Doria terá Maia no governo e na busca por candidatura

Política
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Rodrigo Maia assumirá um cargo no primeiro escalão no governo de São Paulo. Após ter sido convidado diretamente por João Doria (PSDB), o deputado federal pelo Rio de Janeiro será secretário de Projetos e Ações Estratégicas, responsável pelas iniciativas de desestatização, parcerias público-privadas (PPPs) e concessões em andamento no Estado.

Atualmente abrigada sob Planejamento e Gestão, a subsecretaria de Projetos e Ações Estratégicas subirá de prateleira na hierarquia do Palácio dos Bandeirantes para conferir status de secretário a Rodrigo Maia.

Porém, para além do caráter administrativo da função, Maia, adversário de Jair Bolsonaro, assim como Doria, facilitará a interlocução do governador de São Paulo com políticos de outros Estados. Afinal, sua longa experiência como presidente da Câmara dos Deputados o cacifa para tal missão. Juntos, ambos buscam se fortalecer na tentativa de construir uma alternativa de "terceira via" para as eleições de 2022.

Outra interface do cargo será com o setor produtivo e o mercado financeiro, dos quais Maia se aproximou por ter conduzido reformas importantes no Legislativo. "A experiência do Rodrigo Maia à frente da Câmara fortaleceu nele a capacidade de dialogar com governos, sociedade civil e setor produtivo, com eficiência e credibilidade", afirmou Doria.

Após ter deixado a presidência da Câmara, em fevereiro deste ano, Maia tem dividido seus esforços entre fazer oposição a Bolsonaro e buscar um novo partido, pois, após rompimento, foi expulso do DEM, onde construiu sua carreira política.

O candidato de Maia a presidente da Câmara, Baleia Rossi (MDB-SP), foi derrotado por Arthur Lira (Progressistas-AL), apoiado por Bolsonaro. Maia foi traído por membros do DEM, inclusive por deputados ligados ao ex-prefeito ACM Neto, presidente do partido.

Em mais de uma oportunidade, Maia declarou que não medirá esforços para derrotar Bolsonaro nas urnas em 2022. Por isso, é natural que ele passe a integrar o núcleo político de João Doria. O governador tucano disputa o processo de prévias do PSDB em busca da candidatura presidencial no ano que vem.

A ideia de ambos é romper com a polarização entre Lula, à esquerda, e Bolsonaro, à direita. Doria destaca a importância da gestão Maia na Câmara. Segundo governador, essencial para manter o equilíbrio do estado democrático de direito e evitar rupturas institucionais.

Ao deixar o cargo, porém, Maia foi criticado por adversários do presidente porque não aceitou pedidos de impeachment contra Bolsonaro.

Biografia

Filho do ex-prefeito Cesar Maia, Rodrigo Maia também mantém boas relações com o MDB do ex-presidente Michel Temer e com o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).

O deputado presidiu a Câmara durante o governo Temer (2016-2018) e nos dois primeiros anos de Bolsonaro. Teto de gastos, reforma da Previdência, reforma trabalhista, Marco do Saneamento, Lei da Terceirização e mudanças no Ensino Médio no Fundeb são iniciativas do Congresso creditadas ao empenho direto de Maia. "Todas as reformas que passaram sob sua liderança só foram possíveis por causa do diálogo, do senso de urgência e do olhar estratégico de quem sabe o que é verdadeiramente importante para o País", disse Doria.

Aos 51 anos, o deputado está em seu sexto mandato na Câmara. No Executivo, ele foi secretário de Governo da prefeitura do Rio, de 1997 a 1998. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Donald Trump quer restringir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de pelo menos 43 países. O plano tem uma lista preliminar com o veto total de entrada a cidadãos de 11 países: Afeganistão, Butão, Cuba, Irã, Líbia, Coreia do Norte, Somália, Sudão, Síria, Venezuela e Iêmen. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Grande parte da população de Cuba ficou sem energia entre sexta-feira, 14 e sábado, dia 15, após a ilha sofrer o quarto apagão em seis meses. Autoridades informaram que a queda foi provocada por uma avaria em uma subestação em Havana. O fornecimento começou a ser restabelecido lentamente no sábado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, defendeu neste sábado, 15, manter a pressão para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aceite um cessar-fogo na Ucrânia. O premiê promoveu uma reunião virtual com 25 líderes dispostos a garantir uma eventual trégua no conflito.

Starmer reafirmou o compromisso de apoiar a Ucrânia na luta contra invasão russa e assegurar o cumprimento de um cessar-fogo, que tem sido negociado pelos EUA. Céticos sobre qualquer promessa de Putin, os europeus têm discutido como garantir a segurança dos ucranianos no cenário de trégua, mas os russos apresentam resistências.

PRESSÃO

"Concordamos em continuar a pressão sobre a Rússia, manter a ajuda militar para a Ucrânia e continuar a restringir a economia russa, para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e levá-lo à mesa de negociações", disse o premiê.

Starmer convocou o encontro virtual após afirmar que o Putin "não leva a paz a sério". A Ucrânia aceitou uma proposta de trégua dos EUA, mas a Rússia disse que era preciso discutir os termos do acordo e exigiu um série de concessões ucranianas.

"A ideia, em si, é correta, e certamente a apoiamos. Mas há questões que precisamos discutir", disse Putin. A resposta foi interpretada como uma forma de atrasar o cessar-fogo, sem desagradar Donald Trump.

O encontro de sábado reuniu líderes de 25 países da Europa, além de Comissão Europeia, Canadá Austrália, Nova Zelândia e Ucrânia. A ideia, segundo Londres é criar uma coalizão disposta a apoiar uma "paz justa e duradoura".

"Minha sensação é que, mais cedo ou mais tarde, Putin terá de sentar à mesa e negociar", disse Starmer. "Se Putin não negociar, devemos fazer todo o possível para aumentar a pressão sobre a Rússia, para que ela acabe com esta guerra."

MACRON

Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron, lideram os esforços por garantias de segurança para Ucrânia desde que Trump abriu negociações diretas com a Rússia, no mês passado. As primeiras conversas, sem a participação dos ucranianos, acenderam o alerta na Europa, preocupada com a guinada na política externa americana.

Sob Trump, os EUA votaram com a Rússia contra uma resolução da ONU que condenava a guerra. O presidente americano repetiu falsas alegações de Putin sobre o conflito e chegou a suspender o apoio militar e o compartilhamento de informações da inteligência americana com a Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, disse que discutiu com Macron os aspectos técnicos sobre como o cessar-fogo poderia ser aplicado. "Nossas equipes continuam trabalhando em garantias de segurança claras, e estarão prontas em breve", afirmou Zelenski.

Starmer e Macron, que conversaram por telefone na véspera da reunião virtual deste sábado, expressaram a disposição de enviar tropas britânicas e francesas à Ucrânia, mas não está claro se outros países estão dispostos a fazer o mesmo e, mais importante, se Putin aceitará. (Com agências internacionais).