O diretor-presidente da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos, negou ter relações comerciais com Marcos Tolentino, apontado como "dono oculto" da empresa, e com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. A FIB Bank foi usada pela Precisa como fiadora no contrato do Ministério da Saúde para compra da vacina indiana Covaxin.O depoimento levantou suspeitas na CPI de que Roberto Ramos seria apenas um administrador "laranja" da empresa, já que disse desconhecer alguns dos principais personagens da negociação e não soube informar dados da própria empresa que preside. Ele ainda negou relações da FIB Bank com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), investigado pela comissão.
A FIB Bank assinou uma carta de fiança no valor de R$ 80,7 milhões para garantir o transporte da Covaxin no contrato assinado entre a Precisa e o Ministério da Saúde. Após o avanço das investigações da CPI, a compra foi cancelada pela pasta. De acordo com o diretor, a FIB recebeu R$ 350 mil da Precisa ao assinar a garantia.
Fraudes
O depoimento expôs supostas fraudes na FIB Bank. Duas pessoas apontadas como sócias da empresa acionaram a Justiça alegando nunca terem participado da organização. Além disso, dois sócios de outra empresa, a MB Guassu, que teria participação na FIB Bank, estão mortos.
Os senadores insistiram em perguntar quem é o verdadeiro dono da companhia, apontando para Tolentino, ligado a Ricardo Barros, mas não houve resposta. De acordo com o depoente, Tolentino teria procuração para representar apenas um acionista da FIB Bank, Ricardo Benetti. "A procuração é dada para representar o senhor Ricardo Benetti, e não a FIB", disse Ramos.
Um dos supostos criadores da FIB Bank, Geraldo Rodrigues Machado, encaminhou áudios para a CPI afirmando ter sido vítima de fraude. Machado relatou que descobriu que seu nome foi usado para compor a sociedade da empresa quando teve o crédito negado na hora que tentou financiar uma motocicleta. "Falsificaram minhas assinaturas vistas em alguns documentos e meu nome constava como um sócio ativo", disse Machado, morador de Pão de Açúcar (AL), conhecido como "Geraldão".
Diretor da FIB Bank nega relações com 'dono oculto' de empresa e Maximiano
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