2019, o que acabou levantando questionamentos sobre um conflito de interesses e acusações de proteção política ao ex-presidente boliviano.

Evo está inelegível desde 2023, quando a Justiça eleitoral vetou a reeleição indefinida - Evo foi presidente por quatro mandatos. Em fevereiro, no entanto, ele desafiou a sentença e anunciou sua candidatura presidencial nas eleições de 17 de agosto.

Ele se tornou opositor do atual presidente Luis Arce, transformado em desafeto e chamado de "traidor", depois que ambos desataram uma guerra pelo controle do partido Movimento ao Socialismo (MAS). Em março, o ex-presidente fundou seu próprio partido, o Evo Povo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O jornalista sueco Joakim Medin, preso em março após sua chegada à Turquia, foi condenado ontem a 11 meses de prisão por "insultar o presidente" turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um protesto ocorrido em Estocolmo. A condenação foi suspensa logo em seguida, mas ele continuará detido por outra acusação, a de "pertencer a uma organização terrorista".

O repórter do jornal sueco Dagens ETC participou da audiência por videoconferência de sua cela na prisão de Silivri, oeste de Istambul. A Justiça turca o acusa de ter participado, em janeiro de 2023, de uma manifestação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) em Estocolmo, capital sueca, durante a qual foi pendurado um boneco de Erdogan de cabeça para baixo, algo que o jornalista nega desde o início.

Medin reafirmou nesta quarta, 30, "não ter participado desse evento". "Eu estava na Alemanha a trabalho. Nem sabia dessa manifestação", declarou. Durante a audiência, o tribunal exibiu fotos tiradas em outra reunião, em agosto de 2023, em Estocolmo, quando a Turquia ainda bloqueava a entrada da Suécia na Otan.

"Nunca tive a intenção de insultar o presidente. Eu tinha a tarefa de escrever os artigos, e foram meus editores que escolheram as fotos", disse o repórter, destacando que Erdogan é "uma figura central" exibida nesses protestos.

Medin, de 40 anos, foi preso em 27 de março ao chegar à Turquia, onde iria cobrir as manifestações desencadeadas pela prisão, em 19 de março, do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal adversário político do presidente.

Violações

O jornalista relatou múltiplas violações de seus direitos básicos durante os estágios iniciais de sua detenção, incluindo o direito de acesso a um tradutor, a um advogado e a serviços consulares. Medin foi acusado de pertencer a uma organização terrorista, crime que poderia lhe render até nove anos de prisão e será julgado posteriormente, em data a ser definida.

Essa acusação baseia-se em publicações nas redes sociais, artigos e livros escritos "unicamente no âmbito de seu trabalho jornalístico", disse Baris Altintas, diretora da ONG turca de direitos humanos MLSA, que o representa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.