Bolsonaro volta a dizer que eleições de 2022 terão 'manto da desconfiança'

Política
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Mesmo após ser derrotado na terça-feira (11) em votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso no plenário da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro reforçou as acusações de que as eleições de 2022 sob as urnas eletrônicas poderão ser realizadas sob o manto da desconfiança. "Quero eleições limpas, transparentes", reiterou o chefe do Executivo na manhã desta quinta-feira, 12, à Rádio Jovem Pan Maringá - PR.

"Nós não podemos terminar as eleições do ano que vem sob o voto da desconfiança", afirmou Bolsonaro, que continuou a fazer críticas e acusações contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, de articulação com lideranças políticas para reprovar a pauta. Segundo ele, é "obrigação fazer a vontade da maioria da população".

Apesar de ter garantido ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que respeitaria a decisão do Plenário, Bolsonaro disse que vai continuar com sua "luta", "mas com menos expressão agora". O chefe do Executivo reiterou, no entanto, que continua jogando "dentro das quatro linhas da Constituição". "Eu quero, se perder a eleição, entregar a faixa e cumprimentar, desejar sorte, e ir cuidar da minha vida. Agora, da forma como está, parece que estão conduzindo para eleger aquele cara que até pouco tempo estava preso", disse, numa referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Bolsonaro, se a população continuar o apoiando, "só Deus me tira daqui".

Após fazer uma transmissão em que prometia apresentar provas de fraudes contra a segurança das urnas, e sendo obrigado a mudar o discurso e dizer que tinha apenas "fortes indícios" contra o sistema eleitoral, Bolsonaro agora repete enfaticamente que não tem provas de suas acusações, mas que ele "ouviu falar" sobre o tema.

O presidente também afirmou que está avaliando se irá ou não participar de um movimento favorável ao voto impresso, que deve acontecer no próximo dia 7 de setembro. Bolsonaro já tinha afirmado que se Barroso continuasse sendo "insensível" às suas demandas com relação ao voto impresso, ele poderia comparecer a uma manifestação na Avenida Paulista onde seria dado um "último recado" ao ministro. Para ele, não só o Parlamento, como também ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE deveriam ouvir a população.

Governadores

Como tem feito, o presidente voltou a criticar os governadores por onerar o preço dos combustíveis e de insumos como o gás de cozinha. Bolsonaro afirmou que apesar de ter zerado o imposto do gás de cozinha, o ICMS, que é decidido por dirigentes estaduais, continua a encarecer o produto, e sugeriu a seus apoiadores que cobrem seus prefeitos e governadores sobre o tema. "Não quero responsabilizar ninguém, eu quero mostrar a verdade", disse.

Ao voltar a defender que donos de postos de combustíveis sejam obrigados a mostrar na nota fiscal os impostos federais, estaduais e municipais, o presidente disse que dessa forma a população saberá quem é "o verdadeiro vilão da história" e quem "onerou o preço dos combustíveis".

Para tratar do tema, Bolsonaro sugeriu que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tentar zerar o imposto do diesel no ano que vem. "Eu pretendo zerar o preço do imposto federal do diesel para o ano que vem", voltou a dizer.

Para possibilitar a diminuição, Bolsonaro afirmou que, por lei, o governo deve diminuir subsídios "para o final do ano, agora devemos reduzir aproximadamente R$ 15 bilhões de subsídio" disse, e sugeriu: "O que geralmente é feito com esse dinheiro? Vai para o Tesouro. Quando vai para o Tesouro, não vai para nós porque tem o teto de gastos, então é dinheiro que vai para abater dívidas", disse. "O que conversei com Paulo Guedes e com o secretário da Receita? Falei, vamos pegar esses R$ 15 bilhões, vamos abater dos R$ 19 bilhões que nós arrecadamos de PIS/Cofins do diesel".

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O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.

Em nova publicação no X, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que bombardeios russos chegam a 1.355. "Já houve 67 ataques russos contra nossas posições em várias direções, com o maior número na direção de Pokrovsk. Houve um total de 1.355 casos de bombardeios russos, dos quais 713 envolveram armamento pesado", escreveu, citando relatório do comandante-chefe do exército do país, Oleksandr Syrskyi.

Zelensky também disse que a Ucrânia propõe cessar-fogo de 30 dias, com a possibilidade de prorrogação. "A Ucrânia propõe o fim de qualquer ataque com drones e mísseis de longo alcance contra a infraestrutura civil por um período de pelo menos 30 dias, com a possibilidade de prorrogação."

O presidente ucraniano também afirmou que, "se a Rússia não concordar com essa medida, isso será uma prova de que ela pretende continuar fazendo apenas coisas que destroem vidas humanas e prolongam a guerra", acrescentou na publicação.

Desde que o acordo de cessar-fogo durante o feriado de Páscoa foi proposto pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, no último sábado, 19, Zelensky afirma que os bombardeios continuam na Ucrânia, publicando em sua conta no X dados sobre os ataques.