Sidebar

15
Sáb, Mar
188 Noticias Novas

'Militares querem preservar direitos e vantagens', diz pesquisador Eliezer Rizzo

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O cientista político Eliezer Rizzo de Oliveira avalia que os militares tentam preservar, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os direitos e vantagens, como elevação de salários e condições de aposentadoria, obtidos quando o presidente era Jair Bolsonaro. Para o pesquisador, a desconfiança de Lula nos militares, expressa pelo mandatário em palavras e gestos recentes, é correspondida. Também fardados não confiam no petista, a quem enxergam como "encarnação do mal". Segundo ele, Lula acertou ao não decretar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para enfrentar os atos golpistas de bolsonaristas radicais. Assim, avalia, preservou sua autoridade.

Após a fracassada tentativa de golpe de bolsonaristas no dia 8, o governo Lula tem dado demonstrações públicas de desconfiança nos militares. De onde vem isso?

O presidente Lula expressou sua desconfiança nas Forças Armadas, no Exército em particular, em razão da militância por Bolsonaro nos quartéis e do apoio ao movimento bolsonarista contra a sua posse na Presidência. Até agora (Lula) ficou naquilo que não quer dos militares, mas ainda não determinou sua orientação geral para a Defesa Nacional.

O sentimento é mútuo?

Sim, veja-se a militância de militares da ativa e da reserva contra o retorno de Lula: Lula seria a encarnação do mal e da antissoberania nacional. Há militares que enxergam no presidente, no PT e aliados o avanço gramscista do comunismo.

Quando o ato golpista estava em curso, falou-se na decretação de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem, mas Lula recusou. Como analisa esse episódio?

O presidente agiu bem ao intervir na segurança do DF, pois preservou intacta sua autoridade num momento de profunda insegurança. Ele enunciou seus motivos ao criticar a atuação da PM, da inteligência e da defesa militar do Planalto.

O que o presidente Lula pretende quando, por exemplo, diz que os militares não são poder moderador?

O presidente Lula pretendeu esclarecer que exerce a autoridade constitucional de chefe de Estado e comandante supremo e não reconhece espaço para a autonomia militar. Pois a tese do poder moderador - correspondendo ao direito das Forças Armadas à intervenção militar e à direção do País - é tese falsa e antidemocrática.

E os militares?

Os militares pretendem a preservação de direitos e vantagens negociados generosamente com Bolsonaro, dentre eles a elevação dos valores dos vencimentos e as condições de aposentadoria. Esperam que não haja mudança forçada em sua formação. Já Lula iniciou a retirada de militares dos milhares de funções da administração civil que exerceram em razão da natureza ultraconservadora e militarista de Bolsonaro.

Como o bolsonarismo afeta as Forças Armadas?

Simples assim: o bolsonarismo considera as Forças Armadas como instituições de governo, à disposição de um ex-presidente despreparado, ideologicamente retrógrado, que enxerga nos adversários inimigos a serem abatidos. O ambiente militar é altamente mobilizado do ponto de vista ideológico conservador.

Um golpe de Estado dos militares é um risco real?

Faço votos de que o ministro da Defesa, os comandantes militares, os Estados-maiores e os corpos de oficiais da Aeronáutica, do Exército e da Marinha voltem-se com reverência para a Constituição e a cumpram sob a autoridade suprema do presidente Lula. Nesta hipótese, não haverá riscos reais de golpe de Estado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.