Consórcio Sul-Sudeste é aprovado em SP; cargos comissionados terão salário de até R$ 19,5 mil

Política
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Aos poucos, o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), uma das bandeiras do governador mineiro Romeu Zema (Novo), vai ganhando forma. Nesta terça-feira, 19, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), transformou o compromisso firmado entre os governadores do consórcio em lei - um passo necessário para que a autarquia do Cosud seja formalizada. Os salários dos cargos, todos comissionados, serão de R$ 16,5 mil a R$ 19,5 mil.

O consórcio reúne os Estados de São Paulo, Rio, Espírito Santo, Minas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e existe desde 2019. Em entrevista ao Estadão em agosto, Zema defendeu o protagonismo dos Estados do Sul e Sudeste através das ações do Cosud, o que provocou críticas de outras regiões do País.

A proposta, enviada pela Casa Civil do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi aprovada na Alesp por 53 votos a 15. Parlamentares do PT e do PSOL votaram contra. Os relatórios da oposição criticam Romeu Zema e falam que, quando for criado, o Cosud pode assumir contornos supostamente separatistas e xenofóbicos.

"A bancada do Partido dos Trabalhadores, neste sentido, se posiciona favorável à criação do consórcio desde que ele possa agregar apenas estados da região Sudeste, onde está inserido o estado de São Paulo", diz o relatório de voto contrário dos deputados petistas.

A reportagem entrou em contato com a deputada Marta Costa (PSD), relatora do projeto aprovado, e com o líder do governo, deputado Jorge Wilson (Republicanos). Não houve retorno até a publicação da reportagem.

Protocolo de intenções funciona como estatuto

Em junho deste ano, os governadores que integram o Cosud firmaram um "protocolo de intenções" que, na prática, é como um estatuto do consórcio. Esse documento precisa ser aprovado pelos governos dos Estados e também transformado em lei, dentro de cada Assembleia Legislativa, para que o Cosud de fato saia do papel.

Ele será uma autarquia, ente público que depende de lei para existir. Os projetos são idênticos - porque são, na verdade, cópia de um trecho do "protocolo de intenções". Até o momento, São Paulo, Paraná e Espírito Santo já transformaram o consórcio em lei.

Em Minas, o projeto está passando pelas comissões da Assembleia e, em Santa Catarina, começou a tramitar nesta quarta-feira, 20. As Assembleias Legislativas do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul não responderam aos questionamentos da reportagem. No site do Legislativo gaúcho consta que há um projeto de lei sobre o Cosud, que está passando pelas comissões da Casa.

Salários de R$ 16,5 mil a R$ 19,5 mil para comissionados

A autarquia do Cosud terá pelo menos dez cargos, todos comissionados. Os salários já foram estabelecidos pelos governadores: o secretário-executivo ganhará R$ 19,5 mil e, os assessores, R$ 16,5 mil. O secretário precisará ter dedicação exclusiva, já os assessores podem ser servidores "emprestados" pelos governos dos Estados.

Questionadas, as Assembleias Legislativas dos Estados do Cosud afirmam que os projetos de lei ainda não têm previsão de onde sairá o orçamento necessário para custear o consórcio. A Assembleia do Paraná disse que "não haverá impacto orçamentário e financeiro para o Estado neste momento, visto que o que se pretende com este artigo é tão somente ratificar a cláusula 27 do protocolo de intenções".

Neste protocolo, no entanto, consta que os Estados dividirão as despesas para manutenção do consórcio. "Os recursos e o patrimônio do Consórcio serão oriundos da transferência dos entes consorciados mediante contrato de rateio", diz o documento.

A Casa Civil do Estado de São Paulo enviou uma nota ao Estadão dizendo que "cada Estado arcará com a remuneração igualitária de seu representante no Cosud, que deverá ter sede em Brasília e será responsável por articular políticas públicas em conjunto e a serem executadas pelos Estados participantes individualmente". A pasta também diz que "não haverá orçamento de execução centralizada" - ou seja, não haverá um "caixa comum" da autarquia.

Outra fonte de receita do Cosud são contratos de "prestação de serviços, execução de obras ou fornecimento de bens" que podem ser feitos com entes públicos tanto da administração direta quanto da indireta. O protocolo de intenções - que aos poucos se tornará lei em todos os Estados do Sul e Sudeste - também permite que entes públicos façam "doações, destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis" para o consórcio.

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre Rússia e Venezuela foi "totalmente acordado" e está pronto para ser assinado. A declaração foi feita durante uma videoconferência com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em comemoração aos 80 anos de relações diplomáticas entre os dois países.

"Estou satisfeito em anunciar que o Acordo de Parceria Estratégica e Cooperação entre nossos países foi totalmente acordado", afirmou Putin. Segundo o líder russo, o pacto "criará uma base sólida para a expansão de nossos laços multifacetados a longo prazo" e poderá ser formalizado durante uma visita de Maduro à Rússia, em data ainda a ser definida.

Putin também convidou Maduro para as celebrações do 80º aniversário da Vitória na Grande Guerra Patriótica, em 9 de maio, em Moscou. O presidente russo destacou que a Venezuela apoiou a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, fornecendo combustíveis e outros materiais essenciais para o esforço de guerra.

Além disso, Putin ressaltou a convergência de posições entre os dois países em temas internacionais. "Juntos, nos opomos a qualquer manifestação de neonazismo e neocolonialismo. Agradecemos que a Venezuela apoie as iniciativas russas relevantes em fóruns multilaterais", afirmou. Ele acrescentou que ambos os países buscam "construir uma ordem mundial mais justa" e promover "a igualdade soberana dos Estados e a cooperação mutuamente benéfica sem interferência externa".

O presidente russo reafirmou ainda o compromisso de Moscou com Caracas. "A Rússia fará e continuará fazendo tudo o que for possível para tornar nossos esforços conjuntos nas esferas comercial, econômica, científica, técnica, cultural e humanitária ainda mais próximos e abrangentes", declarou.

Um grupo de democratas, liderado pelo líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, ajudou os republicanos para que projeto de lei para financiar o governo até setembro avançasse, evitando uma paralisação, mas deixando os democratas desanimados e profundamente divididos sobre como resistir à agenda agressiva do presidente Trump.

O parlamentar de Nova York e outros nove membros da bancada democrata romperam com a maioria de seu partido em uma votação processual para uma medida de financiamento de US$ 1,7 trilhão, levando a um placar de 62 a 38, acima do limite necessário de 60 votos para que um projeto de lei passe pelo Senado. Um republicano, o senador Rand Paul de Kentucky, votou não. Uma votação final é esperada para o final do dia.

Na votação final subsequente que exigiu apenas uma maioria simples, o Senado aprovou o projeto de lei por 54-46, em grande parte de acordo com as linhas partidárias. Agora, ele segue para sanção do presidente Donald Trump.

O resultado no Senado, onde os republicanos têm uma maioria de 53-47, ressaltou o quão pouco poder os democratas têm para resistir aos planos de Trump e alimentou a crescente frustração nas fileiras do partido sobre sua diretriz e liderança. Em seus primeiros 50 dias de mandato, Trump se moveu para cortar drasticamente a força de trabalho federal e controlar a ajuda externa, ao mesmo tempo em que preparava o cenário para um pacote de cortes de impostos, reduções de gastos e gastos maiores com defesa da fronteira.

Schumer, que enfrentou duras críticas de seu próprio partido ao longo do dia, disse que o projeto de lei do Partido Republicano era a melhor de duas escolhas ruins. Ele argumentou que bloquear a medida e arriscar uma paralisação teria permitido que Trump e o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), comandado por Elon Musk, acelerassem a reestruturação de agências federais, citando o poder da administração durante um gap de financiamento para determinar quais funcionários e serviços são essenciais ou não essenciais.

O Hamas disse nesta sexta-feira, 14, que aceitou uma proposta dos mediadores para libertar um refém americano-israelense vivo e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade que morreram em cativeiro. O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou dúvidas sobre a oferta, acusando o Hamas de tentar manipular as negociações em andamento no Catar sobre a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza.

O grupo não especificou imediatamente quando a libertação do soldado Edan Alexander e dos quatro corpos aconteceria - ou o que espera receber em troca. Também não é claro quais mediadores propuseram o que o Hamas estava discutindo. O Egito, Catar e EUA têm orientado as negociações, e nenhum deles confirmou ter feito a sugestão até a noite de sexta-feira.

Autoridades dos EUA, incluindo o enviado Steve Witkoff, disseram que apresentaram uma proposta na quarta-feira para estender o cessar-fogo por mais algumas semanas enquanto os lados negociam uma trégua permanente. O gabinete de Netanyahu declarou que Israel "aceitou o esboço de Witkoff e mostrou flexibilidade", mas que o Hamas se recusou a fazê-lo.