Criticado, Flávio Dino foca nas redes e é o ministro que mais ganhou seguidores

Política
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Conhecido como "ministro influencer" por conta da sua atividade nas redes sociais, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), foi o que mais conseguiu novos seguidores no Twitter desde o momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a composição do seu governo. Porém, ao mesmo tempo em que foca em um maior destaque na internet, Dino é criticado pela falta de um projeto mais robusto na área da segurança pública.

Quando foi anunciado ministro por Lula em 9 de dezembro, Dino, que já era conhecido nacionalmente por ser governador do Maranhão em dois mandatos entre 2014 e 2022, tinha 818.597 seguidores na plataforma X, o antigo Twitter. Nesta segunda, o perfil do ministro contava com 1.168.765 . O crescimento foi de mais de 350 mil novas pessoas acompanhando sua rede, o maior de toda a Esplanada. Percentualmente, o crescimento foi de 42,78% em dez meses.

Em comparação, a segunda ministra que mais ganhou seguidores foi Marina Silva, com 206 mil novas pessoas acompanhando seu perfil desde que foi anunciada para chefiar a pasta do Meio Ambiente. No total, Dino é o quarto com mais usuários conectados, atrás apenas do titular da Fazenda, Fernando Haddad, de Marina e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

Na rede, Dino regularmente usa uma postura "lacradora" para falar sobre os assuntos mais variados sobre política que estão, ou não, no escopo da Justiça e Segurança Pública. Uma das aparições mais frequentes dele no Twitter acontece quando há alguma atualização dos casos que ameaçam a situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No último dia 9, o chefe da pasta da Justiça usou o perfil para parabenizar a Polícia Federal (PF) por atuar na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

Um dos posts do ministro que mais viralizou nestes primeiros meses de mandato foi um "meme" sobre uma discussão que teve com o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Após Do Val acusá-lo de se omitir nos atos golpistas de 8 de Janeiro e defender seu afastamento do cargo. Dino respondeu: "Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores. O senhor conhece? Capitão América, Homem-Aranha?".

A referência à Swat, grupo da polícia altamente especializada nos Estados Unidos, se dá pelo fato do senador repetir diversas vezes que promoveu treinamentos para agentes do grupo, como também membros da Nasa, FBI, Navy Seals, dentre outras. No dia 10 de maio, Dino publicou no seu perfil uma imagem na qual o seu rosto substituía o dos personagens "O Incrível Hulk" e o "Homem de Ferro", e escreveu: "Confesso que gostei. Sonhos de infância não morrem jamais".

Ministério descarta 'estratégia' e diz que posts são feitos pelo ministro

Ao Estadão, o Ministério da Justiça disse que as críticas que Dino recebe sobre uma falta de projetos robustos são "respeitáveis", mas não "possuem um amparo em fatos".

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública tem dezenas de programas e ações concretas na área da segurança, tais como: PAS, PRONASCI, R$ 213 milhões em entregas de viaturas e equipamentos aos Estados, repasses de R$ 1,3 bilhão para Estados e municípios, remoção da política armamentista do passado, implantação de política de combate à criminalidade na Amazônia (AMAS), ampliação de grupos especiais da Polícia Federal para enfrentamento ao crime organizado, e estruturação de novas operações integradas de segurança pública com os Estados", afirmou a pasta.

O ministério também afirmou que as postagens feitas no perfil de Dino são feitas pelo próprio ministro, e que não existe "estratégia" formulada pela equipe de comunicação do governo.

"Sobre redes sociais do ministro, informamos que desde 2009 ele cuida pessoalmente das postagens, consumindo alguns minutos do dia para fazê-las. Quanto a ganhar seguidores, isso acontece desde 2009 e deriva de características pessoais e posicionamentos públicos, não de supostas "estratégias", disse o Ministério da Justiça.

Petistas cobram resultados fora das redes

Apesar dos seus resultados nas redes sociais, Dino vem perdendo prestígio entre os aliados petistas, que estão preocupados com a falta de resultados na área da segurança pública. Segundo revelou a Coluna do Estadão, Lula pretende solucionar essa "fritura" com uma indicação do ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga que será deixada pela ministra Rosa Weber.

Membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Rafael Alcadipani, disse ao podcast 'Estadão Notícias' que o governo Lula apresenta "um cenário de inanição completa" nestes nove meses de gestão. "A gente não vê medidas efetivas sendo feitas pelo governo federal na segurança pública. É um governo que não tem uma articulação de esforços que seja mínima.

"Falta muita sobriedade ao ministro Flávio Dino. Muitas vezes ele se parece com a extrema direita, quer lacrar, mas precisa ser capaz de resolver problemas. Cargo no Ministério da Justiça, e em secretarias de Segurança Pública, não é para fazer politicagem, é para tentar resolver problemas", complementou Alcadipani.

Segundo a Coluna, Lula foi alertado de que o governo perdeu o debate da segurança pública. O presidente também está ciente de que o PT credita parte da culpa a Dino, que tem o seu cargo ameaçado. Os petistas reclamam que, em nove meses de gestão, o governo não tem nenhum projeto robusto no setor e reivindicam o controle da pasta.

Debates na internet podem simplificar discussões

De acordo com João Guilherme Bastos, pesquisador de comunicação e política e diretor de Análises do projeto Democracia em Xeque, a estratégia de comunicação utilizada por Dino integra uma disputa de narrativas que acontece dentro das redes sociais. A presença do ministro para contrapor políticos da oposição que utilizam a internet para difundir suas opiniões seria uma forma do governo "discutir de igual para igual" no cenário virtual.

O pesquisador considera que as estratégias de Dino podem se mostrar rentáveis para o seu perfil político e para o impulsionamento das iniciativas do Ministério da Justiça. Porém, Bastos alerta que a discussão de pautas complexas que precisam ser discutidas acabam sendo simplificadas por analogias que são utilizadas como recursos em troca do engajamento nas redes.

"Os dois lados estão buscando lacrar com soluções muito simples para resolver os problemas. Esse recurso comunicativo, por mais que ele seja extremamente eficaz em termos de mobilização, em alguns assuntos que são muito complexos eles podem perder o seu âmbito. Ninguém espera que em uma disputa argumentativa e comunicativa, onde duas pessoas estão disputando audiência, alguém vá entrar nos meandros técnicos de uma lei", explica o pesquisador.

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O governo da Rússia afirmou nesta quarta-feira, 12, que precisa ouvir mais detalhes da reunião entre oficiais de Estados Unidos e Ucrânia em que Kiev aceitou uma proposta de cessar-fogo de 30 dias antes de avaliar se também concordaria com os termos da trégua.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que Moscou está esperando um contato de Washington sobre os resultados da reunião na Arábia Saudita. Peskov não descartou a possibilidade de um telefonema entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Um oficial russo afirmou à Agência Reuters que Moscou precisa discutir os termos do acordo antes de concordar com a trégua. "É difícil para Putin concordar com isso em sua forma atual", afirmou o oficial. "Putin tem uma posição forte porque a Rússia está avançando."

Moscou controla cerca de um quinto do território ucraniano e está avançando. Kiev conseguiu tomar uma fatia da região de Kursk, na Rússia, mas Moscou está ameaçando a posição ucraniana no local. Segundo o oficial russo, Putin gostaria de garantias e compromissos para acabar com a guerra.

Até agora o Kremlin não ofereceu publicamente nenhuma concessão. A Rússia afirmou que está pronta para cessar as hostilidades sob a condição de que a Ucrânia desista de sua tentativa de se juntar à Otan e reconheça as regiões que Moscou ocupa como russas.

A Ucrânia, por sua vez, não deve aceitar nenhum acordo que limite sua capacidade de rearmamento, que a force a reconhecer os territórios ocupados por Moscou como parte da Rússia ou que interfira na política interna ucraniana.

Cessar-fogo

Na terça-feira, 11, o governo da Ucrânia aceitou uma proposta de cessar-fogo de 30 dias feita pelo governo americano na guerra contra a Rússia após quase nove horas de negociação intermediada pelo governo da Arábia Saudita em Jidá.

Segundo o secretário de Estado americano, Marco Rubio, os ucranianos concordaram em iniciar negociações com a Rússia imediatamente, e agora "a bola está com Moscou". No comunicado final da cúpula da Jidá, ambas as partes também concordaram em selar "o mais rápido possível" um acordo para que os Estados Unidos possam explorar recursos minerais ucranianos.

A Ucrânia expressou sua disposição em aceitar a proposta dos EUA de decretar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias, que pode ser prorrogado por acordo mútuo entre as partes, e que está sujeito à aceitação e implementação simultânea pela Federação Russa", diz a declaração final do encontro. "Os Estados Unidos comunicarão à Rússia que a reciprocidade russa é a chave para alcançar a paz."

O futuro dos territórios ucranianos ocupados pelo Kremlin no leste do país, que incluem as províncias de Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhya, além da Península da Crimeia, anexada em 2014, são um dos principais impasses entre Volodmir Zelenski e Vladimir Putin.

"Acho que os dois lados precisam chegar a um entendimento de que não há solução militar para essa situação", disse Rubio ao alertar que os dois lados vão ter que fazer coisas difíceis. "Os russos não podem conquistar toda a Ucrânia e, obviamente, será muito difícil para a Ucrânia, em qualquer período de tempo razoável, forçar os russos a voltarem para onde estavam em 2014", seguiu.

Os detalhes do acordo ainda não foram divulgados, mas Zelenski afirmou que a trégua dá garantias de segurança para a Ucrânia por terra, água e mar. Kiev também propôs uma troca de prisioneiros civis e militares e a devolução de crianças ucranianas que foram levadas para a Rússia. Os dois países já realizaram trocas do tipo em diversas oportunidades ao longo da guerra.

Aproximação com Putin

O fim da guerra é uma promessa de Donald Trump. Desde seu retorno à Casa Branca em janeiro, o presidente tem se reaproximado da Rússia. Como parte de sua agenda para pôr fim à guerra, o republicano abriu negociações com o Kremlin sem incluir ucranianos e europeus e pressionou Kiev a ceder direitos de exploração sobre suas riquezas minerais para custear a ajuda militar americana ao país.

Antes do carnaval, Trump e Zelenski se reuniram na Casa Branca para assinar o acordo mineral, mas os dois iniciaram um bate-boca sobre o papel da Rússia no conflito. Após a reunião, Washington suspendeu a ajuda militar e parou de compartilhar dados de inteligência com Kiev. Nos últimos dias, já sem essas informações, a Ucrânia sofreu pesados ataques russos dentro do país e na área que ocupa em Kursk, dentro da Rússia.

O príncipe Frederik de Luxemburgo morreu no dia 1º de março, em Paris, após uma batalha contra um raro distúrbio conhecido como doença mitocondrial POLG. O príncipe Robert, pai de Frederik, divulgou no site oficial da Fundação POLG, que Frederik criou em 2022, o anúncio da sua morte. Na mensagem, Robert revela trechos da última conversa com seu filho.

"A última pergunta de Frederik para mim foi: 'Papai, você está orgulhoso de mim?' Ele mal conseguia falar havia vários dias, portanto, a clareza dessas palavras foi tão surpreendente quanto o peso do momento era profundo", escreveu príncipe Robert.

"A resposta era muito fácil e ele já a tinha ouvido tantas vezes.... mas, naquele momento, ele precisava ter certeza de que tinha contribuído com tudo o que podia em sua curta e bela existência e que agora poderia finalmente seguir em frente. Frederik sabe que é meu super-herói, assim como é para toda a nossa família, para muitos bons amigos e, agora, em grande parte graças à sua Fundação POLG, para muitas pessoas em todo o mundo."

O príncipe Frederik nasceu com a doença mitocondrial POLG, mas como ela é difícil de ser identificada, o diagnóstico só foi descoberto quando tinha 14 anos e seus sintomas estavam se manifestando mais claramente. Este distúrbio não tem tratamento nem cura.

O que é a Fundação POLG

Frederik de Luxemburgo criou a Fundação POLG (The POLG Foundation, no original) em 2022. O objetivo dela é financiar e incentivar pesquisas sobre a POLG. A fundação também disponibilizou dados conseguidos a partir do DNA do príncipe, extraídos a partir do trabalho em conjunto dos Laboratórios Jackson e da Universidade de Pádua (Itália).

Segundo o site da Fundação POLG, esta doença é um distúrbio genético que retira a energia das células do corpo, causando disfunção e falência progressiva de múltiplos órgãos. Trata-se de uma doença rara, e segundo a Fundação POLG, não se sabe quantos pacientes existem no mundo.

Os sintomas, que podem ser leves a graves, geralmente incluem oftalmoplegia (enfraquecimento do músculo dos olhos), fraqueza muscular, epilepsia e insuficiência do fígado. Como a doença POLG causa uma ampla gama de sintomas e afeta tantos sistemas orgânicos diferentes, é difícil de ser diagnosticada.

O PostNord, serviço postal estatal da Dinamarca e da Suécia, encerrará todas as entregas de cartas ao fim de 2025 devido a uma queda de 90% no volume de correspondências deste tipo desde o início do século - só em 2024 a queda foi de 30%. As últimas cartas serão entregues no dia 30 de dezembro. Até a virada do ano, segundo a direção da empresa, há bastante tempo para orientar os clientes sobre como suas correspondências poderão ser enviadas e recebidas em 2026.

A decisão permitirá ao PostNord se concentrar nos serviços de entrega de mercadorias, que é mais lucrativo. A empresa garante que, na Suécia, as entregas serão mantidas. Na Dinamarca, no entanto, ainda será possível enviar e receber cartas por meio do mercado privado, disse o ministro dinamarquês dos Transportes, Thomas Danielsen.

Mundo digital

A decisão coloca um fim a 400 anos de serviço postal no país. A partir de junho, as 1.500 caixas de correio pela Dinamarca começarão a ser removidas.

Os dinamarqueses são o terceiro país mais digitalizado do mundo, de acordo com a classificação do IMD World Digital Competitiveness. O avanço dos serviços digitais reduziu significativamente o uso de cartas. Pelo menos 1.500 trabalhadores podem perder seus empregos de um total de 4.600 funcionários da PostNord. "É um dia muito triste. Não apenas para o nosso setor, mas para os 1.500 que enfrentam um futuro incerto", disse o funcionário Anders Raun Mikkelsen à emissora dinamarquesa DR.

Na Dinamarca, pagamentos, documentos e cartões de saúde já são todos armazenados em aplicativos. Extratos bancários e contas são enviados eletronicamente. Mas, embora cerca de 95% dos dinamarqueses utilizem serviços postais digitais para suas correspondências, pelo menos 271 mil pessoas, muitas delas idosas, ainda recebem suas consultas médicas e outras contas pelo correio, segundo dados oficiais.

"Somos o serviço postal dos dinamarqueses há mais de 400 anos e, portanto, é uma decisão difícil encerrar essa parte de nossa história", disse o executivo da PostNord Denmark, Kim Pedersen, em comunicado. "Os dinamarqueses estão se tornando cada vez mais digitais, o que significa que há pouquíssimas cartas para enviarmos hoje, e a recessão continua tão presente que o mercado de cartas não é mais lucrativo."

Crise geral

As dificuldades, no entanto, não se restringem à Dinamarca. O Deutsche Post, serviço postal da Alemanha, também anunciou uma onda de demissões no início de março, com planos de cortar pelo menos 8 mil empregos.

Nos EUA, os serviços postais americanos, conhecidos pela sigla USPS, entraram na mira do presidente Donald Trump, que anunciou planos de privatizar a empresa. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.