Lula se encontra com Tasso, Cid Gomes e Eunício no Ceará

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu na manhã desta segunda-feira, 23, com os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Cid Gomes (PDT-CE) em Fortaleza, em agendas distintas, além do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). Os encontros concretizam um movimento de Lula em direção a lideranças contra as quais disputou eleições nos últimos anos mirando na sucessão presidencial de 2022, em oposição ao presidente Jair Bolsonaro.

Lula viajou ao Ceará e havia pedido, há uma semana, reunião com Tasso. O encontro durou aproximadamente uma hora e ocorreu no escritório particular do tucano. A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT), e o ex-deputado estadual Ilário Marques (PT-CE), acompanharam Lula na agenda.

Após a conversa, o senador afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que a conversa girou em torno do cenário atual da política brasileira, da importância da defesa intransigente da democracia, do fortalecimento das instituições e do compromisso de resistência a qualquer ato ou medida que ponha em risco a democracia no País. De acordo com o tucano, nenhuma aliança eleitoral entrou na pauta.

O encontro entre Lula e Tasso ocorreu após uma reunião do petista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em maio. FHC já admitiu votar em Lula em um segundo turno contra Bolsonaro. Tasso é apontado como um dos pré-candidatos às prévias do PSDB para definição do candidato ao Planalto em 2022, disputa na qual Bolsonaro e Lula protagonizam uma polarização. O senador deve anunciar até setembro se realmente vai concorrer às primárias do partido, marcadas para novembro.

Apesar de estarem em campos opostos, Tasso e Lula mantiveram um nível de diálogo nos últimos anos. Durante a prisão do petista em Curitiba (PR), o senador enviou carta ao ex-presidente em solidariedade após a morte do neto de Lula, em março de 2019. No Ceará, PT e PSDB devem continuar em campos distintos. Os tucanos caminham para uma aliança com o PDT, enquanto a legenda petista fala em candidatura própria.

Após a conversa com o senador do PSDB, Lula se encontrou com o senador Cid Gomes (PDT), irmão do ex-candidato do PDT à Presidência Ciro Gomes, que vem intensificando ataques ao petista, e com o governador Camilo Santana (PT). Além disso, teve uma agenda com o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB).

O ex-presidente Lula tem feito aceno aos partidos de centro e dado sinais que pretende formar uma aliança para além da esquerda em oposição a Bolsonaro no próximo. Um dos partidos mais próximos, de acordo com aliados do ex-presidente, é o PL, legenda "número 2" no bloco formado pelo Centrão e que hoje declara apoio a Bolsonaro.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste domingo, 20, esperar que Rússia e Ucrânia farão um acordo "nesta semana". "Ambos começarão a fazer grandes negócios com os Estados Unidos, que está prosperando, e farão uma fortuna", escreveu na rede social Truth Social.

A declaração foi feita em meio a um cessar-fogo de Páscoa marcado por acusações de violação de ambos os lados.

Ainda na rede social, o republicano citou o "Dia da Libertação", como batizou 2 de abril que foi a data em que anunciou uma série de tarifas.

Segundo ele, muitos líderes mundiais e executivos de empresas pediram alívio das imposições tarifárias desde a ocasião. "É bom ver que o mundo sabe que estamos falando sério, porque ESTAMOS! Eles devem corrigir os erros de décadas de abuso, mas isso não será fácil para eles", reforçou ao chamar quem quiser "o caminho mais fácil" para "construir na América".

Ele classificou como "traição não tarifária" questões que chamou de "manipulação cambial", subsídios para exportação, padrões agrícolas protecionista citando como exemplo a proibição de milho geneticamente modificado na União Europeia, entre outros.

Trump também voltou a criticar a discussão a respeito da deportação de Kilmar Armando Abrego Garcia, que foi deportado por engano para uma prisão em El Salvador.

Embora o governo do republicano tenha admitido um "erro administrativo", o republicano disse que Garcia está sendo tratado como uma "pessoa muito doce e inocente, o que é uma mentira total, flagrante e perigosa", voltando a citar sua ligação com a gangue MS-13. Os advogados de Garcia negam.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, condenou o ataque feito à usina hidrelétrica Rucalhue, que está sendo construída no rio Biobío, na região centro-sul do país, na madrugada deste domingo, 20, quando 52 veículos foram incendiados no local.

"Assim como fizemos em outros casos, perseguiremos e encontraremos os responsáveis que deverão responder perante a justiça. Continuaremos trabalhando sem recuar para erradicar todas as formas de violência", disse o mandatário em publicação na rede social X.

De acordo com o adido de Polícia do Chile, Renzo Miccono, indivíduos armados invadiram a localidade por volta das 2h30 da madrugada, ameaçaram quatro guardas de segurança e depois atearam fogo a máquinas.

O empreendimento terá 90 megawatts (MW) de capacidade e enfrenta resistência de povos originários locais e de ambientalistas. No último dia 03 de abril, a Corte de Apelações de Concepción negou dois recursos que pediam a paralisação das obras.

De acordo com a Associated Press, a região do Biobío já havia sido palco de outro ataque incendiário no último dia 7 de abril, quando duas residências e um galpão foram destruídos. Segundo autoridades, o ataque foi reivindicado pela Resistência Mapuche Lafkenche (RML).

A empresa responsável pelo projeto, Rucalhue Energía SpA, controlada da China International Water & Electric Corp (CWE), afirmou que está colaborando com as autoridades para encontrar os responsáveis e reforçar as medidas de segurança.

"Por sorte, não houve feridos graves. No entanto, os danos materiais são significativos. Uma avaliação completa das perdas está sendo feita", disse a companhia em comunicado, acrescentando que o projeto segue toda a regulamentação ambiental, social e técnica.

*Com informações da Associated Press.

O Exército de Israel afirmou que errou ao matar 15 socorristas na Faixa de Gaza. De acordo com relatório sobre o incidente, que ocorreu em 23 de março, foram identificadas "várias falhas profissionais, violações de ordens e uma falha em relatar completamente o incidente", informou a autoridade militar neste domingo, 20.

Na ocasião, uma ambulância em busca de pessoas feridas por um ataque aéreo israelense foi alvo de tiros em um bairro na cidade de Rafah, que fica na fronteira com o Egito. Quando outras ambulâncias chegaram para procurar a equipe desaparecida, também foram alvo de tiros.

"A investigação determinou que o fogo nos dois primeiros incidentes resultou de um mal-entendido operacional pelas tropas, que acreditavam enfrentar uma ameaça tangível por parte das forças inimigas", disse o exército israelense em referência a um possível veículo policial do Hamas.

Israel disse que demitiu o comandante adjunto do Batalhão de Reconhecimento Golani, por fornecer "um relatório incompleto e impreciso durante o debriefing" e repreendeu o oficial comandante da 14ª Brigada, citando sua responsabilidade geral.

Para Jonathan Whittall, chefe do escritório humanitário das Nações Unidas em Gaza e na Cisjordânia, a investigação militar israelense careceu de responsabilização. "Corremos o risco de continuar assistindo a atrocidades se desenrolarem, e as normas destinadas a nos proteger, se erodindo". Fonte: Dow Jones Newswires.