A Boeing venceu a disputa para desenvolver o novo caça de próxima geração do Pentágono, superando a Lockheed Martin. O contrato tem impacto significativo para os resultados financeiros da empresa, sua fragilizada divisão de defesa e sua relação com o governo Trump.
O novo caça substituirá o F-22, da Lockheed, e será projetado para operar junto a drones semiautônomos já em estágio avançado de desenvolvimento. O Pentágono não divulgou estimativas de custo para o programa, mas especialistas calculam que os gastos com pesquisa, desenvolvimento e aquisição possam ultrapassar US$ 50 bilhões.
Para a Boeing, o contrato representa um alívio para sua divisão de defesa, que responde por cerca de um terço da receita da companhia, mas tem acumulado bilhões de dólares em perdas nos últimos anos devido a contratos deficitários. Muitos projetos na área de defesa e espaço sofreram com estouros de orçamento, atrasos e outros problemas.
Nos últimos anos, a Boeing perdeu concorrências importantes para programas do governo dos EUA. Desde que assumiu em novembro, o CEO Kelly Ortberg tem buscado reformular o processo de licitação da empresa para tentar reverter esses prejuízos.
O contrato também sinaliza um voto de confiança do governo em uma empresa que enfrenta uma série de crises. O presidente Trump e Elon Musk criticaram publicamente a Boeing por atrasos na substituição do Air Force One e estouros de orçamento em projetos militares.
Ao mesmo tempo, a empresa negocia um acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) relacionado aos dois acidentes fatais do 737 Max e precisa de aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA) para ampliar a produção de seus 737s, passo essencial para recuperar a lucratividade.
Já para a Lockheed Martin, a derrota é mais um revés. Suas ações vêm caindo nos últimos seis meses, e a empresa tem buscado novos contratos para reduzir a dependência do caça F-35, afetado por atrasos, estouros de custos e problemas de design e software. Fonte: Dow Jones Newswires.