Guedes diz que não vê razões para impeachment de Bolsonaro

Política
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta sexta-feira que tem confiança nas instituições brasileiras e disse não ver razões para um pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.

"Pessoas cometem excessos, todos nós. Não há um ser humano que não tenha cometido um erro. Às vezes dois erros, três erros. Às vezes, por temperamento, você comete o mesmo erro várias vezes. Agora, uma coisa são palavras, outra são os atos. Você pode cometer excessos em palavras, xingar e ofender alguém. Mas e nos seus atos? Você está violando responsabilidade fiscal para sofrer um impeachment? Você está ofendendo alguém para ser acusado de violar a liberdade de expressão. Temos que observar a diferença entre palavra e atos. Tem gente que fala muito e não viola a lei e gente que fala elegante e viola a lei", afirmou o ministro da Economia, em participação no "Scoop Day", organizado pelo TC.

Guedes voltou a admitir que às vezes o presidente Bolsonaro fala coisas inadequadas e pontuou que às vezes um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ou parlamentares podem cometer excessos também. "Mas se as instituições funcionaram, elas acabam recomendando ao indivíduo que volte para dentro das quatro linhas. Se está saindo das quatro linhas, jogando fora das regras, fora da Constituição, as instituições vão corrigindo isso. Às vezes alguém pula a cerca, mas aí tem VAR, todo mundo vê e começa a turma do deixa disso", completou.

Para o ministro, esse "vai e vem" é parte da democracia e da demarcação dos territórios entre os três poderes. "Os excessos são de parte a parte. Tem muito desrespeito em relação à Presidência. Às vezes tem desrespeito em relação ao STF, em relação à mídia. Às vezes a mídia conta narrativas que não são as mais adequadas, mas confio na mídia como instituição, embora haja milícias. Tem milícia para todo lado", reclamou.

Guedes reconheceu ainda que um bom ambiente de negócio exige um bom equilíbrio entre os poderes. "Mas temos que evitar que isso vire uma corrida nuclear. Temos que moderar", concluiu.

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O governo de Donald Trump iniciou amplos cortes de pessoal no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, deixando alguns funcionários fora dos prédios federais e transferindo outros para novas agências, incluindo o Serviço de Saúde Indígena.

Os e-mails notificando os funcionários sobre os cortes e remanejamentos inundaram as caixas de entrada na noite de segunda-feira e na manhã de hoje. A medida faz parte da estratégia do secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., de reduzir e remodelar os órgãos de saúde do país.

Os cortes se estendem por toda parte, desde a Administração de Alimentos e Medicamentos e os Institutos Nacionais de Saúde até os Centros de Controle e Prevenção de Doenças.

Na plataforma de mídia social X, Kennedy disse que o que o governo anterior vinha fazendo não estava funcionando: "Precisamos mudar de rumo. Essas mudanças não afetarão o Medicare, o Medicaid ou outros serviços essenciais de saúde".

O senador democrata de Nova Jersey Cory Booker ocupou o plenário do Senado americano com um discurso de quase um dia inteiro, em uma demonstração de resistência para evidenciar o que ele chamou de "crise" enfrentada pelos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump.

Booker foi ao plenário do Senado na noite de segunda-feira, 31, e começou a falar às 19h. Mais de 22 horas depois, no começo da noite desta terça-feira, o senador, claramente exausto, continuava falando, criticando os cortes do governo Trump nos serviços governamentais e sua repressão aos imigrantes.

O discurso foi parte de um esforço dos democratas para retomar a iniciativa e se opor mais assertivamente ao presidente Trump. Booker dividiu seus comentários em seções focadas em um aspecto das políticas da administração, incluindo assistência médica, educação, imigração e segurança nacional.

"Estes não são tempos normais em nossa nação", disse ao iniciar seu discurso. "E eles não devem ser tratados como tal no Senado dos Estados Unidos. As ameaças ao povo americano e à democracia americana são graves e urgentes, e todos nós devemos fazer mais para enfrentá-las."

Na tarde de terça-feira, Booker parecia estar determinado a quebrar um recorde estabelecido pelo senador Strom Thurmond, que em 1957 falou por 24 horas e 18 minutos se opondo a uma parte da legislação de direitos civis.

Às 16h20 no horário local, o discurso já havia ultrapassado a memorável arenga do senador Ted Cruz sobre a Lei de Assistência Médica Acessível do presidente Barack Obama em 2013, que durou 21 horas e 19 minutos.

Sem pausas para ir ao banheiro, mas fazendo pausas ocasionais para perguntas de seus colegas democratas, Booker leu um fichário de notas e acenou com uma pequena cópia da Constituição dos EUA. Com o passar das horas, sua voz ficou rouca. Não ficou claro se ele se alimentou ao longo da maratona, e apenas alguns copos de água foram vistos no púlpito.

Andando de um lado para o outro, às vezes se inclinando, Booker protestou por horas contra os cortes nos escritórios da Previdência Social liderados pelo Departamento de Eficiência Governamental do conselheiro de Trump, Elon Musk.

Ele listou os impactos das ordens iniciais de Trump e falou sobre as preocupações de que cortes mais amplos na rede de segurança social poderiam estar chegando, embora os legisladores republicanos digam que o programa não será tocado.

Musk estava ativo no X ativo nesta terça-feira, mas não fez menção a Booker ou seu discurso a noite toda. Nem Trump no Truth Social.

Booker está no seu segundo mandato no Senado. Ele tentou se candidatar à presidência em 2020, mas desistiu e perdeu a nomeação para Joe Biden. (Com agências internacionais)

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, disse nesta terça-feira, 1º, que orientou os promotores a buscar a pena de morte contra Luigi Mangione pelo assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson.

É a primeira vez que o Departamento de Justiça tenta aplicar a pena de morte desde que Donald Trump retornou à presidência em janeiro, prometendo retomar as execuções federais depois de terem sido interrompidas durante o governo anterior.

"O assassinato de Brian Thompson - um homem inocente e pai de duas crianças pequenas - por Luigi Mangione foi um ato premeditado e a sangue frio que chocou os EUA", disse Bondi em um comunicado. Ela descreveu o assassinato de Thompson como "um ato de violência política".

Mangione, formado em uma universidade Ivy League e pertencente a uma importante família do setor imobiliário de Maryland, enfrenta acusações separadas de homicídio federal e estadual depois que as autoridades afirmam que ele matou o CEO do lado de fora de um hotel de Manhattan em 4 de dezembro. Fonte: